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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

30
Ago12

A POSTA NOS PEQUENOS E MÉDIOS ALDRABÕES

shark

Da mesma forma que me revolta a tentativa torpe de descartar para cima dos cidadãos um descontrole das contas do país por, alegadamente, andarmos todos a viver acima das nossas possibilidades, uma falácia digna de gentinha sem vergonha nem maneiras se tivermos em conta o despautério generalizado por parte da banca que usou e abusou do vínculo de confiança com os seus clientes para os endividar em larga escala, não posso deixar de reparar no desaparecimento súbito de mais de cem mil crianças das declarações de IRS quando passou a ser obrigatório o número de contribuinte para a miudagem.

 

No momento de enfrentarmos todos as consequências de uma crise internacional que destapou o covil da multiplicação de asneiras, de maroscas e de excessos cometidos ou apenas permitidos por quem nos governou nas últimas décadas toda a gente se vira contra os políticos, e com razão, como responsáveis pelo estado a que as coisas chegaram.

Todavia, se aos governantes se podem imputar responsabilidades e culpas óbvias é preciso uma grande lata por parte de boa parte da população para apontar o dedo aos de cima e passar a esponja sobre os seus pecados individuais.

A trafulhice do cidadão comum, sem dúvida com o beneplácito ou pelo menos a distracção por parte de quem tem por missão legislar e fiscalizar, é multiplicada por milhões e tem muito, mas mesmo muito, peso no desequilíbrio das contas deste Estado em aflição.

 

É isso que se revela em cada uma das iniciativas destinadas a acabar com o regabofe: são sempre aos milhares os beneficiados por baixas fraudulentas, por subsídios injustificados, por pensões ilegítimas, por uma lista infindável de esquemas, de truques, de aldrabices como esta invenção de falsos dependentes a cargo que poupa uns trocos no IRS a pagar. É o Estado que estão a lesar, para além de falsearem o jogo da vida por ganharem de forma ilegítima mais do que os seus colegas de trabalho decentes e que não aldrabam o país.

E não cola a ideia de que o mau exemplo vem de cima, pois venha o exemplo de onde vier só o segue quem quiser.

 

Por isso já nem levo a sério as conversas de café nas quais os inocentes aos magotes se queixam dos maus, dos poderosos que enganam o povo, quando lhes conheço de ginjeira as múltiplas jogadas em que envolveram ou ainda envolvem os seus quotidianos.

Os outros é que fazem, os outros é que são e tudo de errado que fazemos é lavado com a água benta das coisas com justificação. Há sempre uma há mão, tal e qual os tais outros malandros, os lá de cima, nos oferecem as suas que são quase sempre para o bem do país.

Essa carga não pode ser aligeirada dos lombos de todos quantos se comportaram como burros, tão cegos pela ganância como os mandantes que criticam e invejosos do sucesso de outros larápios (burla equivale nas consequências a roubo). Venderam a alma por trocos, no fundo, e não têm moral para apontar o dedo seja a quem for.

 

Um país que não consiga encontrar defesas contra estas mentalidades mesquinhas, estas manias egocêntricas de egoístas munidos de esperteza saloia bem sucedida em tempo de vacas gordas, é ingovernável. Qualquer outra interpretação do fenómeno é um investimento irresponsável numa forma de estar que antes não nos servia e agora é quase uma traição.

 

E essas não se medem em função do tamanho do prejuízo causado a uma Pátria à qual já pouco resta para roubar.

28
Ago12

A POSTA NO SORRISO AMARELO

shark

Encontro nas declarações de muitos figurões um humor daqueles que suscitam, nos que os rodeiam ou lhes prestam demasiada atenção, uma reacção muito semelhante à provocada pela flatulência: quase toda a gente se ri, mas ninguém sabe explicar onde está a piada.

27
Ago12

A POSTA QUE NUNCA MUDAM DE CANAL

shark

Uma das coisas que mais me irritam e preocupam nesta caldeirada europeia é a mania de que sempre que há assuntos urgentes por resolver reúnem-se a Merkel e o francês de serviço na liderança à la Louçã (bicéfala) que nenhum tratado consignou.

Será a realidade dos factos, sem dinheiro não há palhaços, mas constitui uma desconsideração para com nações que não se tratam como verbos de encher, entregues os destinos de todo um continente a quem exerce um poder que, por derivar da condição financeira, afinal apenas comprou.

Mas a entrevista de António Borges, na qual um gajo que ninguém elegeu ou nomeou para um Ministério ou Secretaria de Estado revela a sua decisão privada acerca do futuro do canal público, conseguiu irritar-me e preocupar-me ainda mais.

 

O paralelo está à vista: na Europa dita comunitária como neste desgraçado país não manda a política, recheada de figurantes, de testas-de-ferro patéticos de quem mais ordena. Manda o dinheiro.

Claro que não faltam os defensores da teoria de que sim senhor, faz todo o sentido que mande quem paga. Contudo, essa teoria esbarra no caso da RTP com o pequeno detalhe de sermos nós, a multidão de pelintras, a pagar. A mesma que ajuda a sustentar parlamentos e comissões e outras ilusões europeias de poder para o povo que paga à grande e à francesa mas acaba sempre espoliado do que seja seu ou seja de todos por quem já nem tenta disfarçar o incómodo que estas coisas da Democracia e dos Estados de Direito podem causar à livre iniciativa, ao empreendedorismo ganancioso, ao furor capitalista desastroso e descarado que já nos perdeu a EDP e agora ameaça destruir cinquenta anos de trabalho e de experiência adquirida que todos pagámos a peso de ouro, entregando-o a quem se devam favores milionários.

 

Na questão europeia a situação é, ou pelo menos parece, idêntica. Gregos, portugueses e outros povos do sul com menos jeito para as contas andaram séculos a contribuir para que o Velho Continente se tornasse num paraíso por comparação com a maioria e agora que a acumulação de riqueza parece ser o único critério de avaliação da grandeza e da relevância das nações (como das pessoas) são colocados num canto com orelhas de burro enquanto, nas tintas para órgãos de soberania ou mesmo para as próprias estruturas criadas para o efeito no âmbito da alegada União, alemães e franceses, os Borges desse filme, anunciam as suas decisões e impõem-nas à revelia de qualquer legitimidade que não a de serem a malta do pilim.

Ou quem a representa.

 

Em ambos os casos, tudo o que de importante acontece parece determinado por poderes que não os institucionais, não aqueles a quem confiamos as decisões que mais interessam a cada um de nós e ao colectivo que integramos. Tudo o que acontece, cada vez menos razoável, parece provir de quem pouco ou nada se interessa pelo impacto das tais decisões comunicadas por gente sem mandato para as tomar e ainda menos para as impor, com troikas ou com falsas tutelas legitimadas por um sistema cada vez mais difícil de entender no funcionamento e na sua lógica distorcida pelas questões marginais do lucro fácil, imenso e despudorado que rege quase tudo o que emana de quem manda. Ou de quem apenas finge mandar.

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