31
Jan08
A IRREPREENSÍVEL EUROPA
shark
No mesmo velho continente onde existe um país cujas suiniculturas descarregam detritos nos rios mais à mão e onde nem há muito tempo se descobriram explorações onde os animais morriam à fome e se comiam uns aos outros, nesse novo mundo onde o ar é sempre puro e a fruta parece adereço, foi decretado um embargo à carne do Brasil.
Parece que as condições sanitárias brasucas não correspondem aos critérios, aos elevados padrões que a União Europeia mergulhada em Asseptal quer impor (também) aos de fora.
São questões de saúde pública, politicamente intocáveis, que ninguém contesta por se saber automaticamente mal no boneco se sair em defesa da picanha, da maminha e do resto da pouca carne tenra e saborosa que ainda vamos provando neste nosso paraíso impoluto onde cada vez mais sabe tudo cada vez a menos.
Estão em causa milhões de euros mais a saúde das relações comerciais (e diplomáticas, se esticarem a corda em demasia) entre a Europa a que pertencemos e o Brasil que descobrimos. Entre a mulher abastada a que juntámos os trapinhos por conveniência, justificada a ligação pelo legado cultural comum ou coisa que o valha, e a amante que nos apaixona e cuja carne sempre nos dispara a tentação.
No rodízio dos interesses em causa estarão certamente imensos factores que nos escapam, a nós leigos apanhados nas curvas por estes braços de ferro que nos vão privando de prazeres com base num medo permanente das inúmeras doenças possíveis, do colestrol, das vacas loucas, da sida, do cancro do pulmão.
Condenados à tirania do fitness e à salubridade isenta de risco, mas igualmente desprovida dos sabores como os recordam os que cresceram na tal terra onde dantes a malta produzia queijo da serra sem luvas de borracha nas mãos.
Parece que as condições sanitárias brasucas não correspondem aos critérios, aos elevados padrões que a União Europeia mergulhada em Asseptal quer impor (também) aos de fora.
São questões de saúde pública, politicamente intocáveis, que ninguém contesta por se saber automaticamente mal no boneco se sair em defesa da picanha, da maminha e do resto da pouca carne tenra e saborosa que ainda vamos provando neste nosso paraíso impoluto onde cada vez mais sabe tudo cada vez a menos.
Estão em causa milhões de euros mais a saúde das relações comerciais (e diplomáticas, se esticarem a corda em demasia) entre a Europa a que pertencemos e o Brasil que descobrimos. Entre a mulher abastada a que juntámos os trapinhos por conveniência, justificada a ligação pelo legado cultural comum ou coisa que o valha, e a amante que nos apaixona e cuja carne sempre nos dispara a tentação.
No rodízio dos interesses em causa estarão certamente imensos factores que nos escapam, a nós leigos apanhados nas curvas por estes braços de ferro que nos vão privando de prazeres com base num medo permanente das inúmeras doenças possíveis, do colestrol, das vacas loucas, da sida, do cancro do pulmão.
Condenados à tirania do fitness e à salubridade isenta de risco, mas igualmente desprovida dos sabores como os recordam os que cresceram na tal terra onde dantes a malta produzia queijo da serra sem luvas de borracha nas mãos.