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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

03
Jul06

PELA MEMÓRIA COLECTIVA

shark
memoria.jpg


Há coisas que a gente não pode ver só sob o prisma da ideologia. O regime salazarista cometeu excessos e esses não constituem mais uma panca exclusiva de comunas. Houve malta presa e torturada para chibar os amigos. Não se faz. Não pode voltar a acontecer neste país. Nem aos de esquerda, nem aos de direita. É uma violência, um abuso de poder intolerável.

E a porra é que aconteceu. Não há volta a dar e não há como passar um apagador nos exageros de quem se sentiu legitimado para ir longe demais na defesa de um poder, de qualquer poder. Eu friso esta questão: sou de esquerda mas nem é preciso invocar essa tendência para não admitir a possibilidade de portugueses voltarem a passar por este tipo de merdas hediondas.

A democracia dá-nos a liberdade e os meios para defendermos aquilo em que acreditamos, por muito estúpidas que as nossas crenças possam soar a quem vê a coisa completamente do avesso. Isso faz sempre mais sentido do que entrar pela casa das pessoas, vasculhar-lhes os pertences e arrastá-las para um buraco qualquer só porque pensam diferente e agem de forma incómoda para os interesses instalados em dado momento da História.

É que os interesses mudam, os ditadores caem das cadeiras, as revoluções e os golpes de estado acontecem, a malta vota ou pensa diferente, mas a ignomínia não passa. Não pode ser esquecida, não só em memória dos que a sofreram como em prol dos que nunca a querem ver repetida. Sejam eles de que ideologia forem. Eles somos nós todos e nenhum merece ser preso por acreditar que o mundo devia ser pintado de outra cor, mesmo que essa crença se revele, tempos depois, absolutamente disparatada.
Nem é o caso, pois acima de tudo os que sofreram na pele batiam-se por direitos tão elementares como este, o de blogar, que temos como um dado adquirido mas sabemos não ser assim em muitos pontos deste planeta absurdo.

Isto tudo a propósito de mais uma chamada de atenção da Emiéle. E eu agora, que não simpatizo com o apagar de provas que possa conduzir a falhas de memória e às distorções associadas.

O fascismo existiu e pode voltar a existir.
Basta consentirmos o desleixo.

Basta perdermos o respeito aos que o conheceram por dentro.
Os poucos que tiveram tomates para o enfrentar.

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