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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

08
Jan10

RECLUSÕES

shark

Acorrentadas. Necessariamente impedidas de fugirem à custódia mental, impedidas de usufruírem da liberdade condicional.
Silenciadas. Obrigatoriamente amordaçadas para não se gritarem, para calarem aquilo que possuem de letal. Para reprimirem a tentação de exprimirem o que não se pode dizer, coisas que podem doer a quem as soltar por serem cão que morde o dono, perigosas.
Definitivamente asiladas num poço sem fundo no outro lado do mundo, onde ninguém as consiga perceber, banidas de qualquer espaço onde consigam produzir o efeito indesejado que é afinal o seu fim.

 

Preciso ficar calado porque essas palavras reclusas podem dar cabo de mim.

28
Dez09

UMA CRIANÇA

shark

Uma criança, desequilibrada na sua dança mesmo à beira de uma estrada assassina com gente apressada e sem tempo para brincar.
Uma criança, mesmo à beira de tombar no asfalto sem contar com um adulto que lhe possa deitar a mão.
Uma criança, estatelada no meio do chão onde os carros circulam depressa e uma testemunha impotente a gritar a aflição.
Uma criança, a precisar da salvação que um anjo lhe ofereça, num carro um homem apita desesperado para chamar a atenção do condutor distraído que nem viu alguém cair.

 

Uma criança, indefesa.
No olhar uma esperança impossível de travar.

23
Dez09

DESEQUILÍBRIO

shark

Sentou-se na mesa, diante dela.
Em silêncio, começou a construir um castelo de cartas.
Guardou para o fim o ás de copas, que lhe mostrou antes de o colocar no topo como uma cereja no bolo ou uma estrela na árvore de natal.
Equilibrou a custo a carta final do baralho que utilizou e foi então que olhou fixamente para ela, atónita enquanto assistia à difícil construção.
Depois colocou diante do castelo um coração, equilibrado a custo com um fósforo por detrás.
Olhou de novo para ela, muito sério na expressão, e retirou da base uma dama.
E tudo desabou.

22
Dez09

CEM PALAVRAS

shark

Nada mais e nada menos. Apenas o bastante para dizer aquilo que se quer. Tudo. Ou nada.
Nenhuma palavra desperdiçada em vão, cuspida para o meio do chão virtual onde se espalham as palavras entornadas que podiam ficar por dizer. Palavras que ninguém vai escutar ou mesmo ler, por falta de tempo, de interesse ou de paciência.
Palavras arrumadas num contentor numérico, confinadas a uma dimensão suficiente para cumprirem o seu desígnio.
Nada mais e nada menos do que cem. Suficientes para exprimir seja o que for, o ódio, a indiferença ou o amor.

 

Mas sem palavras não fico eu...

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