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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

19
Ago13

Das escolhas que distinguem jornalistas de jornaleiros

shark

Cada jornalista (e falo de profissionais a sério, dignos desse nome) deverá possuir um conjunto de atributos que no fundo lhe desenham o talento como somos capazes de o reconhecer.

Esse equipamento de série, características pessoais específicas, associa-se à tarimba adquirida ao longo de uma carreira sempre construída (recordo que falo de jornalistas e não de pessoas com carteiras profissionais da farinha amparo) a pulso, a custo, sob um lote incomensurável de pressões que as pessoas normais não têm arcaboiço para aguentar no exercício de uma função.

Logo à partida, aos jornalistas é exigido um compromisso com a verdade num mundo cada vez mais dominado por mentirosos.

E por pavões.

 

Com a verdade como missão, existem duas maneiras de a revelar: pela boca do próprio jornalista ou pela dos protagonistas de determinada história ou realidade. É uma arte, saber pôr as pessoas a falar. Quando essas pessoas são figuras públicas e têm um estatuto a defender, a figura do jornalista é a de um papão capaz de construir ou destruir carreiras. Jogar à defesa, refugiando-se no vácuo do superficial, é quase instintivo para a maioria e é assim que acabamos por levar com jornalismo morno, com entrevistas inócuas, com peças cinzentas num tabuleiro no qual se confrontam experiências, inteligências, em torno de jogadas que são os factos que precisamos conhecer mas que se perdem nos receios de uns e na sede de projecção de outros.

No vazio.

 

Um jornalista, quando lhe são colocados os meios ao alcance para abordar um tema (e os assuntos são igualmente importantes, se não na relevância – sempre discutível – pelo menos na seriedade da respectiva abordagem), tem que saber definir a prioridade. E essa passa, por exemplo, pelo formato escolhido pelo profissional para cumprir a sua verdadeira missão: informar.

Por formato entenda-se um conjunto abrangente de opções que determinam o resultado final (por se revelarem os mais adequados ao cumprimento do objectivo em causa) e que passam até pela invisibilidade do próprio arquitecto da coisa. O Jornalista (a maiúscula não é um lapso) é uma pessoa a quem uma decisão tão difícil para a maioria de nós como abdicar da notoriedade em prol da melhor construção possível para uma peça surge como algo de tão espontâneo como a curiosidade que a todos nesse ofício deve impregnar.

É uma escolha consciente, assente no brio e na vontade de fazer sempre o melhor. Livres de constrangimentos de índole subjectiva, os Jornalistas, the few, concentram-se no espírito de missão e abraçam a versão que sirva de bandeja a informação, o esclarecimento, a verdade nua e crua da realidade que lhes compete dissecar.

 

Um exemplo de tudo quanto disse acima pode encontrar-se com facilidade, bastando atenção ao pormenor, num trabalho da Joana Latino acerca do mundo das telenovelas que a SIC está a passar ao longo da semana no seu Jornal da Noite e que recomendo, no contexto desta posta, sem hesitar.

28
Jun13

Uma posta do outro mundo

shark

Para quem aprecia as coisas do Cosmos, Ficção Científica e assim, este texto do Marco do Bitaites é para consumir sem pressas como leitura gourmet.

E para quem não aprecia essas maluqueiras recomendo o mesmo texto em matéria de alinhamento das ideias, de encaixe de raciocínios em parágrafos que parecem as prateleiras bem arrumadas que nunca fui capaz de manter.

 

É um show. Dizer menos que isto seria despeito, inveja ou simples falta de sensibilidade para as coisas boas que a vida tem para nos oferecer.

07
Jan13

A posta que o superficial tende para o efémero

shark

Aos vinte anos de idade o apêndice para números telefónicos da minha agenda tinha letras que esgotavam o espaço, ao ponto de acabarem muitos nomes arrumados na letra que era sempre a menos utilizada.

Hoje, quando olho para esses contactos, sinto aquilo como uma lista de fantasmas, meras referências de um passado que não conseguiu aguentar-se até este presente envenenado das relações precárias que o fenómeno das redes sociais, por exemplo, ilustra sem contemplações.

