17
Fev05
VENTO DE AMIZADE
shark
Muitas vezes a vi chorar pelo seu menino, sobretudo quando a doença mais temida por qualquer mãe o amarrou a uma cama do IPO.
Chorava pelo seu menino nos minutos antes da visita, pois diante dele apenas revelava a alegria e a boa disposição que sempre caracterizavam a sua forma de estar na vida.
Filho único, ele constituía a principal luz do olhar daquela mãe e ela rezava nos bastidores e secava as lágrimas e compunha todos os dias o melhor sorriso que tinha para lhe oferecer. Ele só via a mensagem de esperança e era essa a que interessava transmitir. E resultou, como um milagre.
Acabaria ela, anos mais tarde, por se ver a braços com uma versão diferente do mesmo terror, como se o destino aceitasse a troca impossível que qualquer mãe propõe nos momentos de desespero e de aflição.
E ontem vi, pela primeira vez, o menino a chorar pela sua mãe, enquanto os funcionários da câmara a enfiavam pelo chão.
O menino é hoje um homem e foi o melhor amigo que a vida me concedeu. Há anos que lhe desconhecia o paradeiro. Não foram as circunstâncias ideais para o reencontro e para o abraço que tanto ambicionei dar-lhe, mas pude fazê-lo e pude chorar com ele uma senhora da qual só guardo excelentes recordações. Pude fazê-lo porque houve alguém que não se esqueceu de mim na hora de comunicar a triste perda.
De todo o meu coração e de lágrimas nos olhos por uma dívida de gratidão que dificilmente poderei saldar um dia: muito, muito obrigado, minha querida Mushu.
Chorava pelo seu menino nos minutos antes da visita, pois diante dele apenas revelava a alegria e a boa disposição que sempre caracterizavam a sua forma de estar na vida.
Filho único, ele constituía a principal luz do olhar daquela mãe e ela rezava nos bastidores e secava as lágrimas e compunha todos os dias o melhor sorriso que tinha para lhe oferecer. Ele só via a mensagem de esperança e era essa a que interessava transmitir. E resultou, como um milagre.
Acabaria ela, anos mais tarde, por se ver a braços com uma versão diferente do mesmo terror, como se o destino aceitasse a troca impossível que qualquer mãe propõe nos momentos de desespero e de aflição.
E ontem vi, pela primeira vez, o menino a chorar pela sua mãe, enquanto os funcionários da câmara a enfiavam pelo chão.
O menino é hoje um homem e foi o melhor amigo que a vida me concedeu. Há anos que lhe desconhecia o paradeiro. Não foram as circunstâncias ideais para o reencontro e para o abraço que tanto ambicionei dar-lhe, mas pude fazê-lo e pude chorar com ele uma senhora da qual só guardo excelentes recordações. Pude fazê-lo porque houve alguém que não se esqueceu de mim na hora de comunicar a triste perda.
De todo o meu coração e de lágrimas nos olhos por uma dívida de gratidão que dificilmente poderei saldar um dia: muito, muito obrigado, minha querida Mushu.