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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

28
Jul06

NÃO TE PIRES, MARIA JOÃO

shark
ah portuguesa.jpg


Nenhum país resiste a uma sangria de valores como a que enfrenta Portugal. Sangra pessoas, este país entregue aos vampiros oportunistas e aos medíocres comodistas que lhe impedem a circulação até ao enfarte fatal.
Soa pessimista, fatalista até. Mas só os muitos distraídos ou os que se estão nas tintas não percebem que se instalou uma decadência que nem as euforias patrióticas suscitadas pelo futebol conseguem disfarçar.

Uma das melhores pianistas do planeta é portuguesa e acaba de desertar do combate por um sonho a que dará corpo numa Pátria que não a sua, que o deixou definhar. Belgais transformou-se num projecto de vida para uma virtuosa que queria fazer algo de bom pela terra que a viu nascer.
Não a deixaram, à conta daquela visão curta e mesquinha que caracteriza as últimas vagas de decisores desta nação.

Neste país dos alvarás, onde cada iniciativa requer uma inesgotável paciência para enfrentar a burocracia mental dos que mandam, impressos, requerimentos, autorizações, passe por cá amanhã ou depois, quem manda é o outro a seguir, cresce o desalento de quem se propõe fazer a título individual o que compete ao colectivo estatal que todos suportamos.
O rocambolesco exemplo da colecção que Joe Berardo quase implorou que deixassem ficar em Portugal é outra nódoa das que envergonham e desanimam, outro indicador do quanto esta parvónia se transforma aos poucos numa gigantesca repartição de incapazes, de sanguessugas, de bloqueadores.

Será no Brasil que Maria João Pires dará corpo à sua visão. Lá fora, onde se interessaram pela sua ideia genial. Serão brasileiras as crianças beneficiadas pelos horizontes alargados no conceito de uma portuguesa que nunca nos renegou até que a paciência finalmente se esgotou.
Como tantos outros que abdicam com mágoa, impotentes, da sua terra natal.
E assim sangra Portugal os seus melhores, os que querem fazer.

Na pauta dos que só entendem a música (e o resto da cultura) em tom de marcha à ré, escrevem-se nota por nota, como adágios de frustração, os hinos da despedida a um país que mete dó.

Menor.

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