Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

26
Mar12

A POSTA NAS CONTAS DE SUMIR

shark

Tempos atrás, quando ainda mal adivinhava a pancada do facebook, afirmei aqui que deixaria de blogar no dia em que o contador me provasse que teria mais leitores se distribuísse as postas nas caixas do correio do edifício onde moro.

Hoje venho aqui assumir que na altura menti.

Ou enganei-me a fazer as contas, tanto faz.

18
Mai11

A POSTA NA CRISE DE PACOTILHA E NO PATRIOTISMO TRÔPICÁU

shark

Para além de desconchavarem as finanças às pessoas, as crises provocam um dano colateral que é o de desconchavarem as próprias pessoas. Isso é fácil de constatar em dois ou três dias de maior atenção às conversas de café, nas quais se expurgam as emoções violentas provocadas pela dificuldade em escolher o destino de férias ou em jantar todos os dias ou em encher por completo os recintos de diversão, nomeadamente os centros comerciais e os estádios de futebol.

 

Se a pobreza envergonhada é constantemente denunciada por tudo quanto é organização de índole humanitária presume-se que os mais aflitos não falam da crise, antes a calam bem fundo e tentam disfarçá-la a custo perante os olhares atentos da vizinhança habituada a topar esses indicadores de oscilação no estatuto social que tanto pesam nos moldes de relacionamento a adoptar.

Quer isto dizer que as conversas de café são alimentadas precisamente por quem não faz ideia do que é a falta de dinheiro para pagar a prestação ou a renda da casa, apenas ouve falar, e não quer dar nas vistas pela positiva.

 

Quem fala da crise acaba sempre por denunciar o seu alheamento às respectivas consequências. Claro que não falta por onde pegar, os dramas do quotidiano nos telejornais, o problema dos outros, e o inevitável malandro do Sócrates que provavelmente foi o responsável até pela crise financeira mundial.

E um gajo fica calado a mexer o açúcar na chávena, a ouvir a multidão de entendidos acerca disto das crises, gente de gerações recentes, de camadas da população que não fazem ideia da dimensão que a coisa assume no quotidiano de quem precisa de pedir batatinhas na mercearia porque no hiper ninguém as fia.

É gente que numa altura em que a Pátria mais precisa de força e de coragem para dar a volta prefere rosnar que mais valia entregarmos esta merda aos espanhóis (ou aos filipinos, tanto faz desde que sejam mais abastados).

E um gajo continua calado a mexer o açúcar na bica que já é um luxo enquanto os entendidos nesta coisas das dificuldades de uma pessoa, a prestação do leasing do carrão, a reparação do plasma, a mensalidade do colégio privado, as férias que já não podem ser na Tailândia mas, a muito custo, talvez no Peru ou assim.

 

E só dá ganas de um gajo romper o silêncio com algo mais do que a pancada da colher na chávena, de lhes chamar estúpidos com as letras todas por não saberem do que falam e por exibirem a estupidez numa coisa tão óbvia como virarem-se para Espanha, preguiçosos, quando toda a gente sabe, ignorantes, que não faltam argumentos para justificar como melhor escolha para a entrega do país, sobretudo em termos de futuro na única preocupação que os move, uma potência emergente como a China.

 

Ou, na que seria a minha alternativa de eleição (para aproveitarmos o acordo ortográfico e assim, sua gente burra e sem visão estratégica global), o mais ensolarado dos novos-ricos, o nosso irmão Brasil…

20
Abr11

UM TÍTULO E UMA TAÇA. E AINDA PODE HAVER MAIS...

shark

Em vinte jogos disputados com o FCP esta época, o meu Benfica ganharia um.

Azar, a época nunca mais acaba e já ganhámos o tal que havia a ganhar...

 

Não vale a pena dizer mais do que isto: a diferença entre o Porto e o Benfica é maior do que a que existe entre o Benfica e o Rio Ave, por exemplo.

Omeletas sem ovos, são a eterna ambição do meu Glorioso. E esforçamo-nos, e até ganhámos um título no meio da confusão e tudo, com uma equipa de jogadores medianos e dois ou três magníficos que jogam sempre em desvantagem numérica.

 

Para um benfiquista é muito desconfortável constatar, no nosso "inferno", que os diabos são azuis e brancos e irem lá buscar-nos o título e a taça são factos contra os quais não há mesmo conversa de treta de dirigentes fraquinhos que consiga disfarçar.

O FCP joga noutro patamar e por esta época já chega de folclore verbal e mais vale assumirmos de novo a velha e cada vez mais habitual máxima do "pró ano é que é...".

07
Abr11

A POSTA DESENCANTADA

shark

A pessoa adormece, embalada pelo som de palavras tranquilizadoras, democracia, liberdade, e até se permite sonhar com um futuro cada vez melhor, o seu e o de gerações vindouras, os filhos que vemos crescer e a quem transmitimos o legado da confiança que entorpece a passada, bêbedos de sono, entregues a organizações por si sustentadas para garantirem, pelo menos, o essencial.

A máquina que se quer funcional para que a sociedade aconteça sem engulhos ou travões, sem as mesmas limitações de um passado que se viu rejeitado quando o povo se fartou daquilo que agora regressou por uma série de asneiras anedóticas e as ameaças hipotéticas ganharam corpo e tornaram-se tangíveis todas as coisas impossíveis como as pintavam nas histórias de encantar ou nas músicas de embalar no som de palavras prometedoras, garantias de prosperidade, enquanto por detrás do véu vigaristas e especuladores, alquimistas amadores, enriqueciam à custa de um balão que um dia rebentou sobre as nossas cabeças e os pedaços do céu começaram a cair.

