A POSTA QUE NÃO É PRECISO MAIS PARA SE GANHAREM MÁS FAMAS...
Espera aí: então a janela de oportunidade tão gabada pelo Pedro afinal é o coiso do Álvaro?
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Espera aí: então a janela de oportunidade tão gabada pelo Pedro afinal é o coiso do Álvaro?
Se uma jornalista inventa uma história rocambolesca de pressões e de ameaças por parte de um Ministro, essa pessoa certamente não estará no seu perfeito juízo.
Porém, se um Ministro efectivamente produz essas pressões e ameaças num claro abuso de poder então essa pessoa é perigosa e não estará no seu devido lugar.
Por outro lado, se uma jornalista passa por um momento desses e todo o seu jornal não se insurge de imediato, em bloco e em primeira página, a história assume contornos mais débeis do ponto de vista da credibilidade da jornalista mas mais complicados de entender se vier a verificar-se que não se tratou de pura invenção.
Naturalmente, se o Ministro pediu desculpas é imprescindível esclarecer a que se referiam as mesmas porque se pediu desculpa pela pressão e pela ameaça mentiu quando negou esses (f)actos. E se os praticou estaremos perante um abuso de poder que se estende ao pandemónio que todos percebemos existir nos serviços secretos da nação e torna o dito Ministro num governante a afastar rapidamente de qualquer poder público.
E se a jornalista inventou toda aquela história deverá ser internada de imediato numa ala psiquiátrica, pois quem inventa histórias que envolvem ministros sabe que só com provas sólidas e cópias em triplicado se evitam sarilhos mesmo muito sérios.
O restante folclore é serradura para os nossos olhos. Se esta embrulhada não ficar esclarecida behond any reasonable doubt estamos perante mais uma prova concreta de que das duas uma:
ou está tudo doido mas agora isso deixou de constituir um problema para a sociedade ou está tudo doido mas agora isso serve de pretexto para os tiranetes se acreditarem impunes mesmo quando é exposta a natureza vil a que se permitem no exercício das suas funções.
Senhor Ministro da Economia, como tem ligações ao Canadá permito-me dirigir-me a V. Exa. em inglês porque compõe melhor o trocadilho: please, do not enlarge o coiso anymore!
Aos poucos a Europa prepara-se para uma enorme convulsão, consolidada que está a impotência política para suster a queda das peças do dominó financeiro e estando já à vista, no colapso grego, a queda da peça que sustém o sistema de forma precária.
Neste contexto, Portugal apenas levará uns meses de atraso da Grécia pois só os ilusoriamente optimistas poderão acreditar que nos iremos safar por entre os pingos desta chuva ácida que corrói pelas finanças toda a estrutura social, ao ponto de podermos passar do choque de civilizações à derrota de uma delas por falta de comparência.
A ameaça é séria e embora até possamos acreditar-nos capazes de arregaçar as mangas e reconstruir o país depois da bronca temos sempre que ter em conta o cariz absolutamente imprevisível destes processos de degradação em bloco, como a História do Mundo o comprova com iniludível profusão.
Sendo cada vez mais óbvia a desorientação e mesmo a incapacidade dos actuais líderes europeus para lidarem com o problema, já relegando para segundo plano o silêncio desconfortável de tantas nações perante a agonia de parceiros que, pouco tempo atrás, já fantasiavam um enlace federalista.
E terá sido precisamente o falhanço na concretização dessa asneira colossal que terá deixado o euro à mercê de uma crise sem paralelo e desprovido de mecanismos que lhe pudessem valer como tábua de salvação.
O problema português não será tão diferente assim do que culminou com a fragmentação do mapa político-partidário na Grécia. Se tentarmos prever as tendências de voto por cá num enquadramento de aflição tão séria como a dos gregos e olharmos para as alternativas que a Democracia nos disponibiliza, presumo que não será necessária uma bola de cristal ou um comentador televisivo para adivinharmos um desfecho semelhante, tirando para já a extrema-direita da equação, e igualmente criador de um sarilho político que pode acabar com o que resta.
