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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

31
Dez11

A POSTA QUE VAI CHOVER

shark

Terá existido com toda a certeza uma boa razão, um fundamento qualquer, para um dia alguém, um grupo, ter decidido que valia a pena chamar seu um pedaço de chão. Até aí a terra era de todos por igual, na teoria que a prática aparentemente trauliteira e sem dúvida territorial dos primeiros bandos nómadas em qualquer sítio onde parassem por algum tempo desmentiu.

Era de todos sim, mas espartilhada em função da respectiva ocupação por parte dos colectivos então dispersos para quem a partilha de recursos poderia equivaler à hipoteca de uma sobrevivência já de si precária.

 

Mas um dia lá apareceu quem gostou imenso da vista num sítio qualquer e achou que aquilo era bom demais para repartir à balda com os de fora, os estranhos em que passariam a tornar-se todos quantos não pertenciam ao grupo ali sediado. O conceito de estrangeiro nasceu aí, tal como teve embrião o de país ao qual nessa altura só faltavam fronteiras desenhadas à porrada, na versão igualmente trauliteira mas alegadamente mais civilizada da demarcação de territórios original.

No fundo a ideia era a mesma, definir com clareza quais os membros de um clã instalado em determinado espaço e distingui-los dos outros, os tais de fora, que se haviam instalado noutro sítio qualquer há tanto tempo que até já falavam entre si com linguagens incompreensíveis e exibiam costumes e objectivos diferentes de toda a vizinhança que entretanto decidira imitar o tal primeiro exemplo de um espaço de alguém, de um grupo, que pusera fim à liberdade de circulação tal como os nossos antepassados com maiores afinidades com os símios a experimentaram.

 

A coisa refinou com o tempo, sobretudo para se adaptar ao crescimento populacional que a vida mais pacata, sedentária, acarretou. Para evitarem escaramuças e confusões até tentaram firmar acordos que permitissem dividir os territórios com os respectivos limites bem definidos para ninguém reclamar como seu um pedaço fronteiriço qualquer, mas a História não esconde que essa solução nunca se revelou consensual.

As nações foram sendo moldadas pelas alianças de conveniência, pelos oportunismos de circunstância e acima de tudo pela força dos que mais a tinham para impor a vontade dos homens afirmando-a de Deus.

Mas a malta, os que não tinham alternativa, lá ia ficando e aos poucos se iam habituando a falar igual aos vizinhos e a cantar as mesmas músicas e a contar as mesmas histórias da vida que acontecia dentro de um espaço a que chamavam seu porque fazia parte de uma enorme propriedade colectiva chamada país.

 

Muito tempo depois da criação do primeiro aglomerado populacional com território reclamado como seu e pouco tempo decorrido sobre a perda de milhões de vidas à conta da cobiça expansionista, a galinha do vizinho, alguém percebeu que a melhor forma de acabar com essas cotoveladas, com esses chega para lá que o desenvolvimento da tecnologia militar ameaçava transformar num armagedão, seria unir os vários grupos distintos de um mesmo continente em torno de uma lucrativa e muito fraterna união das que se fazem à força dos milhões.

 

O problema é que esses visionários concentraram-se imenso na parte do lucrativa e ignoraram o risco de a coisa dar para o torto e tornar-se quase impossível de sustentar a parte do fraternal.

As mesmas populações reconhecidas pela paz e pela prosperidade que a ligação mais próxima com gente estrangeira parecia garantir viraram o bico ao prego quando começou a faltar o pilim e de um dia para o outro começaram a erguer-se os estandartes do salve-se quem puder e, como é tradição, os mais fortes e endinheirados olharam primeiro para os seus umbigos quando passou a estar em causa a salvação, assim o acreditam, de apenas alguns.

 

E se as fronteiras do passado começaram a redesenhar-se com enorme definição, pelo menos nas prioridades dos mais poderosos, as perspectivas para o futuro europeu ameaçam tornar-se num borrão, numa pasta disforme de incógnitas onde o cinzento predomina no céu cada vez mais escuro, mais carregado com a ameaça permanente de um tremendo temporal.

18
Dez11

A POSTA NUMA DÍVIDA SOBERANA

shark

Embora não seja coisa engraçada acho sempre imensa piada aos desabafos daqueles que choram a perda da soberania por via do torniquete que a crise nos aplicou.

