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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

21
Set05

A POSTA NAS TRASEIRAS

shark
faz de conta.jpg

Alguém sugeriu o título desta posta na caixa de comentários da casa do tubarão. Pelo título percebe-se do que se trata e é um assunto que não me lembro de ter abordado de forma directa neste blogue. Confesso que não tinha encontrado até à data uma abordagem à altura e continuo sem a certeza de que o conseguirei. Mas ando desertinho para retomar o tema sexo no charco e achei que seria interessante enfrentar este desafio. Sem rede.
Ou seja, acabei por desistir de planos e de conjecturas e estou a escrever "em directo" aquilo que me ocorre acerca de um dos maiores tabus do sexo heterossexual: o sexo anal. Distingo a heterossexualidade em específico apenas porque nunca tive acesso a outras perspectivas que não desdenharia abordar. E não gosto de falar acerca de matérias que não domino, sobretudo quando está subjacente uma opinião acerca do que falo. Favorável, no caso em apreço.
Vamos lá então...

É inegável que o assunto causa desconforto, mesmo entre casais com anos acumulados de intimidade na cama. Por isso o apelidei de tabu mais acima, pela visível renitência da maioria das pessoas em enfrentarem as suas vontades e/ou fantasias, enfim, mais arrojadas. O sexo anal parece-me entrar neste grupo das "vergonhas" que muitos(as) ambicionam mas ninguém quer debater. Se estou errado é porque me tenho dado com gente tímida aos magotes e não há nada a fazer.
Não é fácil encontrar uma forma de colocar um desses apetites clássicos (o homem que nunca fantasiou com um cu que avance com a primeira palavra) à pessoa que temos connosco na cama, sobretudo se as condições não são as ideais em termos de intimidade, de à-vontade ou da privacidade indispensável para uma "extravagância" carregada de mitos e de cargas pejorativas.

O mito da dor é o primeiro. Pinta-se a coisa como se um pénis se transformasse de repente num gargalo de garrafa e um ânus não passasse de uma argola rígida de metal. Um absurdo, claro está, até porque se as dores de uma penetração inaugural fossem assim tão insuportáveis o número de virgens não parava de crescer. E nem consta que sejam experiências directamente comparáveis. Mas é um pretexto como outro qualquer para nos perturbar a mona e nos afastar do prazer e da realização pessoal. Não faltam dessas merdas que nos castram.
Até num hipermercado é fácil de obter um gel lubrificante para eliminar o efeito da fricção. E a elasticidade do ânus, posta à prova a partir do interior em determinadas superproduções intestinais, tem milénios, quilómetros de experiências bem sucedidas. E aquela história do Reinaldo e da Laura Diogo não passou de uma lenda urbana para papalvos atesoados e doentios...

Mas existem outros aspectos que condicionam as pessoas nessa delicada opção que um corpo nos dá. O nojo (sempre presente de alguma forma quando o sexo protagoniza) é outra das barreiras psicológicas de alguns, bem como o tradicional medo das consequências (há adultos que temem que o ânus não regresse ao tamanho original depois de alargado dessa forma). E mais uma carrada de falsos argumentos que diabolizam o que deveria ser uma alternativa a considerar sem reservas. Claro que falo sob a confortável perspectiva de quem vê o assunto do lado mais simples e menos assustador da coisa, mas é esse que me compete e do outro lado da história que fale quem puder e souber.

O sexo anal é uma maravilha, afirmo-o como homem que não abdica do instinto natural para possuír, para dominar a fêmea que me deseja, que me quer dentro de si. Na minha ideia, representa um passo fundamental na evolução de uma cumplicidade a dois. Porque requer muita confiança. Um bruto pode provocar enorme sofrimento dessa forma e é natural que se escolham homens capazes de mudanças de ritmo em função da pessoa e da circunstância. Neste contexto, se uma mulher me aceita como parceiro no sexo anal eu entendo o gesto como uma evidência do seu empenho e da sua sensualidade explosiva, aliados a uma confirmação clara dos sentimentos de confiança e de proximidade que lhe inspiro. É a minha forma de o sentir e não pretendo fazer escola, insisto.

A simples concretização desse passo elimina a hipótese de a vontade degenerar em desejo obsessivo, como parece acontecer a alguns. Constou-me até a negação de tal privilégio como explicação para o fim de matrimónios, embora eu admita que possa ser um exagero. Mas nem são necessários pretextos, na minha óptica. Sexo propriamente dito implica a exploração dos corpos no máximo do seu potencial para o prazer, sem fronteiras. É assim que explico a minha versão acerca deste falso melindre, desta tolice fantasma que nos inibe até de conversar sobre "essas coisas".
E claro que fica salvaguardada a divergência de sensibilidades e de opiniões. Não tenho o monopólio do conhecimento nesta área específica, como reconheço acima, e posso falar apenas da minha experiência pessoal (como sempre fiz).
É essa que me concede o direito de fazer a apologia de tudo quanto na vida me impressionou.
E em algumas questões sou um gajo muito impressionável...

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