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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

30
Jun08

MAKE UP

shark

Fazemo-nos fortes porque sabemos que nos pressentem os medos, as debilidades, e não nos poupam a qualquer tipo de pressão.

Fazemo-nos fortes perante a banca necrófaga que nos sobrevoa a existência com borboletas enquanto a sustentamos, voraz, com a fatia maior do sucesso financeiro que sejamos capazes de obter até lhes constar uma falha respiratória ou uma batida irregular no coração que é afinal uma cabeça fria e implacável dos abutres em que se transformam quando as coisas correm menos bem.
 
Fazemo-nos fortes também perante os vizinhos, os amigos e os familiares a cuja porta não batemos quando a aflição aperta para evitarmos acrescentar-lhe a desilusão costumeira, a confiança que fazemos por merecer mas nunca se ergue por entre os receios quando chega a sua vez de se afirmar. Para evitarmos o embaraço que pode advir do sim como do não e empurrar-nos ainda mais para o chão onde nos sentimos rastejar nessas alturas em que pedimos apenas uma oportunidade para mostrar o que valemos e que para os de fora é de todo irrelevante para a questão.
 
Fazemo-nos fortes aos inimigos e adversários, agigantamo-nos na directa proporção da crescente aflição que nos cerca a passada com campos de minas que detonamos a cada intervenção desastrada, os flancos à mercê de quem possa extrair da nossa queda alguma forma de prazer.
Evitamos as coisas que fazem doer e já nem o justificamos pela arrogância ou pela estupidez mas apenas pelo instinto de conservação que nos tenta poupar a mais estilhaços numa estrutura emocional feita em farrapos por tudo o que nos consome aos poucos a resistência e a vontade de lutar.
 
Fugimos em frente quando pintamos a força no olhar ou no discurso e tentamos cobrir as mazelas que nos possam enfraquecer aos olhos dos outros, ameaças potenciais quando o contexto nos aperta num torno imaginário até quase nos sufocar.
 
Fazemo-nos fortes, disfarçamos.

Até muito tempo depois de qualquer tipo de força se esgotar.

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