A anedota encontro-a no facto de os maiores chorões se apregoarem adeptos de uma Europa fraterna, unida, quase irmã à luz dos impulsos federalistas dos mais interessados numa integração total e muito para além da economia que acaba sempre por constituir o motor para estas uniões de fato e gravata só para a fotografia institucional ser composta.

 

É complicado para mim entender estes receios hipócritas emanados dos mais entusiastas por aproveitarem o pretexto da crise para aprofundarem os laços da união que prova só funcionar na perfeição quando o dinheiro não é problema. Soa-me paradoxal, o instinto protector da soberania ameaçada pela ingerência nas Constituições dos países – o limite ao défice quantificado nos desígnios alegadamente superiores das nações – e a coragem unionista necessária para aceitar a imposição de regras que descaracterizam os países e forçam a importação de um modelo de sociedade muito parecido mas de forma alguma tão igual como o desejariam os snobes do norte europeu mais endinheirado.

 

Se antes a retórica política ainda defendia a custo a paridade, os mecanismos de protecção dos países mais pequenos ou periféricos que garantiam a igualdade no peso decisor dos diversos Estados, agora temos alemães e franceses a ditarem os caminhos a seguir como se o poder do dinheiro se sobrepusesse aos restantes. E afinal prova-se que se sobrepõe, como o demonstra a anuência dos restantes e a falta de tomates generalizada para assumir um murro na mesa para perguntar: afinal quem manda aqui?

 

Todavia nem perguntam e já nem tentam esconder, desorientados pela falta de soluções para o sarilho nascido da sua incompetência e da dos seus antecessores, intimidados pela condição de reféns do medo de se verem arrastados para o vórtice do furacão que já varre a Grécia, a Irlanda e Portugal, enquanto Itália e Espanha tentam escapar ao vendaval para não desabar toda a estrutura pelo efeito dominó.

São as regras do jogo jogado sobre as brasas do colapso iminente da tal união monetária que todos adivinham ser a única que interessa verdadeiramente e sem a qual tudo o resto é folclore.

Um jogo em que parecemos mergulhados no grupo mais perdedor, com a tal soberania derrotada em qualquer dos cenários concebidos pelos especialistas na matéria. Precisamente os que mais contribuíram para esta inevitabilidade aparente de perdermos pelo caminho uma realidade chamada Portugal, hipotecada aos mais poderosos pelo peso do dinheiro depois de séculos a impedir que tal acontecesse pela força das armas.

 

É um facto que devemos temer pela soberania, sobretudo pelo impacto da apatia e da cobardia generalizadas perante um descalabro que até faz ministras chorar e que entrega aos poucos o futuro do país nas mãos ávidas de quem não o sente dessa forma, como uma Pátria antiga capaz de feitos de dimensão mundial mas convertido em presa fácil numa impiedosa coutada de piranhas multinacionais.

É outro facto que ninguém pode garantir coisa alguma como moeda de troca para o estrangulamento de cada vez mais famílias e empresas à mercê de um sistema implacável onde nos endividamos perante quem nos empresta e quando voltamos a precisar damos de trombas com a verdade da condição financeira das instituições que nos poderiam valer até chegar o momento de ver tudo deitado a perder na frieza que os números negativos traduzem e implicam.

 

E na verdade quando se chega a esse ponto, as perdas das soberanias já pouco ou nada nos preocupam.

15
Dez11

DOMUS, DOCE DOMUS

shark

Ouvi poucos automobilistas criticarem o imbecil-porreirismo dos que avisam os restantes com quem se cruzam da presença da Brigada de Trânsito com um solidário sinal de luzes e isso sempre me provocou alguma estranheza.

Mas ainda não ouvi um único a criticar o agente de autoridade que alegadamente terá aconselhado um condutor alcoolizado, que acabara de matar uma jovem mulher e o seu filho com 17 meses de idade, a abandonar o local do crime, perdão, do acidente e a apresentar-se voluntariamente num hospital para a despistagem do álcool no sangue apenas daí a seis horas.

E isso associa à estranheza uma repugnância que espero nem precisar de explicar na sua motivação instintiva.

 

Somos uns bacanos, ou pelo menos é essa a imagem que gostamos de cultivar, sobretudo junto dos estrangeiros cuja consciência cívica mais avançada os torna nuns chatos demasiado certinhos que alinham com tudo o que os mandam fazer e aceitam como naturais todas as proibições que a lei dos seus países consigna.