 

Sou do tempo dos amigos para toda a vida. Era assim na amizade como no amor.

Claro que nem sempre as coisas corriam de feição, a vida é trapaceira e coloca-nos muitas vezes em posições insustentáveis perante os outros e vice-versa. Mas essas eram as excepções à regra. Bem ou mal, as ligações amorosas conseguiam resistir às inúmeras pressões que uma vida a dois acarreta. Bem ou mal, as amizades sobreviviam aos maus momentos e prolongavam-se no tempo à custa, quantas vezes, de cedências e de compromissos que nunca nos passaria pela cabeça tolerar. De simples pedidos sinceros de desculpa.

 

Talvez fosse apenas o instinto que nos levava a preservar essa ligação com quem se cruzava o nosso caminho e de alguma forma prendia a nossa atenção. Ou então seria a lógica que nos avisava que cada pessoa saída da nossa vida era mais um pequeno passo rumo a uma inevitável solidão. Nem arrisco presumir que era a natureza das emoções a fazerem a diferença. Certo é que conseguíamos manter a ligação com as pessoas ao longo de anos, muitas vezes apenas com base num telefonema anual a propósito de uma efeméride qualquer.

E agora isso não acontece, como o provam as minhas agendas sistematicamente vazias e a minha falta de empenho para voltar a preenchê-las.

 

Assumo o meu quinhão nesta mudança de paradigma, deixo cair os outros com a mesma ligeireza e leviandade com que o fazem comigo. Basta um pretexto, às vezes nem isso, para determinada pessoa sumir da minha vida. Basta algo tão simples como o desaparecimento de um telemóvel sem cópia dos contactos lá gravados, pois é quase certo que poucos, muito poucos, desses contactos voltarão a ligar. Por não estranharem a ausência ou por se estarem nas tintas para a minha falta no cenário.

É assim, preto no branco, que a coisa se processa em ambos os sentidos das ligações de merda, displicentes, descomprometidas, indiferentes, que estabelecemos entre nós em qualquer das dimensões que uma relação pode abranger.

 

É assim na amizade como no amor: temos meros conhecidos em vez de amigos a sério e amantes ocasionais em vez de amores duradouros. Apenas nos esforçamos para colorir a realidade, para a maquilhar para parecer como era dantes, no discurso e apenas. Fingimos acreditar que é coisa para durar, mas depois desertamos uns dos outros e das imensas maçadas que as relações mais próximas podem implicar. Queremos apenas um grupo que possamos integrar para não andarmos sozinhos na paródia, só para a reinação, e depois estranhamos quando nos momentos de maior aflição não faz sentido recorrer a qualquer uma dessas pessoas com quem não temos laços fortes o bastante para abusarmos da sua confiança que, de resto, é pouca ou quase nenhuma.

 

Isto a propósito desta prosa que li e recomendo a quem tenha pachorra para ler em inglês. É um texto corajoso de alguém que fala na primeira pessoa acerca da verdade dos factos, muito melhor do que eu seria capaz de o fazer.

11
Set12

FEITO EM POSTAS

shark

Depois de no Persuacção ter debitado umas larachas acerca de caricaturistas em geral e do Raim em particular fui mimoseado com esta maravilha que muito me orgulha, apesar da posição que protagonizo.

Contudo, tal como dizia a velhinha e fleumática inglesa: the position is ridiculous but the sensation is wonderful!

 

Contudo, e apesar da caricaturada quase tão violenta como uma abstenção do António José Seguro, o Raim não abrandou no seu apetite por sopinha de barbatanas e encerrou o seu ciclo paralímpico com uma berlaitada ao vivo. E a cores!
Claro que estou todo babado com esta figurinha em que o sentido de humor afiado como faca de escamar me deixou e só partilho convosco precisamente porque sou um vaidoso e estes destaques fazem-me sentir um peixe montes de importante e assim...
Mas enquanto for eu a pagar a renda disto têm que levar com a barbatana pimba tanto como com as outras.
Ah, podem apreciar melhor estes e outros trabalhos do Raim no Persuacção e no blogue do próprio. Os linques estão aí.
(Obrigado, Raim, por estas lambadas desenhadas no focinho!)

 

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