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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

09
Mai13

A posta que podia ser

shark

Podia ser um cavaleiro em armadura reluzente, cheio de heroísmo e a galope num unicórnio porque cavalo é coisa muito vista, a caminho do ponto de encontro com uma donzela em apuros e encurralada no torreão por um mau qualquer.

Podia ser um dragão, mas padece do mesmo problema do cavalo e o horror aos clichés acaba por prevalecer quando a imagem se desenha, ou se esboça (que dá um ar muito mais elaborado ao boneco) na mente equilibrada sobre uma pessoa sentada e a quem apeteceu escrever.

 

Pois podia, e até dava pano para mangas se a pessoa enfatizasse o profundo drama humano implícito na condição de refém da moça indefesa (seria uma história muito antiga, pois elas hoje em dia frequentam aulas de defesa pessoal) ou, em alternativa, focasse a câmara imaginária no duro de serviço, o guerreiro destemido com a sua enorme coisa na mão (a espada, naturalmente, ou outra arma daquelas a sério que obrigavam os lutadores a enfrentarem os oponentes olhos nos olhos) ou o mau com o aspecto necessariamente medonho para que o outro, o herói, pudesse brilhar ainda mais no mérito da sua jornada.

Contudo, séculos decorridos numa sucessão de histórias com enredos desta natureza esvaziam de sentido a abordagem medieval ao amor que enchia de coragem os peitos couraçados de jovens intrépidos a quem os tempos obrigavam a conquistar as suas eleitas à porrada porque as oportunidades escasseavam para lhes deitarem a mão.

Como as histórias de príncipes e de princesas que acabavam sistematicamente casados, felizes e cheios de infantezinhos, ou os contos de fadas que transformavam abóboras em coches e nunca se popularizaram em terras onde a fome não cessa de grassar, os relatos imaginados de jovens indómitos a galope enfiados em fatiotas de metal parecem apelos ao bocejo, sobretudo para quem os vê, a maioria dos de hoje, a empunharem o telemóvel para ligarem à polícia enquanto fogem a sete pés do sarilho em que a garina se meteu.

Podia, é verdade, adaptar os cenários da fantasia tradicionais a pessoas muito actuais e inventar um cavaleiro gay capaz ainda assim de desancar sem piedade o malvado que quisesse fazer mal a uma amiga ou a uma irmã, ou caracterizá-lo como um cobardolas sem carácter a quem o mau da fita fizesse a folha e no epílogo teríamos apenas uma queca bem dada à donzela e depois até amanhã se Deus quiser, no fundo o mau até era bom e ela nem por isso curtia por aí além o bardamerdas forte na pala mas fraco na pila que lhe saíra na rifa num mero cruzamento de caminhos que, de resto, nem sempre favorece a personagem a brincar ou a sério e depois ela até tinha uma carreira fixe e divertia-se bué e filhos não estavam a dar.

 

Podia ser isso, agora e aqui. Mas a liberdade criativa, chamemos-lhe isso para embelezarmos o gesto, é uma maluca e nunca se sabe para o que lhe dá quando dá de trombas com um espaço em branco para preencher, pode apenas embicar para um pacato mas inócuo e inconsequente e quiçá disparatado tu cá tu lá com quem calhou ter o azar de aterrar aqui que, como bem sabem os passageiros frequentes, é terra de ninguém em matéria de linha editorial (oh yeah) e onde literalmente tudo pode acontecer.

 

E afinal uma posta sem mortos nem feridos nem desempregados nem reformados com pensões de miséria, nos dias que correm, acaba por ser sempre uma história com um final feliz.

25
Ago11

QUER MUDAR O DESTINO? FOQUE-O!

shark

Se a um grupo de pessoas oferecermos a oportunidade de espalharem a vista sobre um dado horizonte cada uma dessas pessoas escolherá um ponto de focagem diferente, uma abordagem dependente da soma das suas características de personalidade mais os factores tão aleatórios como o seu estado de espírito na ocasião.

Alguns irão optar por concentrarem o foco da sua atenção nas questões de pormenor, nas realidades mais próximas e por isso mesmo mais fáceis de observar em concreto, enquanto outras sentirão o apelo do abstracto que a distância induz por não ser possível avaliar com rigor aquilo que se vê sem a muleta de uma definição.