Contudo, se não consigo encontrar nada de bacano em alertarem com sinais de luzes os aceleras bêbedos que podem matar-me ou aos meus uns quilómetros adiante por não serem apanhados em flagrante pela polícia nos seus excessos, ainda menos porreiros achei os máximos acesos pelo tal (alegado) agente da autoridade que sentiu o apelo generoso, quiçá solidário, de tentar safar um assassino involuntário das consequências do seu crime e que, no caso concreto, atingiram a barbaridade de três anos de prisão. Com pena suspensa, para dar ao acusado a hipótese de ameaçar o viúvo e pai com represálias pela sua ingénua sede de justiça.

 

Eu sou muito português, em montes de coisas que nos distinguem dos outros e até são mesmo bacanas, mas não consigo rever-me nestas solidariedades latinas da treta que estão na origem, por lhes assegurarem a impunidade no juízo popular, de quase todas as cenas porreiras que multiplicadas por milhares têm destruído o país como uma praga de térmitas.

Depois a pessoa teve azar, coitada, de se calhar nesse dia ter ido ao casamento de um primo que até o ajudou imenso na construção da casita com materiais desviados de outra obra (provavelmente pública) qualquer e bebeu uns copitos e, coitado, foi enfaixar-se na senhora, tadinha, que ia feliz com o filho mais novo no colo até o destino cruzar os seus caminhos com o caramelo que acabou vivo e em liberdade para poder recolher o amparo dos amigos e da família naquele momento difícil em que teve que responder em tribunal por causa do malandro do gajo que perdeu a mulher e um filho mas perdeu tá perdido e a vida continua como o senhor (alegado) polícia tentou garantir com a sua actuação mas o gajo, cabrão, insistiu em dar cabo da do homem, coitado, que teve azar naquele dia mas nos outros todos foi sempre um bonzão.

 

Porreiro é uma pessoa saber distinguir entre tradições e aberrações e reunir a coragem para mandar uns murros na porta por detrás da qual os gritos de aflição de uma vizinha indicam que pode estar a ser espancada por um merdoso que, coitado, nesse dia até bebeu uns púcaros por estar desempregado ou para estender uma mão solidária à família do andar de cima que já não consegue esconder os efeitos devastadores da crise no seu quotidiano em vez de aproveitar a deixa para comentar a incapacidade do vizinho, um falhado, para conservar o emprego ou a sua actividade económica e aconchegar assim o espírito no consolo das comparações com situações piores do que a nossa.

Facilitar a vida aos coirões que renegam as regras do jogo para se facilitarem entre si na fuga às consequências posteriores equivale a alimentar uma paz podre imbecil, dependente da sorte de uns e do azar de outros, que pode culminar em tragédias cuja culpa ou responsabilidade a Justiça, tão porreira, coitada, comprovadamente não sabe gerir e um povo tão estupidamente bacano tanto faz por merecer.

08
Dez11

O ÚLTIMO BASTIÃO

shark

No dia previsto voltaram a chamá-lo bem cedo para cumprir a sua função. Calhava-lhe sempre a mesma galáxia e o cargo que ocupava não permitia alternativas, competia-lhe assegurar a desinfestação dos planetas abandonados à pressa durante a devastadora guerra civil que alastrara às colónias distantes e tornara para si inabitáveis esses calhaus no espaço que tanto amaldiçoava, depois de infestados de formas de vida estranhas, aberrações como as entendia, nascidas do nada a partir do que restara, dos escombros de mundos antes habitados aos milhões pelos seus iguais.

 

Equipou a nave com os instrumentos mais letais do seu arsenal de desinfestação planetária, determinado a perder ainda menos tempo nessa segunda deslocação ao terceiro planeta de um diminuto sistema solar, numa galáxia remota, onde reinava a monotonia das formas de vida inferiores, criaturas medonhas que se propagavam pelo planeta inteiro a um ritmo que o surpreendera na primeira deslocação, pouco tempo atrás.

Nada restara do que antes povoara o planeta quando a guerra finalmente acabou, apenas destroços pulverizados por armas de destruição em massa que ambas as partes não hesitaram em utilizar, deixando inúmeros planetas sem condições para neles se restabelecerem os grupos colonizadores de mundos como outrora.

Mundos que o lembravam agora de tempos que todos desejariam esquecer e ele encarregado da respectiva manutenção, contrariado e quase sempre desleixado ao ponto de permitir que a vida voltasse a aparecer, como uma praga, e ocupasse o espaço que lhes pertencia há muitas gerações.

