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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

15
Out05

A POSTA QUE CONSEGUIMOS!

shark
mover montanhas.JPG
Foto: sharkinho

É difícil nesta altura concentrar-me na feitura de uma posta "normal". Como podem constatar pelas anteriores, a minha cabeça está presa num objectivo que a desvia de quase tudo o que daria tema para uma destas minhas conversas convosco.
Em causa está a possibilidade de em conjunto fazermos alguma diferença, de servirmos de exemplo para que outros acreditem na sua capacidade de intervir, de descruzar os braços perante as realidades que nos devem atormentar. E esta hipótese vai nascer da blogosfera, desta comunidade virtual que nos une.

Desta vez, a união faz-se em torno de um objectivo que só pode orgulhar quem a ele se associe de alguma forma. É uma oportunidade de ouro para que cada um de nós desvie uma parte da sua atenção para aqueles que não têm quem lhes deite a mão.
Temos um meio, uma via de comunicação. Só precisamos da vontade e da fé. O resto acontece porque queremos que assim seja, porque precisamos de combater a sensação de impotência que, estou certo, já vos afectou de uma forma ou de outra.
Em causa estão crianças. Que padecem de dificuldades que mal conseguimos entender, quando aos nossos filhos nunca se coloca a hipótese de lhes faltar a comida no prato, dias a fio, até a morte acontecer.

Às vezes ficamos com a ideia de que o sofrimento de milhões é um mal necessário e que não há nada a fazer. O tanas! Obstáculos não faltam, pretextos desanimadores também não. Mas eu não consigo viver mais tempo com a imagem de uma mãe a quem desfalece um filho nos braços, com o meu comodismo a contribuir para que tal aconteça. Não me suporto cúmplice de tanta tragédia, por abstenção. Pela indiferença.
Com menos de cem homens, Fidel Castro concretizou uma revolução. Não está em causa a ideologia, o sucesso, o benefício que essa revolta trouxe (ou não) para o povo que se deixou contagiar pelo espírito de Sierra Maestra. É um exemplo de que bastam uns quantos para mudar o que parece inalterável.

No momento em que escrevo estas linhas, o embrião de uma iniciativa improvável nos dias apáticos que vivemos está a crescer, está a mover pequenas elevações que são um grupo de pessoas cujo esforço poderá amanhã mover as montanhas que se formem com a multiplicação de vontades que cada um de vós pode ajudar a concretizar. Não sei no que isto dará, apenas acredito que uma vida que se salve, um futuro que se ofereça, fará valer a pena agitarmos as águas da nossa consciência e arregaçarmos as mangas para lutar contra a indignidade que está a acontecer a esta hora. Enquanto eu gasto o meu latim a tentar convencer-vos que vale a pena, estes minutos investidos num simples texto, várias crianças em diversos pontos do planeta soltaram o seu último suspiro.
Isto dói.

Não vale a pena? Porquê? Porque os líderes corruptos dos países pobres desviam os donativos? Porque os líderes gananciosos dos países ricos os sustentam no poder, com o nosso beneplácito, para poderem manter o status quo desta merda de civilização ocidental onde nada falta excepto a vergonha?
Era só o que faltava. Não está em causa apenas a vida ou a morte de milhões de pessoas a milhares de quilómetros de distância. Está em causa a dignidade com que nos comportamos, a felicidade que nos escapa por entre as brechas que se criam num quotidiano feito de trivialidades sem sentido algum.
Salvar vidas, oferecer esperança. Isso sim, são coisas que nos podem ajudar a enfrentar o espelho com um brilho no olhar.

É por isso que vos convoco para esta pequena batalha que iremos travar, pela nossa própria salvação enquanto pessoas de bem. Não basta provarmo-nos capazes de vencer as pequenas barreiras de treta que uma vida normal acarreta. Temos que querer ir mais além, temos que nos afirmar, de nos agigantarmos perante a desdita dos que nasceram no sítio errado, no tempo mais cruel que a Humanidade já experimentou.

Gostava muito que a blogosfera, as pessoas que a fazem, pudesse um dia ser recordada como o ponto de partida para uma forma de estar mais solidária e actuante.
Gostava que conseguissemos contagiar o mundo inteiro com a exibição da nossa capacidade de intervenção.

Um pedacinho desse sonho está em marcha para se concretizar. E vocês, vão deixar-se à margem do milagre que podemos em conjunto materializar?

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