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Jul06
A POSTA NUM HOMEM MELHOR
shark
Foto: Shark
Li há dias que um abastado empresário norte-americano elevou o conceito de generosidade a um plano que já não se usa. Surpreendeu-me até tratar-se de uma das notícias em destaque, no meio das desgraças costumeiras que este mundo dá a noticiar.
Mas este senhor (propriamente dito) não mereceu tal distinção à toa.
Podia ter-lhe dado para doar a fortuna aos famintos de Darfour, para construir um hospital no Quénia ou para outra das façanhas possíveis a quem possui riqueza e sabe geri-la.
Contudo, o seu gesto nasceu de uma simples coincidência, de um impulso de circunstância daqueles que definem o valor intrínseco de uma pessoa.
Já há uns anos que o Dan recorria a um serviço de aluguer de limusinas e aos préstimos de um motorista libanês.
Quis o destino que o motorista tivesse oportunidade de partilhar com o Dan a sua desdita, diabetes, que o amarrava à diálise e ameaçava matá-lo a qualquer hora.
Só um transplante renal poderia devolver ao homem a qualidade e, mais ainda, a esperança de vida.
Mas mesmo na América não sobejam os doadores compatíveis
O Dan ouviu e o Dan perguntou: qual é o seu tipo de sangue?
Coincidia. E pronto, o empresário de sucesso ofereceu um dos seus rins ao fulano que o conduzia de vez em quando. Para fazer algo de útil na vida, referiu.
Para mim, isto é um conto de fadas moderno.
Parece mentira, não é?