A posta que não parece, mas a chaleira já está a ferver
É como uma mordaça imaginária capaz de tapar a boca ao próprio pensamento.
Oportunista, aproveita as circunstâncias para se instalar de forma tão subreptícia como um trojan se aloja num computador. Um instante de debilidade e lá está, o falso mecanismo de defesa, feito lápis azul, pronto para defender a integridade da pessoa ou outra coisa do género.
Quase agradecemos esse simulacro de sensatez.
É a vida, é a vida. Pois, deve ser esse bode expiatório sempre à mão com os seus imensos recursos que não passam de derivações de apenas um: o medo de uma coisa qualquer.
A pessoa tão sossegada e de repente essa maluka, a vida, começa a encostar a pessoa às cordas e depois entra em cena o tal coiso que nos diz ser pouco recomendável verbalizar o desconforto que ela, a pessoa, sente, também por não poder, por não dever, oferecer a alguém a sua versão da história mal contada e depois o silêncio diz que está de boa saúde e recomenda-se e abafa-se assim o problema com um sorriso amarelo ou outra alternativa ao jogo limpo, às cartas em cima da mesa na qual o caldo entretanto já entornou.