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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

18
Mar05

COMO TE BEIJO

shark
HaymanResort_03.jpg

Entraram no apartamento como dois amigos. Riam muito, como sempre acontecia quando a sua relação de vizinhança lhes oferecia uma oportunidade para conversarem.
Mas nesse dia encheram o edifício com o eco das suas gargalhadas, depois de uma surpresa inesperada num momento crucial.
Encharcados, beijo interrompido por um banho frio e inesperado, buscavam toalhas mas também os corpos pareciam reclamar-lhes um momento de procura. Os corpos buscavam o beijo que as circunstâncias pareciam negar.
Quando pararam de rir, o silêncio instalou-se e seriam os olhos a prosseguir o diálogo.
Ele sorriu e arriscou uma proposta que lhe repicava na mente como os sinos de todas as igrejas do mundo, uma loucura.
- Vamos tomar um duche?
E ela, mais surpreendida consigo própria do que pelo arrojo daquele convite, aceitou.

A água quente que os molhava agora era o único som que se ouvia, para além das batidas aceleradas de dois corações. Lavaram os corpos mais as incertezas e as hesitações, sem palavras, apenas os toques suaves na pele e os olhares cada vez mais cúmplices que se trocavam.
Ele tirou-lhe das mãos as toalhas, pousou-as no lavatório e segurou-lhe a mão e puxou-a para junto do espaço que ela preferia. Deitou-a sem pressas, passou-lhe os dedos pelos cabelos e o beijo interrompido recomeçou. Gota a gota. Até lhe encontrar os lábios que procurava e neles afundar o instrumento do seu desejo, a boca desnecessária para falar naquele momento de paixão.

Interminável o beijo, insaciável o desejo, corpo dela agitado, um sismo desenhado na pele pela marca de mil e um arrepios. Até num grito lhe transmitir o momento certo para parar.

E ele, embora pronto para um novo capítulo daquele conto que escrevia com tipografia de ferro em brasa no flanco da imaginação, ergueu a cabeça, pousou o queixo no baixo ventre da sua amante por cima das suas mãos crispadas e deixou-se ficar, por instantes, a seguir-lhe no rosto o rasto sereno de um resto de prazer.

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