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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

18
Jul08

DO PROFUNDO SUPERFICIAL QUE NOS TRAI

shark

Algumas das nossas impressões acerca de algo ou de alguém derivam de puras associações de ideias e pouco mais. Pouco nos esforçamos para confirmar sequer a validade dos pressupostos, na nossa cabeça damos por encerrada a questão.

Se a for igual a bê e este coincidir com cê a lógica é irredutível na sua imposição.
E assim vamos tomando decisões em função dessas conclusões tantas vezes precipitadas, sobretudo quando se trata de pessoas, precisamente porque fundamentadas sem ter em conta as múltiplas variáveis que se associam ao aparente dois mais dois.
 
Estas contas de cabeça, primárias, acabam por definir muitos rumos que se presumem menos aleatórios por se basearem num esforço de raciocínio mas não raras vezes de duvidoso valor. E a questão ainda se torna mais movediça quando está em causa o hear say, o famoso “ouvi dizer” que raramente origina mais do que boatos ou pistas falsas das que o emprenhar pelos ouvidos, para citar apenas um dos métodos “científicos”, é sempre tão fértil a suscitar.
Imensos equívocos são alicerçados a partir das tais associações de ideias fáceis que nos turvam o discernimento com um manto de preguiça, a que deriva da ilusão de que já sabemos o bastante para formarmos uma opinião.
Acerca de algo ou de alguém. E agirmos em conformidade.
 
Pelo que a vida me tem ensinado, este fenómeno não é alheio a qualquer um de nós. Reagimos em função de uma carrada de estímulos que nos influenciam, mais as pressões que nos enfraquecem, menos a disponibilidade para prestarmos a devida atenção antes de catalogarmos à queima.
A margem de erro, colossal, navega nas águas turvas do circunstancial, do momento e das condições em que cada um/a se confronta com a necessidade ou o mero impulso de proceder a avaliações que até podem condicionar em definitivo a sequência de acontecimentos subsequente.
 
Somos demasiado desatentos para com as outras pessoas (excepto quando, por exemplo, as tomamos de ponta) e isso comprova-se com a facilidade com que acima misturo, por duas vezes, algo e alguém. E aposto que nenhum de vós estranhou quando se deparou com essa conjugação que, afinal, reflecte um pouco essa leviandade que nos tolhe a percepção e nos arrasta para o disparate, para a ignorância arrogante ou para ainda pior.
 
A coisa torna-se ainda mais complexa quando juntamos o pouco que sabemos à falsa sensação de que conhecemos o objecto (ou a pessoa) quando afinal muitas vezes nem aos mais próximos (e às vezes sobretudo) concedemos a tal atenção, o interesse, o empenho que nos permitem afirmarmo-nos sabedores.
 
É esse o risco maior de entre os muitos que corremos sempre que entendemos agir para confirmar falsos pressupostos ou mesmo retaliar tendo como ponto de partida suposições infundadas.
 

E depois queixamo-nos com o retorno foleiro que pode surpreender-nos quando, por algum imprevisto, perdemos o controlo do jogo porque acabamos por provocar reacções inesperadas.

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