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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Abr05

A POSTA 69

shark
Para alguns não passa de um número. Para outros não passa de (mais) uma fantasia por concretizar. Ainda restam os que lhe acham piada, ideal para uma bem sucedida tirada brejeira e nada mais. Para mim é um símbolo do sexo como eu o vejo: na maior intimidade possível entre duas pessoas, a entrega total ao corpo do outro, a dois.

Acho que seria capaz de enunciar 69 boas razões para levarmos a sério o que ele implica na nossa simbologia sexual. Mas isso tornaria esta posta em mais um lençol dos meus e eu ando a ver se encurto a coisa para não vos obrigar a lerem na diagonal. Isto embora eu acredite que o tema em apreço justificará a vossa atenção.
Porque não é um tema fácil de conversar, embaraça-nos. Como tudo o que mexa demasiado com as vergonhas que o mundo se esforça por nos incutir. Credo, pode-se alguma vez falar de uma coisa tão intima, tão nossa? Eu acho que sim, embora admita que nesta primeira abordagem ao tema me queira cingir mais ao aspecto teórico da questão.

E a teoria começa e acaba precisamente no que representa para mim essa posição na qualidade de amante. Sou um incondicional. Quando uma relação entre duas pessoas atinge tal grau de empenho e de desinibição, não duvido que estamos perante um caso sério de paixão ou uma feliz reunião de dois amantes como eu gosto de os entender. Sem vergonhas, sem nojos, sem falsos pudores, capazes de apreciarem os corpos enquanto fontes inesgotáveis de proximidade e de prazer. Vou mais longe e, embora possa não parecer, defendo esta noção no âmbito do romance também. Quando duas pessoas trocam fluidos, algo de cada uma entra em definitivo no sangue da outra. Nessa perspectiva, tudo o que venha é bom, se vier de alguém especial. Por quão bizarro isto vos possa parecer.

Eu não consigo emporcalhar as coisas belas. E nunca escondi que integro o sexo nesse conjunto das maravilhas que a vida pode oferecer-me. O sexo tem que ser um objecto de culto, de uma forma saudável, à medida do desejo e da sensibilidade de cada um de nós. O número mágico, que evoca a reciprocidade indispensável numa relação sexual, representa para mim uma das mais intensas e agradáveis manifestações do que dois seres humanos sem merdas são capazes de se proporcionar. Representa o meu ideal de perfeição, pelo que implica em matéria de sintonia, de entrega e de partilha. Não é uma condição. É uma imagem que traduz a minha forma de ver as coisas e de as sentir.

Claro que nem duas postas bastariam para dizer tudo o que me ocorre acerca desta minha preferência, de entre algumas pelas quais nutro particular devoção. E se a vossa reacção me encorajar (confesso que não a adivinho nestes assuntos mais "melindrosos"), não terei qualquer problema em retomar o assunto sob uma forma mais incisiva, sob qualquer formato.
Mas julguei apropriado começar pela aritmética antes de passar ao estudo da função. O 69 não é de facto um número qualquer quando associado ao sexo que o imortalizou na sua iconografia e na nossa imaginação.

Estou disponível para trocar impressões convosco acerca do tema, nem que à luz da sua inegável carga emocional ou da interpretação que lhe dou (de resto tão válida e pertinente como qualquer outra).
E nem me interessa prioritariamente saber se, como eu, já praticaram. Não é de um censo que se trata, mas do bom senso que nos implica o imperativo moral de combatermos todos os tabus.

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