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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

29
Ago06

VOO 93

shark
armas com asas.JPG
Foto:Shark


Vi hoje e fiquei impressionado. É um filme, mas parece um documentário. Sem aquele espírito “top gun” que caracteriza os épicos modernos de Hollywood, a película fala de cobardes e de heróis, de gente normal encurralada pelo destino a bordo de um avião da United Airlines. O único que não atingiu o seu alvo no dia 11 de Setembro de 2001.

O filme fala-nos de factos e de emoções. De desespero, de medo, de coragem e acima de tudo de fé. A fé em nome da qual quatro jovens arrastaram consigo para a morte os restantes passageiros e a tripulação de um avião que desviaram da rota para com ele atingirem o Capitólio.
Seriam, de acordo com os registos sonoros desse dia funesto, os próprios passageiros e as hospedeiras sobreviventes a impedirem o voo 93 de terminar como os que atingiram o World Trade Center e o Pentágono.

O filme tenta reconstituir os eventos de forma factual, quase jornalística. As emoções, bem presentes nos últimos instantes de uma longa-metragem cujo final todos conhecemos, são as que se adivinham em tais circunstâncias. O terror de quem se despede dos seus e de si mesmos, pessoas de todas as idades, pouco antes da tentativa desesperada de retomarem pela força o controlo da aeronave condenada.

E de repente o fim, para todos os ocupantes daquela barca do inferno. A tensão numa sala de cinema onde o silêncio denunciava o nó na garganta de quem (todos os presentes) tem a consciência de que podia acontecer a qualquer um de nós e que seríamos igualmente impotentes para evitar o trágico desfecho que a História registou.
Uma infâmia para uns e uma estranha forma de glória para outros. As mortes, todas elas, inevitavelmente desnecessárias.
E as que continuarão a acontecer na ressaca violenta daquele ponto de viragem para o mundo tal como o conhecemos até esse dia.

O mal à solta e as vidas anónimas ceifadas à bruta em nome de um falso pretexto, pois Deus algum pode encontrar na morte de inocentes (ou de culpados) a solução seja para o que for.
Mas isso já sou eu a opinar. O filme é seco e cru no que respeita a considerandos de natureza ética, religiosa ou moral. Cada um tira as suas conclusões, enquanto no ecrã, a bordo do avião em queda, todos rezam ao Deus que lhes alimenta a fé. O medo em todos por igual, o absurdo.

Dei por bem empregue o meu tempo. E recomendo sem hesitar a quem goste de cinema feito para nos agarrar à cadeira e nos transportar para o drama diante do nosso olhar.

Sabemos antecipadamente o fim deste Voo 93.
E ansiamos que nunca venham a existir pretextos para futuras sequelas.

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