Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

07
Ago11

A POSTA NAS DECISÕES MARGINAIS

shark

Descobriram meia dúzia de armas, provavelmente pertencentes a um filho emigrado, em casa de uma sexagenária e o juiz entendeu aplicar-lhe prisão preventiva.

O autor confesso de andar a fotografar miúdas nuas entre os oito e os doze anos de idade, alunas da escola onde o bandalho era o porteiro, e que possivelmente terá abusado de algumas crianças foi igualmente apanhado e o juiz aplicou a prisão domiciliária.

 

Se a medida em causa é uma espécie de bitola do grau de gravidade da violação da lei e for consensual que é melhor estar preso na própria casa do que numa penitenciária qualquer é fácil perceber que para os tribunais é mais ameaçadora para a sociedade uma sexagenária com armas em casa, mesmo não sabendo sequer como usá-las, do que um badalhoco que não hesita em usar a sua, a função de porteiro numa escola, para se aproveitar de crianças no deleite bizarro de qualquer porco com sérias perturbações mentais.

Aqui parece-me existir uma dúvida no ar: ou a pedofilia não é uma doença e os bandalhos devem ser encarcerados, sem excepções, para protecção das crianças ou, antes pelo contrário, estamos perante um problema de saúde pública e a pessoa doente deve ser de imediato confinada a um hospital psiquiátrico.

Por outro lado existe também a dúvida acerca da regulação da balança que a Justiça deve simbolizar, pois o peso parece pender de forma sistemática para o lado oposto daquele que o senso comum da população aponta.

 

Não gosto da ideia de a minha vizinha do segundo ter o guarda-fatos atulhado de espingardas, admito. E gostaria que os agentes da autoridade lhe confiscassem tal mercadoria para segurança de todos, embora seja inadmissível para mim vê-la presa por guardar pertences de outrem, sobretudo de um filho a quem custa sempre dizer não e no caso concreto até pode estar em causa o instinto maternal de evitar complicações legais à sua cria.

Contudo, a ideia de ter um vizinho qualquer, pedófilo assumido, “aprisionado” na sua fracção do mesmo condomínio onde mora a minha filha é simplesmente insuportável e só fico a torcer para que se tal acontecer ninguém me identifique o canalha.

 

A opinião de um cidadão vale o que vale, mas esta é a minha.

A Justiça em Portugal parece estar a viver um período de desnorte que se reflecte na própria conduta pessoal de alguns juízes e de aspirantes à função mas se faz sentir de forma estrondosa nesta divergência crescente entre as decisões dos magistrados e a sensibilidade da população que ali representam.

E qualquer defensor do Estado de Direito não pode, a menos que se queira enganar a si próprio, fazer de conta que não sabe que ao desacerto e à brandura excessiva da Justiça acaba por corresponder um aumento exponencial da probabilidade de se multiplicarem os casos de justiça pelas próprias mãos que, mais do que pela sede de vingança, nascem pela necessidade de percepção de segurança para a qual as decisões estapafúrdias e desadequadas constituem uma das mais concretas ameaças.

 

04
Ago11

A POSTA NO DIREITO DO CONSUMO (3)

shark
Direitos do consumidor - Extraído da Lei do Consumidor

Artigo 3.º
Direitos do consumidor

O consumidor tem direito:

a) À qualidade dos bens e serviços;
b) À protecção da saúde e da segurança física;
c) À formação e à educação para o consumo;
d) À informação para o consumo;
e) À protecção dos interesses económicos;
f) À prevenção e à reparação dos danos patrimoniais ou 
não patrimoniais 
que resultem da ofensa de interesses ou direitos
individuais homogéneos, colectivos ou difusos;
g) À protecção jurídica e a uma justiça acessível e pronta;
h) À participação, por via representativa, na definição legal 
ou administrativa 
dos seus direitos e interesses.
04
Ago11

A POSTA NO DIREITO DO CONSUMO (2)

shark

Um conceito que se vulgarizou e ganhou novos contornos por via da sua aplicação corrente, amplamente divulgada na Comunicação Social pela sucessão de excessos cometidos em matéria de ligações perigosas, é o da promiscuidade.

