Parto
Foto: Shark
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Foto: Shark
Apenas um caminho para percorrer. Mas com uma panóplia generosa de rumos à disposição.
A recente sondagem, chamemos-lhe assim, que coloca o famoso contra-almirante das vacinas como potencial vencedor das próximas eleições presidenciais, logo à primeira volta, diz-nos muito do que vai na alma e do que não deveria ir na cabeça dos portugueses.
O militar em apreço teve um desempenho notável num momento sensível, aplicando métodos simples de organização e de disciplina que a sociedade civil parece não dominar. Recebeu um cargo que ambicionava e o reconhecimento quase generalizado por parte da população, em troca dos serviços que nos prestou. Mas é um militar de alta patente, sem qualquer bagagem política e completamente anónimo até surgir uma circunstância propícia para o catapultar em direcção à ribalta. Cumpriu bem aquele papel, nada garante que a receita ganhadora possa replicar-se em todos os domínios em que um Presidente da República possa intervir.
O que a dita sondagem deixa claro é a permeabilidade ao apelo de índole populista, similar aos que têm conduzido ou perpetuado no poder líderes sem maneiras ou sem Sentido de Estado um pouco por todo o Mundo. Esse impulso irreflectido de ceder ao papão do caos que, num dos países mais seguros, mais estáveis e mais antigos da Europa, já levou à eleição de vários deputados de uma seita que se pinta como partido para corroer por dentro a Democracia.
Desencantados com a debilidade das lideranças que se expõem sistematicamente em casos mediáticos de corrupção, de compadrio, de criação de "cortes" que as afastam de uma leitura correcta do que se passa no país, basta um exemplo bem sucedido para deslumbrar. De preferência com um ar austero, como um oficial da Marinha ou assim.
Faz-me lembrar o exemplo clássico do grupo desorientado que escolhe como líder o primeiro gajo na sala a levantar a mão e que afinal só queria saber se podia ir fazer chichi a meio da reunião.
Assusta-me, esta flexibilidade de critérios baseada na política tiririca (pior do que está não fica). A complexidade inerente à condução de um país não pode ser confiada a quem ainda nem tirou a carta de ligeiros em matéria de compreensão das imensas partes de que o todo se compõe.
Foto: Shark
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