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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

04
Set13

Levanta-te ou levas

shark

Como consegues olhar a vida nos olhos depois de lhe voltares as costas, depois de optares por um caminho tão diferente daquele que ela nunca escondeu ser o mais acertado?

Percorres essa alternativa em passo acelerado, faz de conta, como se os dias corridos fossem mais fáceis de esgotar, como se assim fosse mais fácil ignorar a traição à vida que desiludes com a cobardia intrínseca de qualquer deserção. Foges, afinal, quando simulas uma azáfama para te abstraíres, mergulhado até ao pescoço nas consequências da apatia que te veste com pele de cordeiro a revolta que entendeste abafar sob o pretexto mais à mão.

 

Invocas perante ti próprio, em vão, as desculpas de mau pagador e tentas fintar até o amor que receias como uma fraqueza potencial. O amor capaz de te fazer mal como um obstáculo onde possas dar um tropeção, a corda esticada para mais um trambolhão que te exponha à dura realidade de seres incapaz de te pores de pé logo a seguir.

Coitado de ti, tão massacrado. Nesse asfalto onde jazes tombado mais o orgulho imbecil que tanto acarinhaste ao longo do tempo em que te acreditaste capaz de viver como sabes que devias.

Agora deves à vida uma explicação, diz-lhe nos olhos qual a razão para essa desistência camuflada sob uma existência indigna da pessoa cheia de vontade que um dia te acreditaste capaz de aguentar até ao fim, tal e qual.

 

Fala comigo, se tens em ti tão firme a convicção de que o teu caminho passa pela solidão enquanto te diriges para lugar algum. Enfrenta a verdade, confronta-a com a tua versão mascarada de uma derrota anunciada no preciso instante em que aceitaste vergar ao peso de uma realidade madrasta, essa capitulação que te arrasta para o fundo sem esbracejares a rebeldia de outrora. Anda, vamos lá para fora e dou-te uma carga de porrada em nome da vida adiada que ultrajas com essa pose decadente e servil.

Afasta os braços do rosto, não te limites a defender esse focinho de cachorro pacato e fiel. Reaprende a seres leal para com contigo mesmo, limpa todo o esterco que te sufoca nessa ira controlada, nessa revolta amestrada, nessa luta interior tão desigual que te transforma aos poucos num perdedor.

 

Talvez aí redescubras o valor da vida que sonhaste para ti e da qual abriste mão.

Olha-a nos olhos e dá-lhe uma boa razão para tanto desperdício, para essa rotina das perdas que já é quase um vício.

E se nenhuma razão te ocorrer, deixa-te de merdas e manda foder esse caminho de cabras, não tens veia de pastor. O teu destino é rosnar sempre mais forte, sempre mais alto que qualquer adversidade.

 

É essa a verdade espelhada, como uma alma, nos olhos da vida que está na tua hora de mudar. 

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