Esta palavra tão em voga visa atribuir um cunho negativo a algo que embora generalizado não passa de uma prática daquelas que desvirtuam o funcionamento das pessoas e das instituições, podendo até minar a sua operacionalidade por lhe adulterarem a missão.

 

Quando o professor Mário Frota, indignado (também) pela confusão entre a associação de consumidores que lidera e uma outra organização alegadamente com os mesmos objectivos mas de génese empresarial, desabafa essa realidade bizarra a primeira coisa que me ocorre é o absurdo implícito em ser atribuído tanto destaque a uma empresa que escolheu os direitos do consumidor como mote para a sua obtenção de lucro e tão pouco a uma associação propriamente dita e com provas dadas naquilo que é o seu objectivo único.

O absurdo, de resto, abraça-se ao ridículo quando percebemos que faz tanto sentido ter uma empresa a zelar pelos direitos dos consumidores como termos uma associação de defesa do consumidor a representar os interesses de comerciantes ou de industriais.

 

É confusa, esta coisa da promiscuidade, precisamente pelo evidente contra senso destas misturas de narizes em matéria de tentações demoníacas que resultem destes pactos com o diabo da sede de poder ou de lucro (que é quase a mesma coisa).

Contudo, facilmente imaginamos o anjinho no gerente de uma empresa que defende os seus consumidores das restantes em rota de colisão com o diabinho que na sua consciência de gestor alerta para a receita extraordinária que uma simples omissão pode providenciar.

 

E é aí que percebemos a existência de um risco óbvio, o de prevalecer, nem que seja por uma questão de sobrevivência do projecto (para todos os efeitos) comercial, o apelo financeiro sobre a questão dos princípios.

 

02
Ago11

A POSTA SOBRE CARRIS

shark

Realidades imutáveis, verdades impossíveis de alterar para diferente, para melhor, são sinónimo de derrota para quem se queira agarrar à mentira representada pela ilusão.

Não importa quantos são os obstáculos que não se logra transpor e enfatizar os ultrapassados constitui não mais do que uma panaceia para o desconforto que sentimos quando a verdade é a doer e é daquelas que nos fazem perder quando pouco mais resta do que empatar para adiar a constatação.

A vida pode revelar-se obstinada, persistente, particularmente motivada no sentido para nós proibido, aquele que queríamos perdido para sempre nos confins da desorientação das coincidências que se vestem de sorte ou de azar.

A vida pode não achar que devamos ter uma pequena palavra a dizer no rumo escolhido e depois opta pela falta de sentido que é como uma lição de humildade extraída de uma realidade imposta pela teimosia do destino traçado por uma força superior ou apenas pela maior relevância de um factor que terá escapado ao nosso controlo ou simplesmente à nossa atenção.

E entretanto a vida passa destravada pela estação onde nos deixamos ficar, à espera dos milagres sem a bagagem de fé que os possa sustentar em teoria, depois de afastada tal hipótese pela franqueza brutal da lucidez, e só quando a vemos ao longe percebemos que a vida não espera por passageiros apeados pelos seus dilemas intrincados, pela sua desistência mal disfarçada por tentativas débeis de alterar as realidades imutáveis que o tempo transforma aos poucos em folhas secas arrastadas pelo vento no espaço mais recôndito das recordações que bem podíamos dispensar.

01
Ago11

A POSTA NUMA SÉRIE DE TRÊS

shark

Se há coisa que o quotidiano marado a fervilhar de gente meia tola traz de novo aos apreciadores da Ficção Científica como eu é a maior facilidade de adaptação aos ambientes alienígenas.

Por isso mesmo acompanho três séries de FC com o dedo do McGiver (Richard Dean Anderson, um cromo porreiro) que protagoniza a primeira (Stargate SG1) e faz uma perninha aqui e além nas outras duas (Stargate Atlantis e Stargate Universe) sem estranhar qualquer bizarria extraterrestre.

 

Um dos aspectos mais apelativos desta trilogia é o requinte na concepção dos inimigos que os terráqueos enfrentam em qualquer dos três cenários.

O tal stargate que dá nome às séries é um dispositivo que permite viajar entre planetas sem necessidade de meio de transporte, a malta entra no que parece água no interior de um anel de pedra ou de metal e segundos depois sai por um outro anel situado num planeta e até numa galáxia distante. E é aí que dão de caras com os maus, sempre refinados filhos da mãe com poderes xpto. Eu passo a resumir, só para vocês apanharem a essência da coisa.

