Sem ter forma de confirmar a autenticidade do comentário que seguidamente reproduzo, nomeadamente em matéria de autoria do mesmo, arrisco pressupor que se tratará do visado na minha posta anterior. E ainda que assim não seja, existem algumas vacas sagradas neste blogue e uma delas é a de respeitar o direito de qualquer pessoa ou instituição citada nos meus textos a ver publicada a sua reacção com idêntico destaque ao do texto que a motivou.
Respeitando a elegância da reacção em causa, inibo-me de contra-argumentar nesta ocasião. Não é esse, de todo, o objectivo desta posta e chamo por isso a vossa atenção para a reprodução na íntegra da que presumo seja a argumentação de Rui Moreira e que desde já agradeço.
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rui moreira a 5 de Março de 2013 às 14:44
Meu caro, algumas imprecisões, respeitando a sua opinião. Quanto ao apoio de Pinto da Costa, está distraído. ele apoia LFM, quanto à democracia directa, eis o que escrevi no meu livro Ultimato:
A democracia inventou o sistema representativo
que, não sendo perfeito, é seguramente melhor do que
qualquer dos outros de que se tem conhecimento. Claro
que as novas tecnologias desafiam a nossa imaginação, e
há quem acredite que no futuro será possível encontrar
formas referendárias de participação imediata. Essa
forma de participação comporta, no entanto, riscos
muito elevados que a sociologia explica. A democracia
directa, que tem sido ensaiada em referendos e em
petições, é presa fácil dos demagogos e, por isso, um
terreno fértil para as ditaduras.Há, no entanto, óbvias razões que recomendam
que se aperfeiçoe o sistema representativo em função
de critérios razoáveis e democráticos, respondendo-se
assim aos anseios da população. O aprofundamento
da democracia exige que se contrarie o desamor dos
cidadãos pela política. Não se trata de reinventar a
política, que é uma ideia pretensiosa, mas de aproximar
a política da cidadania, de recuperar o debate ideológico,
de responsabilizar os políticos pelas suas promessas, de
os aproximar dos seus eleitores, através de uma relação
entre o eleitor e o eleito que não se expresse apenas no
momento em que se deposita o voto na urna.
Você pode discordar, e reconheço que tentei simplificar o argumento no programa de televisão, como por vezes é necessário em televisão, mas não me tome, apenas, por comentador de futebol. É um pouco snob...
aceite um abraço do
Rui Moreira
Aceito e retribuo, claro.