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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Mar05

AS RÉDEAS NA MINHA MÃO

shark
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De há uns tempos a esta parte tenho sido confrontado com as diferentes armas de arremesso que a vida utiliza para me condicionar. Compromissos que assumi à luz de determinados valores e de factores que influenciam decisões, transformados de quando em vez em instrumentos de inibição das minhas escolhas.
É a velha questão dos preços a pagar. Um passo em falso e lá estamos nós a receber a factura. Vive-se com isso sem problemas enquanto não se atinge um ponto de saturação.
E quando este surge no horizonte, devemos preparar-nos para uma revolução nas nossas vidas.

Eu vou dar início à minha. Começo por onde posso, por onde tenho meios e força para pegar. Por onde o risco corrido é dos maiores o que menos me preocupa. É um processo que já enfrentei, mais do que uma vez, e envolve ganhos e perdas semelhantes aos que já conheci. É a revolta que recuso deixar morrer porque sempre me ajudou a reagir nos momentos mais complicados do caminho. E não se trata de uma revolta no sentido pejorativo da palavra, não é de sentimentos negativos que vos estou a falar. Estou a falar daquela chama que deve apoderar-se de nós quando a mudança deixa de ser necessária para se assumir imperiosa. Falo da vontade e da determinação para darmos a volta ao texto quando os sinais se acumulam nesse sentido. Antes que morra a força da revolta no nosso interior, isolada entre o conformismo, a apatia e a ameaça de futura mas inevitável capitulação.

Eu gosto dos meus dias com prazer. A fazer o que gosto, a gostar de fazer o que preciso, a precisar de me sentir feliz e realizado e a estender essa boa onda a outras pessoas. Nada de novo, afinal. Então, o dilema nem se coloca e preciso apenas de proceder aos ajustamentos necessários para que tudo se encaminhe mais no sentido da filosofia de vida que reconheço como certa. À minha custa, e nunca de terceiros, como sempre fiz questão de acautelar.
Claro que isso implica riscos a correr, decisões difíceis a tomar, novos desafios a assumir e requer coragem e bom senso. Sem fugas mas com transições. Deveras estimulante para um homem como eu me aprecio.

E também é clara a distância que me separa dos objectivos que agora tracei e o cuidado que terei de manter para agitar as águas apenas o bastante para as filtrar do entulho, para contrariar a corrente e a ondulação que me afastam da costa, para longe do que quero ser. Já não posso influenciar a maré, pelos condicionalismos a que fiz menção e outros, mas posso remar contra ela recorrendo à mente e ao coração. Duas forças poderosas, combinadas. Alimentadas pela revolta simpática a que fiz alusão, a mesma que tento incutir nas pessoas que se cruzam no meu caminho e não escondem a sua força interior, quantas vezes abafada a custo, como uma frágil rolha de cortiça no cone de um vulcão mal adormecido. Ao fim de demasiado tempo, e o tempo não deixa de correr enquanto nos acomodamos, a rolha calcifica e o vulcão adormece de vez.

Recuso envelhecer dessa forma e partilho com as pessoas que me interessam esse “bichinho” da revolução que, cedo ou tarde, todos temos que efectuar para colocarmos de novo a nossa vida nos melhores carris. E às vezes é tão simples quanto limar algumas arestas, tirar da frente dos olhos os obstáculos a uma visão cristalina do que nos sonhámos e do que estamos a ser afinal. Outras vezes não. Mas vale sempre a pena, pela pica que nos dá sentir nas mãos as rédeas de parte do nosso destino e podermos embicar a galope pelos trilhos que a razão não bloqueia, a emoção muito anseia e a intuição sempre aconselhou.

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