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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

04
Mai05

A POSTA NA BOA ONDA

shark
quartosete.jpg

Há espaços que se agarram a nós como sanguessugas. São parasitas das emoções que nos invadem quando os lembramos, colam-se às memórias como adereços, como cenários do palco onde a nossa vida acontece e os aplausos que ecoam são os sons dos momentos especiais que associamos a cada lugar e às pessoas que a eles nos ligaram pela sua presença num lapso de tempo que recordamos feliz.

São coisas de pedra, sem vida própria, a que nem atribuímos qualquer importância quando as olhamos sem paixão. Nem sabemos que existem até ao dia em que servem de referência para o que de importante ali nos aconteceu. E sabemos que deixarão de existir um dia, convertidos em ruínas, entulho e pó, como nós e as recordações que acarinhamos. Marcos da nossa pequena história pessoal, insignificantes aos olhos de quem não a partilhou. Meras fachadas.

E no entanto, tão intensas as alegrias e as dores, as tristezas e os amores, as esperanças e as desilusões. Tanto de nosso e de quem nos partilhou em dado instante, amigo ou amante, embutido nas paredes onde se acotovelam as imagens sobrepostas das experiências de quem por lá passou antes de nós. Ou depois.
Tanto de tudo. Tanto de bom.

Inexpressivos, os espaços, numa fotografia apreciada por quem nunca os conheceu. Como a que acima vos exibo, branco e amarelo, mais o azul acima, cores que o sol pinta com reflexos de luz. Instantâneo de uma realidade da qual apenas uns quantos (re)conhecem o tom. Mensagem indecifrável, segredo. Que vos conto sem fornecer pormenores, apenas com a garantia de que o espaço retratado faz parte de mim e de que assim vos ofereço outro retalho do homem que sou. Numa ilustração de uma fachada que afinal pode nem vos dizer nada, se nada vos liga aos contornos que mal esbocei.
Mas que diz tudo a quem justificou, afinal, a minha vontade de estar ali, todos os dias, na lembrança do que passou e na esperança do que ainda está por vir.

São coisas de pedra que construímos na cabeça para nos abrigar o coração.

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