Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

05
Abr12

A POSTA QUE SE O MUNDO ACABAR EM 2012 CONFORME PREVISTO O PROBLEMA FICA RESOLVIDO

shark

Quando eu era um puto e o meu pai queria chutar para canto algum pedido meu mais inconveniente, ou seja, por não haver pilim disponível, contava-me a seguinte ladainha:

 

- Meu pai, dê-me dez escudos para comprar rebuçados...

- Dez escudos??? Para que queres os cinco escudos? Não te chegam vinte e cinco tostões? Toma lá 10 centavos, vai comprar rebuçados para ti e para o teu irmão e traz o troco ao pai.

 

Lembrei-me disto a propósito da polémica acerca do ano em que ocorrerá a reposição em vigor dos subsídios de férias e de Natal de que nos privaram.

04
Abr12

A POSTA PRESIDIÁRIA

shark

Depois de algumas horas de contacto com a realidade do país cá fora um dos reclusos evadidos decidiu entregar-se de novo às autoridades, certamente grato por não ter tido que implorar pelo regresso ao estabelecimento prisional.

Os seus parceiros de fuga ainda não regressaram porque preferem deixar-se apanhar.

 

A ver se lhes aumentam as penas...

01
Abr12

TV AMNÉSIA

shark

A memória colectiva pode revelar-se curta em muitos aspectos, à semelhança do que acontece na reacção comum dos indívíduos que a compõem, sobretudo quando o assunto é unanimemente repulsivo ou apenas algo embaraçoso.

O embaraço até pode ser ligeiro, ah e tal isso já foi há muito tempo e as coisas eram diferentes nessa altura e coiso, mas nota-se o desconforto com que todos encaramos as piruetas que a vida acaba por a todos nos obrigar. Nem que seja pelo efeito do progresso, como é o caso da mudança radical de atitude perante o custo a suportar pelo acesso às emissões de televisão.

 

É preciso já ter virado muitos frangos para lembrar esses dias, tantos que haverá quem até questione a verdade dos factos como eu e muitos outros os vivemos. Todavia, no meu mundo de classe média-baixa existiam mais terrores para lá da pide e da miséria que grassava em bairros da lata que se encontravam ao virar da esquina, na periferia e até no perímetro da capital.

Um desses terrores, ainda mais profundo do que o dos traficantes de droga que a ofereciam em rebuçados para conquistarem novos mercados, era o das alegadas brigadas de detecção de televisores sem a taxa em dia.

Essas brigadas que nós, putos de então, temíamos por tabela eram unidades móveis que se dizia estarem equipadas com sofisticados aparelhos que apanhavam umas ondas quaisquer emitidas pelos televisores em funcionamento.

E o povo acreditava tanto nos equipamentos xpto como na capacidade de manter registos de todos os lares com a taxa em dia numa altura em que os computadores em Portugal só faziam parte das séries de ficção científica.

 

A verdade dos factos, a tal que pode perturbar os mais sensíveis à incoerência que a passagem do tempo tantas vezes nos impõe, é que bastava o boato de que andava nas redondezas um carro suspeito com uma antena mirabolante (parte do tal detector ultrasónico de corrida) e a malta por taxar, a esmagadora maioria, corria às salas de estar e jantar para desligarem a televisão, em pânico não sei se pela dimensão da multa se pelo estigma do prevaricador.

O povo temia ainda mais a fama de incumpridor, susceptível de evocar algum tipo de rebeldia, do que a martelada de uma coima que para justificar tanta miúfa deveria ser ainda mais astronómica do que a viatura marciana com a antena parecida com um radar.

 

A parte chata de reavivar estas lembranças do jurássico é a da malta que nesses dias fugia aos inspectores da taxa poder ser a mesma que hoje acolhe de forma voluntária os delegados comerciais dos diferentes operadores na guerra da televisão por cabo para escolher a tarifa mais adequada às suas necessidades de consumo televisivo pago em nada suaves prestações mensais e que, mesmo com juros e correcção monetária, fariam corar de vergonha os que não conseguiram convencer os telespectadores a pagarem uma quantia quase simbólica para sustentarem o serviço público.

 

E de caminho sempre tínhamos ajudado a pagar as tais sofisticadas máquinas imaginárias com faro televisivo que hoje dariam um jeitão aos nabos que instalaram o pandemónio no controlo de audiências...

Pág. 3/3

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2010
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2009
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2008
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2007
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2006
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2005
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2004
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D

Já lá estão?

Berço de Ouro

BERÇO DE OURO