A POSTA NUMA PORTUGUESA DAQUELAS
Inês Costa venceu o The Art Of Building, um concurso fotográfico internacional com milhares de candidatos.
E como podem ver aqui, a concorrência é feroz.
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Inês Costa venceu o The Art Of Building, um concurso fotográfico internacional com milhares de candidatos.
E como podem ver aqui, a concorrência é feroz.
VALENÇA E OLIVENÇA: UMA COMPARAÇÃO QUE CRESCE NOS "BLOGUES"
Antes de mais nada, quero dizer o ÓBVIO sobre o caso de Valência, e
que se segue.
É, de facto, impressionante a cegueira das nossas autoridades no que
toca a questões de
soberania. Primeiro, foi a Maternidade de Elvas... o que priva
portugueses de Direitos de
Cidadania! Na verdade, se dentro de trinta e cinco anos um elvense
quiser ser Presidente
da República, NÃO O PODERÁ ser, por Não ter nascido em território nacional.
Isto é uma estupidez!
Por outro lado, Olivença... que em alguns blogues se diz estar agora
melhor que no tempo
português... e que Valença, com sorte, poderia seguir o mesmo
destino... convém
esclarecer que, segundo as fontes espanholas... era, em 1801, uma cidade
comparável a Badajoz (História da Extremadura Española, Col.
Universidade da Extremadura,
1996 (mais ou menos), livro de bolso ). Hoje, tem dez mil habitantes,
cerca de 65% do que
tem Estremoz, que
em 1801 tinha pouco mais de metade do que Olivença. Para além disso, a
História, a
Cultura, a Língua, foram apagadas ( e ainda são! Não se ensina aos
oliventinos, na
escola, NADA da sua História).
A irresponsabilidade dos dirigentes portugueses, a sua falta de
sentido de estado e de
dignidade, parece não ter fim.
Voltando a Valença , penso que falta em Portugal uma política
minimamente coerente de
dignidade nacional. Por exemplo, conheço bem a raia
alentejo-extremadura, e fico
estupefacto quando oiço os "alcaldes" (espanhóis, obviamente) das localidades
fronteiriças dizerem-me que, estando as suas localidades a representar
Espanha na
fronteira, têm de ser "salas de visitas", e, portanto, estar bem
cuidadas para não dar
uma má impressão! Ora, do lado português, parece haver um cuidado
extremo... mas, ao
contrário, em mostrar e acentuar (aqui com a cumplicidade do Governo
de Lisboa) o que é
inferior, o que é mau, e em dizer, mesmo quando isso nem é assim, que
"o lado espanhol é
que é bom e desenvolvido". Isto é suicídio político e de dignidade,
digamos assim.
Por outro lado, sejamos objectivos! O "Alcalde" de Tui não deveria
afirmar que vai abrir
um centro de SAÚDE JÁ A PENSAR NOS PORTUGUESES! Isto parece querer
dizer "nós pensámos
nos pobrezinhos (coitados!) que são os desgraçados dos nossos vizinhos
de Portugal". Vejo
isso como uma forma de ingerência... mesmo porque sei que, se algum
Presidente de Câmara
Português tivesse um gesto semelhante para com uma localidade
espanhola, logo a Imprensa
espanhola reagiria com indignação a dizer que " espanhóis não precisam
de esmolas", e
"que os espanhóis resolvem os seus problemas sem recorrer a
terceiros". Esta é a grande
diferença entre governantes actuais dos dois maiores estados ibéricos
(Andorra existe!).
Os governantes portugueses nada estão a fazer por Valença. Governantes
espanhóis, perante
um caso similar, já teriam reagido... como o fizeram quando se içaram
bandeiras
portuguesas na Galiza, a propósito de uma questão desportiva.
Já agora, eu estive em Rio d´Onor há cinco anos, e vi, na parte espanhola,, a
disponibilidade de helicópteros militares espanhóis de P. Sanabria
para levar doentes
para Zamora... apesar de o Hospital de Bragança estar a vinte Quilómetros...
Há realmente, repito, muita irresponsabilidade por parte das
autoridades de Lisboa. Estas
situações criam melindres e ressentimentos. Tudo, afinal, o que pode
vir a ser pouco
saudável na
convivência entre Estados Ibéricos...
Ainda volto a Olivença...pois leio em blogues espanhóis a
queixarem-se de que Portugal
é ridículo nas suas reivindicações, e que acabaria por pedir São Félix
dos Gallegos e
Ceuta...francamente! São Félix dos Galegos foi cedida a Espanha nas
"pazes" gerais de
1411; Ceuta foi cedida a Espanha em 1668, por tratado. Não são casos
comparáveis a
Olivença, que LEGALMENTE deveria ter sido reentregue a Portugal.
Alguns dos meus
antepassados tiveram de sair de lá...
E, devo dizer, pasmo com o argumento "tempo". Depois de Duzentos anos
está tudo
resolvido... O que dizer de Gibraltar, ocupado há trezentos anos...
Mais: este argumento permitiria que qualquer país ocupasse territórios
vizinhos, mesmo de
forma ilegal! Bastaria "aguentá-los" na sua posse durante...200 anos?
Tudo ficaria
"legal"?
Sou pela amizade de Portugal e Espanha, mas como iguais. Não estou
disposto a observar o
que se passa em Olivença, isto é, em plena Democracia, a manutenção de
um sistema de
ensino que não informa os oliventinos, de uma toponímia colonialista,
de apelidos
falsificados.
O Estado Português tem feito o que pode... e sem dúvida poderia e
deveria fazer mais.
Mas... como ir muito mais longe? Declarar uma Guerra? Só assim a
Espanha respeitaria os
Acordos Internacionais? Que dignidade mostraria Espanha dessa forma?
Quero uma amizade Ibérica. Sem "rabos de palha". Situações dessas só
servem para guardar
ressentimentos. Calados quando é conveniente. Mas... vêm ao de cimo à mínima
dificuldade... e com violência! Olhe-se a Jugoslávia nos anos 1990!!!
Estremoz, 09-Abril-2010
Carlos Eduardo da Cruz Luna
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