19
Fev05
O DIA DEPOIS DE AMANHÃ
shark
Faltam apenas dez anos para que os danos provocados na nossa atmosfera atinjam o ponto sem retorno. Isto quer dizer que no nosso tempo de vida e, pior ainda, na juventude dos nossos filhos, o planeta estará irremediavelmente condenado a uma lenta e cataclísmica extinção.
Alguns teóricos advogam mesmo uma relação causa-efeito entre as alterações climáticas já verificadas e a periodicidade e violência dos sismos. Se repararmos na destruição associada ao fenómeno El Niño, torna-se natural a associação de ideias à mais recente das tragédias e uma pessoa tem mesmo que abrir a pestana.
Há quem preconize para o Alentejo o mesmo destino do Sahara. A seca prolongada que estamos a enfrentar vai repercutir-se sobretudo nessa região mais árida do país, servida por um rio paupérrimo e com o caudal a oscilar em função das necessidades espanholas.
Paradoxal: quando a calota polar ceder de vez, boa parte do território acabará submersa como preconiza a ilustração acima.
Dez anos é daqui a nada.
Vamos ficar na História como a geração que o permitiu, a que assistiu impávida ao mais dramático e irreversível dos desmazelos. Entregamos aos mais novos um legado envenenado e sem esperança de um futuro tranquilo para os que lhes sucederão.
Por este caminho, com o nosso quinhão de indiferença, talvez as consequências terríveis deste erro colossal que partilhamos nos poupem a embaraços muito prolongados...