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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

22
Ago06

DEIXO-ME ESTAR

shark
rosa de fogo.jpg
Foto: Shark


Deixa-me percorrer o teu corpo como uma estrada sem fim, calcorreada por mim à procura de nós, apenas guiado pelo som da tua voz. Um destino tatuado no caminho traçado pelos contornos desse horizonte que desenhas no ponto onde se aconchegam os meus olhares embevecidos.
Deixa-me cerrar as pálpebras para estimular outros sentidos, tactear às cegas com o palato a mensagem sonora na tua boca, pontuada pelo ritmo crescente do bater do teu coração. Sinais de fumo na evaporação do suor que tento arrefecer com um sopro de amor, na brisa que os meus lábios libertam quando te ofereço num murmúrio as palavras que não consegues dispensar.

Deixa falar esse corpo que percorro em busca de socorro para o desejo que se apodera de mim como uma aflição. Beijar a tua mão, princesa, quando te exprimo a certeza de que reconheço este percurso como a palma da minha que te aplaude em surdina enquanto passeia à deriva por todos os teus pontos cardeais. Rosa dos ventos, no carinho desses momentos em que te toco de raspão com o fósforo que incendeio, pontas dos dedos, o fogo que ateio nos pelos eriçados, selvagem, que despertam alvoraçados pela passagem subtil desta emoção que te transmite a minha mão quando te sonda devagar.

Essa boca para beijar, oxigénio, salvação. Falta-me a respiração, o ar rareia no cimo desse teu peito a que me agarro com medo de cair para o abismo que a tua ausência produziria, decerto mergulharia para a minha morte emocional.
Finco-me num ponto seguro para lutar por um futuro na terra natal em que te transformas quando regresso ao lar que construíste para nós, mesmo à beira de uma escarpa que desafia o meu olhar quando espreito pelas janelas que a tua paixão abriu.

Foi a vida que me sorriu, tardia, no instante em que oferecia a um viajante desnorteado esse rumo acertado num cruzamento feliz.

O instinto que me diz sei bem para onde vou.

Perder-me em ti para saber onde estou.

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