E ainda existem subgrupos, separados por um facto tão simples como o de uns quantos fixarem o olhar nas nuvens negras sobre a linha do horizonte e outros se deliciarem com o azul de um céu grandioso e cheio de sol.

 

A vida que levamos é em boa medida determinada por essas escolhas que fazemos dos pontos de focagem em que nos fixamos, influenciando de forma determinante as conclusões e por tabela as decisões que traçam aos poucos a rota para o caminho a percorrer.

Virar à esquerda porque se receia uma ameaça potencial que a outra opção implica, ainda que capaz de encurtar a distância entre um ponto A e um ponto B, ou acreditar que a ameaça não se concretizará e aceitar a estatística que os caprichos da sorte e do azar entenderem aplicar-nos como consequência do optimismo ou apenas da coragem para enfrentar desafios.

Vitórias e derrotas, ambições concretizadas ou desfeitas, apostas aparentemente seguras que se revelam desastradas ou golpes de sorte inesperados que acontecem pela conjugação perfeita de um lote de coincidências, são tudo reflexos da passada que impomos em função da vida como a vemos, mais do que como gostaríamos de vivê-la.

E entretanto é mesmo isso que está a acontecer, uma vida para ver como formos capazes por entre a distorção da miopia que nos provoca o dia a dia mais a influência dos outros que o caminho nos ofereceu.

 

Cada fracção do tempo, cada momento que experimentamos, será impossível de repetir porque o tempo só grava e não sabe reproduzir tal e qual aquilo que se viveu, da mesma forma que nos permite sonhar mil futuros possíveis mas poucas pistas nos fornece para os podermos concretizar.

Basta uma escolha na forma de olhar quando a oportunidade nos é concedida para a realidade se transmutar na percepção e influenciar a próxima decisão que pode muito bem ser a mais importante de todas ou revelar-se irrelevante quando o próprio tempo lhe cobre de pó os contornos e de novo a olhamos mas sob a luz que o tempo decorrido nos ofereceu.

 

O ponto de focagem determina o tipo de imagem que recolhemos, a fotografia que tiramos num dado instante dos muitos de que uma vida se faz. Abstracto ou concreto, o olhar baço perdido na aridez do deserto ou brilhante pela tentativa de no horizonte adivinhar o que está longe da vista e sentir a vontade irreprimível de ir lá.

Ou mesmo concentrado numa flor selvagem ali mesmo à mão que decidimos observar com mais atenção e assim acabamos por ficar, condicionados pela forma como vemos a vida e definimos os pontos de chegada ou de partida com que traçamos às cegas o destino tal e qual o futuro nos revelará no álbum dos instantâneos que agora experimentamos mas um dia olharemos estupefactos pela diferença entre a imagem recolhida na altura e aquela em que a focagem amadurecida nos revela detalhes que poderiam ter feito, bem vistas as coisas, toda a diferença para melhor naquilo que se fez. Ou antes pelo contrário, pois diz o povo que aquilo que não sabes é como aquilo que não vês.

 

04
Jul11

O QUE QUISERES VER

shark
o que quiseres ver

Foto: Shark

 

 

Qualquer crente na existência de vida extraterrestre tecnologicamente mais avançada e por isso capaz de visitar o nosso planeta, mantendo uma prudente distância que lhes confirma a superioridade intelectual, a bordo de sofisticadas naves espaciais que na ignorante perspectiva terráquea são OVNIS, sabe que uma das maiores armadilhas do encontro imediato é a ilusão de óptica.

Balões meteorológicos, protótipos de aviões de combate, fenómenos naturais, tudo serve para desiludir os mais afortunados com a bênção do avistamento que as autoridades e os desmancha-prazeres sempre encontram forma de explicar de uma forma mais racional do que a destes que a terra há de comer.

 

É sempre difícil desmentirem-nos aquilo que os olhos, órgãos da nossa inteira confiança, nos transmitem. E compreende-se que seja difícil, tendo em conta que a maioria das deturpações não ocorrem na captação da imagem (ou da ideia) mas na respectiva edição.

Quando processamos aquilo que vemos (ou ouvimos, que também se deposita uma moderada confiança na audição) acrescentamos sempre um ponto que é o resultado da combinação entre o que nos diz a lógica propriamente dita e o que nos sussurra a conclusão subjectiva a que chegamos depois de lhe incutirmos tudo aquilo que nos faz.