Por isso se torna urgente a entrada em cena das tais alternativas em falta, partidos políticos ou movimentos organizados de cidadãos capazes de interpretarem a vontade popular sob uma perspectiva menos idealista e mais pragmática.
De pouco nos serve o debate acerca do modelo de sociedade que queremos no futuro se antes não estiverem sobre a mesa as medidas capazes de resolverem, ou pelo menos atenuarem, os efeitos desastrosos da caldeirada no presente.
Confesso que me agradou a criação de mais um movimento de cidadãos empenhados em congregarem esforços colectivos em torno da resolução do problema. Contudo, depois de passar a vista pela informação disponível encontrei nomes, encontrei intenções, mas não encontrei nada de concreto quanto àquilo com que se compram os melões e que constitui nesta altura a maior aflição da malta. É o velho problema da esquerda livre, insistem na premissa de que se consegue suprir a falta de meios com uma dose reforçada e renovada de ideologia e acabam sempre por trocar o passo com a História e por entregarem aos oponentes o controlo do sistema quando as coisas se complicam onde mais dói a uma sociedade ocidental e capitalista, qualquer que seja a inclinação do espectro partidário.
Livres para reincidir?
Do Manifesto para a Esquerda Livre apenas retive alguma variação nos chavões tradicionais e nada que nos permita antever naquela iniciativa o brotar de algo de palpável para preencher o enorme vazio que os gregos sentem na pele e concretizam nas urnas, como arriscamos em Portugal numa conjuntura similar.
Nunca como num cenário de crise descontrolada os eleitorados se revelam mais nas tintas para as doutrinas, para as ideologias, para os binómios esquerda-direita que, na prática, pouco ou nada contribuíram para evitar o trambolhão e na hora da verdade votam ambidextros.
E se continuarem a fazer cócegas demagógicas e inconsequentes em busca da militância perdida, insistindo no finca-pé em lados opostos da trincheira que deveria ser comum nesta altura em vez de anunciarem a ruptura com as receitas fracassadas e a procura com afinco de uma corrente de acção em detrimento de uma corrente de pensamento, acabarão chocados com a alta tensão da reacção popular desesperada, desorganizada e permeável aos discursos mais extremistas mas, e é disso que o povo julga precisar, com a força dos argumentos e a aparente sensibilidade para uma causa que não precisa de mais esquerda ou de mais direita e sim de uma atitude firme e arrojada, independente de espartilhos ideológicos ou de conveniência partidária, abrangente quanto baste para aglutinar a maioria dos portugueses em torno de um projecto de mudança com pernas para andar.
A crise exige e o país implora uma alternativa vincadamente patriótica e capaz de atrair os nossos melhores para um combate onde não existem, porque se esgotam, tempo ou energia para desperdiçar em quezílias menores, em escaramuças ideológicas que desviam a atenção do que interessa.
Interessa acima de tudo salvar Portugal, quando chegar a hora do cada um por si que todos aguardam mas ninguém verbaliza.
E isso, no meu modesto entender, jamais poderá acontecer se repetirmos os erros dos outros e avançarmos para o caos repartidos entre feudos e capelinhas das elites instaladas e não com base numa união de facto entre pessoas livres, sim, mas da perpetuação de práticas e de doutrinas que já provaram não resultar em benefício seja de quem for, sobretudo quando se enfrentam os períodos menos bons que, afinal, elas próprias criaram ou permitiram.
A RTP queria pagar com o dinheiro dos nossos impostos a transferência milionária de um antigo jogador de futebol que faz parte de um programa da TVI 24 com um formato tão pimba que podia ser apresentado pela Júlia Pinheiro na boa?
Quem se agarra ao tempo que passa deixa fugir o tempo que resta.
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