21
Fev05
O HOMEM QUE EU GOSTAVA DE SER
shark
Nunca na minha vida fui tantas vezes questionado e confrontado com as minhas limitações como desde que aderi a este fenómeno da blogosfera.
Nunca tive que pedir desculpa tantas vezes, nunca fui alvo de tantas acusações e nunca tive indicadores tão óbvios de que a bota das minhas convicções não joga com a perdigota das opiniões dos outros a meu respeito.
A ninguém é fácil assumir-se como parvalhão, sobretudo a partir de esquemas introspectivos e carregados da subjectividade inerente à maioria das pessoas. Só os de fora conseguem descobrir em nós alguns defeitos que nem nos passava pela cabeça constarem da pessoa que nos julgamos. E após uma sequência infindável de episódios que nos confrontam com uma realidade que desejaríamos negar torna-se difícil não levar a sério os sinais de alerta.
Já por diversas vezes referi que ambiciono ser uma pessoa de bem e é essa a imagem que tenho conseguido manter na minha vida analógica. Contudo, na blogosfera as coisas não correm da mesma forma e vejo-me demasiadas vezes na contingência de apresentar justificações para actos de que não me julgava capaz. Pior ainda, vejo virarem-me as costas pessoas que prezo e perante as quais nunca imaginei ser possível dar tão má conta de mim e da minha personalidade ao ponto de tornar irremediável o dano causado nas relações com essas pessoas. Confesso que me desorienta esta constatação e que me deixa na dúvida acerca da minha verdadeira natureza, pois se é certo que anseio ser um tipo de confiança e susceptível de merecer a estima dos outros, não é menos verdade que nem sempre o meu comportamento reflecte a boa índole das minhas intenções.
Nesta fase em que estou de novo a ser questionado por um conjunto de pessoas, torna-se particularmente difícil escrever estas palavras pois sou vulnerável às críticas que me fazem e não consigo esconder a minha incapacidade para reagir à pressão subsequente. Estou sem saber qual é a atitude mais correcta a tomar, pois sinto-me a perder a fé em mim próprio e não posso ignorar os sinais que me chegam dos que me avaliam com base no que faço e no que digo e isso reflecte, afinal, a essência do que sou. E não estou a ser quem desejaria, nessa avaliação que fazem de mim. Estou a ser um personagem odioso, muito distante do homem que sempre me acreditei, e com isso estou a afastar algumas pessoas e não consigo conviver com essa nova dimensão que até hoje desconhecia.
Não gosto e não quero vestir a pele de mau da fita. Repugna-me essa hipótese porque colide com tudo aquilo em que sempre acreditei. Também não quero ser o bombo da festa, mas tudo me indica que estou na origem dessa fraca figura e isso provoca-me uma sensação extremamente desagradável. Esta posta, que me coloca à mercê dos que me questionam, é absolutamente necessária para que entendam que não estou alheio ao que se passa em meu redor e que estou a tentar perceber o que se passa de errado comigo para se multiplicarem as críticas e as acusações. Não quero ser uma besta de quem os outros desejem afastar-se e arrependo-me de todas as circunstâncias que me empurram para esse triste papel.
Na origem das recentes reacções hostis de que fui alvo está (mais) um comentário deselegante da minha parte e essa realidade não posso escamotear. Eu podia e devia manifestar a minha opinião com termos que não implicassem uma falta de respeito a quem não a justificou perante mim. Ao ignorar essa regra elementar da boa educação, expus-me ao que se seguiu. Reagir como uma virgem ofendida foi apenas mais uma etapa infeliz, mais um tropeção na minha alegada e assim desmentida postura de bom rapaz.
Se voltar a repetir este tipo de comportamento terá chegado a hora de reconhecer que não tenho lugar na blogosfera, por não saber moderar os meus entusiasmos infantis e os excessos que ficam mal a qualquer pessoa. É este o compromisso que assumo e sei que não faltará quem mo recorde quando e se eu voltar a exibir esta propensão para a asneira. E se não faço de imediato é porque ainda acredito na minha capacidade de discernir o que é certo e o que é errado (ou não escreveria esta posta) e porque preciso de o provar a mim mesmo e a quem me conhece por esta via.
Desta vez não irei pedir desculpas a quem ofendi, pois não creio que isso faça qualquer diferença. A diferença terei que a fazer todos os dias até ao dia em que não restarem dúvidas de que aprendi de uma vez por todas a lição que estes embaraços me proporcionam. As desculpas não são como esfregonas para limpar as consequências da merda que se faz. As acções é que definem, em qualquer circunstância, quem as pratica. Terei isso na devida consideração e tudo farei, na prática, para recuperar a credibilidade que as minhas patetices atraiçoam. Convosco por minhas testemunhas e, em última análise, como juizes da minha conduta.