E a pessoa entretida a dormir, mesmo depois, com os arquitectos da farsa impunes salvo raras excepções e os restantes (ir)responsáveis por tabela, cúmplices por omissão, ou mesmo por intervenção directa num esquema que nunca souberam interpretar nas repercussões se algum dia corresse mal, com os dedos apontados entre si denunciando culpados de segunda categoria, desviando as atenções dos verdadeiros burlões à escala global, mesmo depois de publicamente expostos na sua condição pelo desastre nos resultados.

 

E a pessoa adormecida, comatosa, ouvindo ao longe os nomes de culpados laranja, azul, vermelho ou cor de rosa que justiça alguma punirá, alheada do presente envenenado para o futuro comprometido que não faz perder o sono, bêbedos de falsa esperança ou de apatia, porque a pessoa dormita à sombra de palavras antigas como árvores centenárias, honra e compromisso, que julgávamos necessárias ao ponto de ganharem raiz.

 

Mas as palavras leva-as o vento como às folhas e na prática ninguém sabe (ou responde pel)o que diz…

05
Abr11

MERECIAM SER TRATADOS COMO NA ISLÂNDIA

shark

Há em mim um dilema quando vejo os bancos em aflição ao ponto de exigirem um pedido de empréstimo intercalar por parte do Governo.

Se, por um lado, me preocupa a situação pelo que implica em matéria de má condição financeira do país, pelo outro sinto um prazer dificilmente reprimido ao ver a banca passar por algo de parecido com o que aplicam aos seus clientes mais aflitos.

24
Fev11

A POSTA POR SISTEMA

shark

Sobretudo no mundo do futebol, mas um pouco por todas as actividades, assentou arrais uma expressão daquelas que o povo usa para sintetizar um problema crónico, para encontrar uma explicação simples em versão bode expiatório para tudo o que corre menos bem ou simplesmente não avança.

Essa expressão é o sistema, um conceito cuja interpretação depende sobremaneira da posição relativa da pessoa quanto ao sistema em análise.

 

De facto padece de análise, esta manifestação de impotência colectiva perante uma forma de poder traduzida, grosso modo, num conglomerado de interesses que começa por ser um feudo específico em determinado sector e que funciona como um vírus capaz de converter, por exemplo, uma articulação numa pedra. A partir daí a coisa alastra até todo o corpo (neste caso uma organização ou mesmo várias) até à paralisia quase total. Ou seja, a coisa até funciona mas apenas em função dos interesses que o tal sistema alegadamente servirá e ao ritmo lento que melhor se adequa à respectiva manutenção.

 

O sistema surge assim como um papão que espalha uma doença terrível que impede o correcto desempenho de um qualquer mecanismo criado para fazer acontecer algo que até acaba por acontecer mas em moldes que escapam ao controlo da população em geral e mesmo dos poderes que são sempre suspeitos de cumplicidade com qualquer sistema.

Na verdade, a imagem colectiva desse conceito sinistro associa sempre rumores ou mesmo suspeitas que nunca se traduzem em algo de concreto mas cria uma mística de invencibilidade em torno desse monstro que desvirtua as boas intenções de qualquer conjunto de regras ou de pessoas manipulando os cordelinhos de paus mandados nos bastidores dessa casa dos horrores que ninguém sabe bem onde (e como) fica mas toda a gente já ouviu falar.

 

A conjugação da impunidade presumida dos componentes de um sistema, por norma poderosos e muito hábeis na defesa daquele todo que deixa ver apenas contornos desfocados por detrás de um véu imaginário, com a passividade tradicional perante estas coisas (compadrios, cunhas, desenrasques, alianças por conveniência ou em torno de um elo de ligação natural como o vínculo familiar ou de simples vizinhança), tudo isto cria uma aura artificial de indestrutibilidade que acaba por constituir ela própria um dos principais argumentos para o perdurar do tal sistema que parece existir fora do nosso, o Solar, tamanha a (aparente) dificuldade em lhe identificar as características, localizar o pouso e cortar o mal pela raiz de forma... sistemática.

 

Não faltam alegadas vítimas dos vários sistemas que responsabilizamos, não podendo ser o Sócrates, enquanto culpados do costume quando as coisas parecem emperrar logo que caem sob a alçada do sistema, esse malandro anónimo que arrasa todas as ameaças potenciais à sua existência que se presume eterna até prova em contrário e essa nunca aparece inequívoca o bastante para prenderem os (alegados) maus e entregarem de novo o circuito e a cadeia de interesses às pessoas de bem. Mas essas escasseiam, tal como eventuais paladinos, cavaleiros da lei e da ordem capazes de enfrentarem o dragão (mesmo que tenha a cara chapada do Pinto da Costa ou de qualquer outro suspeito de arquitectar um sistema à medida das suas necessidades ou dos seus mais próximos) com a audácia e a descontracção de quem abraçou como causa o seu martírio.

 

Concluo esta breve incursão pela mitologia urbana adiantando que esta posta se deve em boa medida à influência perniciosa daquilo que a motivou.

Mas é possível vencê-lo (o bicho mau): Bastou dar-me para trabalhar um nadinha e o meu sistema (o informático) de imediato crashou...

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2010
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2009
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2008
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2007
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2006
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2005
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2004
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D

Já lá estão?

Berço de Ouro

BERÇO DE OURO