Dessa distorção nascem imensos equívocos (quem não viu já o padeiro ou o amigo todo agarrado à patroa, um flagrante aparente que depois é esclarecido com o desmaio momentâneo ou assim) porque no fundo acabamos por ver o que e como queremos, sempre mais ou menos do que a vista nos mostra.

 

A realidade é percepcionada da mesma forma que o burro se albarda: à vontade do dono. O meu OVNI, aquele que passou mesmo diante do meu nariz, pode ser o reflexo do sol no peito de um pato para o parceiro do lado, pois isto do barulho das luzes envolve sempre algum ruído de fundo e neste caso é a predisposição de cada um para os factos que nos confrontam.

Se a minha bisavó, que nunca ouviu falar de discos voadores excepto os de 78 rotações, pesadíssimos, que podiam planar sobre a sala até ao toutiço do meu bisavô no meio de uma desavença, visse uma luz a bailar no céu teria de imediato a certeza de que estava a assistir a uma aparição da santinha e acabava por não ver nada enquanto ajoelhava a benzer-se.

E se calhar a minha bisneta vai olhar o mesmo fenómeno e desabafar a maçada de ter que aturar mais uma excursão de venusianos a bordo do seu autocarro espacial.

 

Mas em causa estão as tais certezas que uma simples ilusão óptica ou um raciocínio inquinado pela subjectividade inevitável podem fazer desmoronar num ápice. Nem tudo o que reluz é ouro no mundo das observações precipitadas, tal como uma observação cuidada e atenta não garante o desvendar de uma receita alquimista capaz de desmentir o pressuposto atrás enunciado.

Pouco, quase nada, é garantido e a maioria das certezas não passam de enganos que nos alimentam uma falsa sensação de segurança equilibrada de forma precária num amontoado de convicções, também elas exclamadas em pontos que parecem claros à partida mas a própria vida pode escurecer até os transformar, à chegada da maturidade mais analítica, em embaraçosos (mas estimulantes) pontos de interrogação.

04
Fev11

O ARISTOTÉLICO EM MIM

shark

Várias vezes me deparei, quando coloco questões para as quais não conheço a resposta, com reacções típicas de quem entende isso como um sinal de ignorância.

Mas burros, para mim, são aqueles que, acreditando-se sobejamente inteligentes, nunca questionam.

 

(eu sei que isto é o socrático em mim a falar, mas receei as possíveis conotações políticas e assim também dava um título porreiro...)

20
Jan11

A POSTA (ZOO)LÓGICA

shark

A questão tem sido levantada por uma legião de gente preocupada, especialistas e assim, com o progressivo afastamento do Homem relativamente ao seu instinto animal.

Será, afirmam alguns, a consequência natural da evolução da espécie, progresso como outros entendem, defendendo quase todos que, apesar de tudo, isso representa uma melhoria significativa, um aprimorar inerente ao topo da cadeia alimentar onde assentamos arrais.

 

Contudo, para aqueles sem especialidade alguma como este vosso humilde servidor, este tipo de questões complexas podem ser equacionadas desde que devidamente redimensionadas e por isso a pessoa pode sempre avançar com uns bitaites do assunto focado numa parcela específica, num microcosmos que nos permita ambicionar algum valor acrescentado nas nossas cogitações.

Nesse sentido, e porque também me aflige esse desvio da besta em nós (neste caso a parte não violenta do animal, apenas uns quantos impulsos de reacção primária), fiz incidir a mente num aspecto específico do bicho que pelos vistos não queremos ser mas se calhar devíamos repensar melhor a coisa.

 

A minha preocupação tem a ver com as implicações do fenómeno nas relações amorosas (pura coincidência, eu até nem ligo muito a essa cena), nomeadamente na parte do engate que acaba por ser determinante para que as amorosas queiram ter relações.

Senão vejamos: a pessoa pode a todo o instante encontrar na natureza os exemplos de como o cortejar se perpetua nas espécies onde o refinamento do progresso ainda não chegou. Ou seja, podemos perfeitamente tentar decidir se é mais eficaz o cantar de galo ou o leque colorido do pavão.

 

Naturalmente não se pode exigir a qualquer leigo que aplique a metodologia científica toda, um gajo coloca a hipótese, vá, e depois tenta verificá-la com base na soma de dois mais dois que qualquer processador mixuruco consegue calcular.

