20
Nov04
A MINHA PRIMEIRA VEZ
shark
Estou furiosa com o movimento feminino. Estão sempre a dizer que as mulheres são mais inteligentes do que os homens.
É verdade, mas devia ser mantido em segredo, senão estraga a pândega.
Anita Loos
Bom dia. Não costumo recorrer a citações, mas achei que esta entrava bem na posta.
Ontem fui ao meu primeiro jantar de blogueiros, apareci de surpresa e fiz a minha estreia nestes blind dates colectivos que tanta curiosidade me despertavam.
O evento decorreu na Mealhada e foi organizado por duas blogueiras afamadas, a Gotinha e a São Rosas. Se o evento em questão ilustra o espírito habitual da coisa, faço-me desde já convidado para todos os convívios desta natureza que venham a acontecer.
Consegui regressar a casa, algures a meio da madrugada, e já não foi nada mau. O meu aspecto era deplorável: medi forças com a tenaz de uma sapateira mergulhada no arroz de marisco e a tenaz da sapateira ganhou. O molho era a sua arma e o meu martelinho idiota provocou a detonação. Vi logo que o caldo estava entornado e entrei num acordo tácito com a parceira do lado, vítima dos danos colaterais. Perdido por um...
Mandámos vir reforços. Espumante caseiro, tinto, para acompanhar o leitão. Espumante caseiro, muito. A festa instalou-se, abrilhantada pela Tuna Meliches, e precisava de duas postas para abordar todos os pormenores. Para além das organizadoras, conheci mais uns quantos blogueiros(as) e comentadores(as) oficiais. Tudo gente boa, até metia impressão. E se, no início, fica sempre a sensação esquisita de estarmos face-a-face com as pessoas do lado de lá do monitor, com malta desta craveira o degelo acontece sem demora. Assunto não nos faltou. Faltou-me foi pedalada para acompanhar os últimos resistentes na sua romaria pela noite coimbrã (eu tinha que ir dar comer ao cão, enfim...).
A São e a Gotinha, como esperava, revelaram-se duas senhoras fora do comum. Superaram até as minhas melhores expectativas. Pela simpatia, sorriso fácil, pelo acolhimento, tudo à fartazana, e sobretudo pelas surpresas que prepararam para nos entreter. Quem não foi, amigas e amigos, não sabe o que perdeu mas posso assegurar que é disso que se trata. E no final, até tivemos direito a um poema feito de propósito pelo Orca (um tipo espectacular). Sim, a Cultura esteve presente, sempre que o vozeirão do Jorge Costa o permitiu (outro tipo espectacular, que bloga mas não consegui descobrir onde).
Aumentou a intensidade da minha ligação à blogosfera. Aumentou a minha consideração pelas pessoas que agora conheço ao vivo e a cores. E aprendi ainda duas importantes lições: nunca, mas mesmo nunca, se deve desafiar uma tenaz de sapateira. E não vale a pena contar com o espumante caseiro, tinto, para tirar as nódoas difíceis...