Nunca tive que pedir desculpa tantas vezes, nunca fui alvo de tantas acusações e nunca tive indicadores tão óbvios de que a bota das minhas convicções não joga com a perdigota das opiniões dos outros a meu respeito.
A ninguém é fácil assumir-se como parvalhão, sobretudo a partir de esquemas introspectivos e carregados da subjectividade inerente à maioria das pessoas. Só os de fora conseguem descobrir em nós alguns defeitos que nem nos passava pela cabeça constarem da pessoa que nos julgamos. E após uma sequência infindável de episódios que nos confrontam com uma realidade que desejaríamos negar torna-se difícil não levar a sério os sinais de alerta.
Já por diversas vezes referi que ambiciono ser uma pessoa de bem e é essa a imagem que tenho conseguido manter na minha vida analógica. Contudo, na blogosfera as coisas não correm da mesma forma e vejo-me demasiadas vezes na contingência de apresentar justificações para actos de que não me julgava capaz. Pior ainda, vejo virarem-me as costas pessoas que prezo e perante as quais nunca imaginei ser possível dar tão má conta de mim e da minha personalidade ao ponto de tornar irremediável o dano causado nas relações com essas pessoas. Confesso que me desorienta esta constatação e que me deixa na dúvida acerca da minha verdadeira natureza, pois se é certo que anseio ser um tipo de confiança e susceptível de merecer a estima dos outros, não é menos verdade que nem sempre o meu comportamento reflecte a boa índole das minhas intenções.
Nesta fase em que estou de novo a ser questionado por um conjunto de pessoas, torna-se particularmente difícil escrever estas palavras pois sou vulnerável às críticas que me fazem e não consigo esconder a minha incapacidade para reagir à pressão subsequente. Estou sem saber qual é a atitude mais correcta a tomar, pois sinto-me a perder a fé em mim próprio e não posso ignorar os sinais que me chegam dos que me avaliam com base no que faço e no que digo e isso reflecte, afinal, a essência do que sou. E não estou a ser quem desejaria, nessa avaliação que fazem de mim. Estou a ser um personagem odioso, muito distante do homem que sempre me acreditei, e com isso estou a afastar algumas pessoas e não consigo conviver com essa nova dimensão que até hoje desconhecia.
Não gosto e não quero vestir a pele de mau da fita. Repugna-me essa hipótese porque colide com tudo aquilo em que sempre acreditei. Também não quero ser o bombo da festa, mas tudo me indica que estou na origem dessa fraca figura e isso provoca-me uma sensação extremamente desagradável. Esta posta, que me coloca à mercê dos que me questionam, é absolutamente necessária para que entendam que não estou alheio ao que se passa em meu redor e que estou a tentar perceber o que se passa de errado comigo para se multiplicarem as críticas e as acusações. Não quero ser uma besta de quem os outros desejem afastar-se e arrependo-me de todas as circunstâncias que me empurram para esse triste papel.
Na origem das recentes reacções hostis de que fui alvo está (mais) um comentário deselegante da minha parte e essa realidade não posso escamotear. Eu podia e devia manifestar a minha opinião com termos que não implicassem uma falta de respeito a quem não a justificou perante mim. Ao ignorar essa regra elementar da boa educação, expus-me ao que se seguiu. Reagir como uma virgem ofendida foi apenas mais uma etapa infeliz, mais um tropeção na minha alegada e assim desmentida postura de bom rapaz.
Se voltar a repetir este tipo de comportamento terá chegado a hora de reconhecer que não tenho lugar na blogosfera, por não saber moderar os meus entusiasmos infantis e os excessos que ficam mal a qualquer pessoa. É este o compromisso que assumo e sei que não faltará quem mo recorde quando e se eu voltar a exibir esta propensão para a asneira. E se não faço de imediato é porque ainda acredito na minha capacidade de discernir o que é certo e o que é errado (ou não escreveria esta posta) e porque preciso de o provar a mim mesmo e a quem me conhece por esta via.
Desta vez não irei pedir desculpas a quem ofendi, pois não creio que isso faça qualquer diferença. A diferença terei que a fazer todos os dias até ao dia em que não restarem dúvidas de que aprendi de uma vez por todas a lição que estes embaraços me proporcionam. As desculpas não são como esfregonas para limpar as consequências da merda que se faz. As acções é que definem, em qualquer circunstância, quem as pratica. Terei isso na devida consideração e tudo farei, na prática, para recuperar a credibilidade que as minhas patetices atraiçoam. Convosco por minhas testemunhas e, em última análise, como juizes da minha conduta.