A pessoa olha para a dupla de vaidosos, o galináceo a levantar a voz e as penas do pescoço e o pavão a tentar deslumbrar com o seu leque de cores, e depois concentra a atenção no comportamento das fêmeas destinatárias, a ver qual das aparências ilude melhor.

É vê-las, umas quantas a virarem logo costas ao galo com aquele ar de cantas bem mas não me alegras e o outro passarão todo espampanante a pavonear-se diante de algumas fêmeas com aquele olhar típico de quem pergunta: é só isso que tens para mostrar, palhaço? Tanta pena levantada que até mete dó e às tantas até é tudo o que levantas…

 

 

Inevitavelmente caímos na tentação de fazer a comparação directa com os rituais de acasalamento humanos, espertos, para ver se encontramos um paralelo que desminta o tal afastamento do instinto animal que os mais sábios denunciam.

E é aqui que começam a surgir os indicadores contrários à alegada tendência para nos tornarmos cada vez mais civilizados com tudo o que isso implica em matéria de sofisticação excessiva das coisas simples da vida.

É que pode ser indefensável (pronto, tá bem…) o regresso aos hábitos ancestrais, paulada na tola e bute lá até à caverna partir isso, mas é um facto que basta trocar o cantar de galo por miúdos e temos logo os ingredientes não para uma canja mas para o tipo de homem a quem chamamos músico. Da mesma forma é fácil substituir o colorido da cauda do pavão pelo do carrão ou outros sinais exteriores de riqueza e inerente qualidade superior com que alguns tentam adornar o anzol.

 

O paralelo salta à vista, inclusive nos resultados obtidos, e qualquer analista de pacotilha consegue lá chegar a partir de um simples trabalho de campo.

Claro que o rigor se perde, por exemplo, na fraca dimensão da amostra (que mais exemplos não faltam).

 

Mas eu já me alonguei nesta posta e disso sei bem que vocês não gostam...

01
Dez10

MATCH POINT

shark

Existem, a meu ver, duas coisas indispensáveis para conseguirmos vencer na argumentação em defesa seja do que for: razão e inteligência. Tudo o resto, todas as vantagens competitivas e/ou dividendos teóricos que possamos recolher numa discussão ou num conflito verbal (ou pior), derivam dessas duas pedras basilares.

E toda a conversa desperdiçada sem o seu sustento natural é pura perda de tempo ou simples exercício típico de uma mentalidade malabarista.

 

Por razão, como acima a refiro, entendo a absoluta certeza da bonomia, da validade, da pertinência, da veracidade e, acima de tudo, do cariz irrefutável da mesma à luz dos nossos padrões mas também tendo em consideração o das pessoas que connosco se confrontem em ambiente de antagonismo.

Melhor dizendo: temos que estar convictos da nossa razão mas sem abdicarmos do bom senso e da lucidez que nos permitam definir com a clareza possível as razões dos outros e aquilo que os motiva.

E aqui entra em campo a inteligência, esse recurso valioso em quase tudo o (pouco, quase nada) que podemos decidir pelas nossas cabeças a respeito seja do que for.

 

A inteligência é o único filtro capaz de nos permitir um raciocínio susceptível de garantir a razão numa qualquer disputa.

Se partimos para a contenda sem a armadura da inteligência de pouco nos vale a espada de madeira de uma razão mesquinha ou, pior ainda, de razão alguma. A teimosia, por si só, é ainda menos eficaz do que a superior qualidade dos argumentos apresentados e o investimento nessa ou noutras estratégias (com a mentira à cabeça) constitui por si só um insulto ao conceito subjacente.

Ou seja, invocarmos uma razão sem fundamento é uma prova de falta da inteligência suficiente para darmos pela sua falta.

E aqui entra em jogo a razão, essa causa pela qual achamos que vale a pena lutar até que a inteligência nos confirme que não vale a pena o esforço.

 

Por norma, quando a inteligência não nos atraiçoa (ou nós a ela), esse momento mágico produz-se sempre que constatamos a sua ausência na argumentação e/ou na atitude dos oponentes de circunstância.

Agora, e para garantirmos a compreensão do fenómeno na sua plenitude, basta vestirmos as suas peles (sim, as dos outros) quando a razão não nos assista e a inteligência (se tentarmos argumentar nessas condições é mais do que certo) não esteja presente ou nem exista.

 

Ou simplesmente não nos possa valer.

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