Eu gosto de jogos de palavras, nem que seja por elas saírem sempre ganhadoras desses desafios que nos impomos quando temos a cabeça demasiado cheia de cenas sem jeito algum ou, pelo contrário, dispomos de espaço no disco para fazermos correr os ditos jogos.
Admito que o meu processador já conheceu melhores dias e a placa gráfica chia mais do que o portão da quinta depois de um Inverno rigoroso sem a bênção de uma almotolia.
Contudo, da assistência técnica que a vida nos oferece como contrapartida para as avarias que consegue provocar fazem parte os pequenos upgrades que compensam o desgaste do material e assim um gajo tem fases em que até computa benzinho.
Um desses chips que o quotidiano nos instala é o acelerador do ego, um portento da tecnologia de ponta capaz de melhorar o desempenho da pessoa a um nível muito superior ao que seria de prever quando se tem em conta um equipamento entradote.
E aqui mudamos o cenário e passamos para o contacto com a natureza, nomeadamente a que nos inspira nomes tão giros como sapo ou tubarão quando mergulhamos nisto dos computadores como forma de vida ou apenas de ocupação de tempos livres (como o horário de trabalho em que me encontro neste preciso instante).
Pois temos então um sapo que, como todos sabem, possui a vantagem de ser anfíbio e nada lhe escapa da vista, dentro ou fora de água. E temos um tubarão que lá vai dando à barbatana no meio do resto da imensa bicharada que um oceano virtual pode contar e no Portugal que bloga é no tal batráquio que se reúnem a maioria dos cardumes.
Regressemos então ao ambiente Windows para perceberem a lógica do raciocínio.
Um dos mais eficazes aceleradores do ego para quem já computa com o desempenho de um Spectrum é o reconhecimento. Perguntar-se-ão, mas que tem isto a ver com sapos e tubarões?
Nada. Pelo menos fora do contexto dos tais jogos de palavras com que a pessoa estica a corda na soma de parágrafos que dizem o mesmo que uma só frase conseguiria.
Mas é essa uma das funções principais dos jogos de palavras: encher chouriços quando o sistema operativo já ameaça crashar por falta de férias ou apenas porque os tubarões apesar de não incharem como os sapos conseguem encher as suas postas com as palavras que jogam entre si o jogo do empurra para camuflarem a vaidade inevitável que podia ser resumida assim, sem deixar de se chutá-la para canto:
O Charquinho está outra vez em destaque no Sapo.
E que diz isso, tu que me acompanhas nestas águas, acerca do teu inequívoco bom gosto?