 

Era longa a viagem e raramente regressava a casa a horas decentes para jantar, mas a sua espécie era reconhecida pela paciência e em nada o perturbava o caminho a percorrer mas o mesmo não podia dizer do nojo que lhe provocava a bicharada que encontrava, aqui e além, na sua zona de intervenção.

Mantinha-se entretido com a preparação do equipamento mais a batota que fazia para enganar os seus superiores, boa parte da carga despejada pelo espaço para encurtar a estadia nas lixeiras que deveria cobrir com a substância que eliminava toda a matéria orgânica, deixando as terras livres para a futura reocupação.

Claro que nunca resultava por completo a operação e isso obrigava-o a repetir em centenas de locais os mesmos procedimentos, a rotina insuportável da aniquilação de novas hordas de seres bizarros que progrediam a partir do quase nada que deixava para trás.

 

Parou a nave a uma distância prudente para evitar qualquer onda de choque ou os detritos que o trabalho pudesse provocar e ligou o monitor para acompanhar, por ordem do concelho científico, a evolução das espécies que pudessem, eventualmente, ocupar os planetas na sua ausência. Servia, segundo lhe diziam, para aperfeiçoarem ainda mais a eficácia de desinfestações posteriores.

Quase saltou na cadeira quando distinguiu uns bichos muito diferentes dos restantes no comportamento e concentrou nesses a sua atenção.

Assistiu intrigado à evolução daquelas criaturas alienígenas e acabou por se esquecer de jantar, estupefacto com aquela mutação de uma pequena parte da bicharada que conseguira proliferar após a sua primeira visita ao local.

Quando lhes percebeu a capacidade de comunicação entre si desligou os gravadores, atemorizado pelas consequências que a sua negligência assim revelada pudessem acarretar.

Deixou-se ali ficar enquanto se desenvolviam e depressa tomariam de assalto todo o planeta, exterminando aos poucos todas as espécies que os rodeavam, ameaçadoras ou não, e (isso deixou-o petrificado) espalhando igualmente a destruição entre si.

 

Foi essa semelhança de comportamentos que o estarreceu. Viu-se obrigado a tomar uma decisão e dispunha apenas de duas opções, cumprir a sua função ocultando os factos aos seus superiores para salvar o emprego ou virar as costas e fazer de conta que nada daquilo existia, regressar com os depósitos vazios sem despejar naquele planeta a condenação anteriormente mal sucedida.

Mas agora a vida era outra ali e ele revia o seu povo naquelas criaturas pequenas que para seu espanto começaram até a enviar engenhos voadores para o espaço exterior.

Foi aí que adivinhou o pior, descobrirem-no ali e estabelecerem qualquer espécie de comunicação que o pudesse de forma insidiosa cativar.

Atordoado, entendeu partir por não possuir a frieza necessária para levar a cabo a sua missão, deixando-os viver naquela esfera azul nos confins sem lhes denunciar a existência (o que obrigaria a um relatório que demoraria mais de um milhão de translações daquele planeta a terminar).

 

Acabou por despejar a carga num gigante gasoso do mesmo sistema solar e manteve-se ocupado no caminho de volta a treinar uma aparência normal quando desse o trabalho por concluído no final desse turno enquanto tentava imaginar futuros desenvolvimentos para a evolução daquela espécie perturbadora nascida dos resíduos da sua, tão diferente na aparência mas tão parecida na estupidez como ele agora se encarregara de provar ao decidir poupá-los à destruição total.

Tentou também apaziguar o desconforto que lhe provocava a noção de que não tardaria a ter que regressar ao pequeno mundo azul e enfrentar de novo o dilema de acabar ou não com a existência de mais uma fornada de indesejáveis num terreno que teriam de ocupar um dia.

Decidiu adiar-lhes o fim (já tinham existências tão efémeras, coitados...) pois sabia que não enviariam colonos enquanto ele não garantisse a habitabilidade do planeta e foi nisso que pensou enquanto ceava à luz das três luas de Mandir.

 

Ainda nem tinha acabado a refeição quando viu no comunicador a expressão enfurecida do chefe de departamento, acabada de receber a informação da proveniência de uns tais de “humanos” cujas naves se aproximavam como uma praga para fazer tombar o último bastião de resistência contra a colonização forçada, brutal, de mais um sistema solar.  

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