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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

18
Mai21

A posta na hora de ponta

shark

Encurralados pelo trânsito quase parado no engarrafamento das nossas decisões. As adiadas, mais as menos acertadas que nos conduziram ali. Parados no cruzamento, lá à frente o momento de optarmos pelo caminho mais certo a seguir. Semáforo aberto, semáforo fechado, semáforo assim-assim. E atrás o trânsito a abrandar, o destino a buzinar a sua impaciência porque o tempo insiste sempre em passar depressa. Porque nunca há tempo a perder. Preenche-nos o retrovisor, acelerado nas pulsações, hipertenso. E nós ali, quase parados, à espera que se aproxime o momento para passar para um dos outros lados ao dispôr. Pára-arranca. Algum tempo para pensar acerca da hipótese de virar, para depois seguirmos em frente por outro caminho, sempre sob a pressão do que vem logo atrás, consequências, sobretudo pelas omissões.

 

Também podemos seguir sempre em frente, como faz tanta gente que acreditamos bem sucedida, gente muito determinada e sem mácula de indecisão. Gente que tem sempre a razão do seu lado, como um sidecar. Quase nos dá ganas de buzinar como os outros, de acelerar em vão com o caminho obstruído por tanta decisão acumulada naquele ponto de passagem obrigatória para uma das opções. Sem lugares de estacionamento, proibição absoluta de parar. Excepto quando o semáforo exerce o poder no tom da sua luz. Vermelho é mesmo para cumprir, não há nada para decidir e ficamos ali quietos, à espera de outra cor que melhor nos sirva.

 

O pé no acelerador, nervoso. O verde que pode aparecer em qualquer altura e nós ainda indecisos quanto ao rumo a tomar. Em frente, pela zona de conforto que nos oferece a habituação. Ou com uma guinada no volante para alterar a direcção e percorrer outro troço do caminho que falta, do caminho que nos resta até ao fim de uma viagem que acaba sabemos onde, mas não quando e ainda menos porquê. Nem queremos saber, apenas nos move a firme intenção de lermos bem o mapa que a experiência de vida nos ensinou a desenhar. Esboços de caminhos, possíveis futuros, desenhos toscos inspirados nos quilómetros já percorridos no calendário que nos recorda a ampulheta que não podemos virar depois de escoado, a qualquer momento, o pouco tempo que ainda sobra até todo o tempo arranjar forma de nos fugir.

Decisões adiadas, decisões menos acertadas, mais aquelas que são para a vida decidir.

 

 

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