A posta que essa pessoa é minha conhecida
Quão frágeis, as ligações estabelecidas. Barcos atracados ao porto por fitas de embrulho com lacinhos no fim, amarras simbólicas à mercê da minha ligeira ondulação. Aglomerados em função de rituais indispensáveis de cujo cumprimento depende o benefício da integração num grupo qualquer.
Muito fraca, a sustentação da estrutura assente nos pés de barro que alicerçam a construção de uma farsa obrigatória, de uma fachada aceitável para exibir. Exposta à pressão de cada momento, ao sopro permanente do vento levantado por murmúrios coscuvilheiros e sussurros mal contidos que podem a todo o instante as paredes têm ouvidos, descambar num vendaval.
Preferível ensurdecer, ou mesmo nem querer ver a realidade como ela se apresenta. Maquilhada em profusão, escavacada por detrás. Danificada pela erosão que atribuem ao tempo entretanto passado e no qual, na verdade, prefeririam ter permanecido a sós.