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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

06
Abr15

A posta no cavalo errado

shark

Já soam lá fora as pancadas da vida determinada em forçar a sua entrada pela porta das traseiras, uma vida sem maneiras quando entre a sorte e o azar decide, caprichosa, optar pelo mal que nos possa atingir.

A porta que não aceitamos abrir mas a vida arromba com aríetes poderosos, com acontecimentos dolorosos ou com a chave deixada sob o tapete para onde varremos as lágrimas clandestinas, a da porta de acesso ao sótão onde escondemos fragilidades que ela tão bem sabe explorar.

A chuva aproxima-se das janelas com ganas de as esbofetear, ajudada pelo vento que é cúmplice de circunstância, deixado na ignorância acerca do que a vida decidiu seja para quem for. O vento nem sabe se a vida quer acabar com um grande amor só porque sim. A própria vida tem um fim e não se compadece de ilusões de eternidade, vai moldando a realidade de acordo com os seus humores.

As pancadas aumentam os temores e vão quebrando a resistência, a vida tem consciência do quanto dita as regras do jogo no tabuleiro que disponibiliza. É assim que confraterniza com as pessoas que entende como peões. Um passo em falso, pequenas hesitações, escolhas impossíveis como respostas exigidas sem perguntas que as suscitem.

A vida não gosta que a piquem com uma felicidade excessiva, torna-se muito agressiva e pode mesmo perder o controlo. Nas suas leis não existe dolo porque quase tudo acontece sem explicação plausível, a vida pode ser terrível mas não tem maldade intrínseca e por isso todas as vidas morrem solteiras na culpa. Sem maneiras, à bruta, uma vida invade o seu território e impõe o recolher obrigatório das emoções positivas.

A vida está sempre à espreita de pessoas que se acreditam felizes para sempre, de espaço preenchido por gente que sem sentido se confia ao que o destino determinar.

Sob os escombros das certezas arrogantes jazem as ruínas fumegantes de muitas ilusões construídas afinal sobre o que parecia um quintal e se tratava de areia movediça.

E a vida construtora é também demolidora quando se arma em metediça.  

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