 

Temos o primeiro dos inimigos, uma criatura parecida com uma serpente mas com umas pernitas que lhe permitem introduzir-se nos hospedeiros, os humanos espalhados pelo universo por antigos habitantes com ligações egípcias (até as naves deles são pequenas pirâmides), e transformarem-nos numa espécie de escravos de um mauzão pior do que os outros.

Como se isto fosse ameaça menor para um planeta tão pacato como a Terra, a esses maus sucedem-se uns evangelizadores à bruta que tratam os humanos como os espanhóis trataram os Aztecas quando não aceitam a sua fé. Esses evangelizadores possuem, como é óbvio, poderes imensos e controlam as cabeças fracas da malta sem precisarem de se enfiarem no seu interior.

E ainda temos no SG1 os replicadores que, como o nome indica, multiplicam-se como coelhos. Só que são máquinas, parecem enormes aranhas de metal e isso causa enorme transtorno aos heróis da série: o McGiver, mas numa versão mais metralhadora e menos pastilha elástica chamado Jack O´Neill, um antropólogo e linguista que com tanto tiroteio se transforma aos poucos num fuzileiro com mestrado (Dr. Daniel Jackson), uma cientista que até é oficial da Força Aérea e por isso é tão boa na porrada como na inteligência brilhante e até é loura (Samantha Carter) e, para completar o quarteto de bons mais a boa, temos um dissidente do inimigo original (dos tais com réptil embutido) que fala pouco mas é grande como dois e dá um jeitão quando há sarilhos nos tascos interplanetários que eles vão conhecendo ao longo dos seus passeios pelos anéis.

 

Já a Stargate Atlantis reúne um lote diferente de heróis e desenrola-se a partir de uma colónia de exploradores que são enviados pelo tal anel mágico, só com bilhete de ida, para a cidade perdida da mitologia terrestre.

Os inimigos nessa série são igualmente muito maus. Trata-se de uma espécie mutante, uns insectos que de tanto se alimentarem de humanos acabam por ficar parecidos com eles, a falarem inglês e tudo. O problema é que continuam a alimentar-se de humanos e fazem-no de uma maneira que não lembra ao escaravelho: espetam as unharras no peito das pessoas e sugam-lhes anos de vida até a vítima ultrapassar o prazo de validade.

Ainda por cima os melgas dos maus possuem capacidade de se auto regenerarem e mais facilmente morreriam com uma boa borrifadela de baygon naqueles focinhos do que a tiro.

Mas pronto, a equipa da Atlântida lá vai dando a volta aos bichos das mais variadas formas.

 

Finalmente temos outro grupo de terráqueos, o da Stargate Universe, que se vêem a bordo de uma nave espacial com piloto automático sem poderem regressar à Terra.

As peripécias deste grupo nómada vão acontecendo quando param nos planetas para esticarem as pernitas enquanto a nave dos Antigos (os antigos habitantes da Atlântida) não parte para outra estrela (onde se abastece de combustível, assim numa visão futura dos carregadores dos carros eléctricos que andam a ser instalados em Portugal) ou para outro planeta com anel (o tal stargate) instalado.

Os maus, neste caso, tanto podem ser humanos desviados do bom caminho por alguma necessidade ou ambição como podem ser naves de guerra não tripuladas e programadas para destruírem toda a tecnologia diferente da sua, remanescentes da aniquilação total de duas facções em disputa.

 

Para mais pormenores, é procurarem na Zon o canal MOV ao final da tarde e assistirem a um episódio de qualquer das três séries, todas elas giras de acompanhar e sem nada de suficientemente estranho nos comportamentos da malta e mesmo dos maus para o telespectador comum se sentir desajustado.

Pág. 3/3

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Arquivo

    1. 2022
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2021
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2020
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2019
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2018
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2017
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2016
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2015
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2014
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2013
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2012
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2011
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2010
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2009
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2008
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2007
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2006
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2005
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    1. 2004
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D

Já lá estão?

Berço de Ouro

BERÇO DE OURO