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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

21
Ago11

A POSTA QUE É MAU TERMOS MEDO DOS BONS

shark

De cada vez que vejo imagens relativas ao abuso de autoridade por parte de um corpo policial obrigo-me a refrear a ânsia por segurança que, sobretudo em tempos mais agitados como os que se avizinham, tendemos a privilegiar em detrimento do bom senso que nos alerta para a brutalidade e a privação de direitos, liberdades e garantias que o excesso de preocupação com a segurança oferece de bandeja aos poderes a quem dê jeito eliminar em absoluto qualquer tipo de contestação.

 

Agora vêm de Espanha, numa santa ocasião, os momentos neandertal protagonizados por homens cegos pela força que lhes é confiada sob o pressuposto de saberem ponderar o respectivo uso. E não usam, abusam, tal como as imagens, que a tecnologia e a liberdade restante permitem divulgar, confirmam.

É uma ameaça séria, esta do abuso da força por parte de um Estado que é quem solta nas ruas estes fulanos a quem confiamos a nossa segurança e por isso acaba por ser directamente responsável pelo comportamento de indivíduos armados que queremos, no mínimo, inteligentes o bastante para distinguirem um transeunte inofensivo de um potencial agressor.

Só não entende a dimensão do problema quem não levou bastonadas apenas por escolher as ruas erradas a percorrer. A revolta é imensa e maior ainda deverá ser a preocupação de todos perante estes episódios que se multiplicam, resguardados perante uma imaginária licença para abusar concedida pelo medo acéfalo da maioria dos cidadãos.

 

Em causa estão duas opções: ceder ao medo de bandidos, de terroristas, de distúrbios, de tudo quanto possa constituir uma ameaça à segurança e exigir mais (e mais violenta) polícia nas ruas até essa polícia ter força demais (o embrião de um Estado policial com fachada democrática) ou, em alternativa, não deixar impunes estes desvios comportamentais por parte dos agentes da autoridade e escolher o caminho das melhores polícias (tamanho não é documento) devidamente equipadas e com formação rigorosa mas igualmente fiscalizadas na sua actuação.

Deveria ser uma decisão fácil, mas aparentemente não é e os políticos, tão receosos da perda de controlo das multidões como da do apoio das classes mais abastadas que pressionam no sentido de salvaguardarem a sua segurança pessoal, nunca hesitam em colocar-se do lado de polícias prevaricadores não só por estes serem os seus instrumentos mais eficazes de repressão a movimentos contestatários mas porque censurar actuações indevidas acarreta um custo político que nunca estão dispostos a pagar.

 

Sempre defendi a existência de corpos policiais de elite, bem pagos, bem equipados, capazes de ombrearem sem medos com o que de pior a sociedade produz.

Porém, da mesma forma defendo, ainda com mais ênfase, o cuidado no que concerne à legislação que proteja os cidadãos da perda de algo sem o qual todos os excessos acabam permitidos e todos os medos acabam transferidos para um mal muito maior: a liberdade de expressão e de circulação que parecem cada vez mais incomodar os poderes que elegemos (também) para nos garantirem a preservação desses direitos.

 

Quando as polícias perdem o controlo ao ponto de se tornarem num papão para cidadãos cumpridores da lei, como as imagens divulgadas documentam com frequência e disseminação perturbadoras, só os imbecis conseguem ignorar o sinal de alarme que essas situações representam e a impunidade subsequente que se camufla por detrás de inquéritos feitos por juízes em causa própria até se tornar num monstro cujos abusos ninguém saberá depois como conter.

19
Ago11

A POSTA AQUI

shark

Eu gosto de jogos de palavras, nem que seja por elas saírem sempre ganhadoras desses desafios que nos impomos quando temos a cabeça demasiado cheia de cenas sem jeito algum ou, pelo contrário, dispomos de espaço no disco para fazermos correr os ditos jogos.

 

Admito que o meu processador já conheceu melhores dias e a placa gráfica chia mais do que o portão da quinta depois de um Inverno rigoroso sem a bênção de uma almotolia.

Contudo, da assistência técnica que a vida nos oferece como contrapartida para as avarias que consegue provocar fazem parte os pequenos upgrades que compensam o desgaste do material e assim um gajo tem fases em que até computa benzinho.

 

Um desses chips que o quotidiano nos instala é o acelerador do ego, um portento da tecnologia de ponta capaz de melhorar o desempenho da pessoa a um nível muito superior ao que seria de prever quando se tem em conta um equipamento entradote.

E aqui mudamos o cenário e passamos para o contacto com a natureza, nomeadamente a que nos inspira nomes tão giros como sapo ou tubarão quando mergulhamos nisto dos computadores como forma de vida ou apenas de ocupação de tempos livres (como o horário de trabalho em que me encontro neste preciso instante).

 

Pois temos então um sapo que, como todos sabem, possui a vantagem de ser anfíbio e nada lhe escapa da vista, dentro ou fora de água. E temos um tubarão que lá vai dando à barbatana no meio do resto da imensa bicharada que um oceano virtual pode contar e no Portugal que bloga é no tal batráquio que se reúnem a maioria dos cardumes.

Regressemos então ao ambiente Windows para perceberem a lógica do raciocínio.

Um dos mais eficazes aceleradores do ego para quem já computa com o desempenho de um Spectrum é o reconhecimento. Perguntar-se-ão, mas que tem isto a ver com sapos e tubarões?

Nada. Pelo menos fora do contexto dos tais jogos de palavras com que a pessoa estica a corda na soma de parágrafos que dizem o mesmo que uma só frase conseguiria.

Mas é essa uma das funções principais dos jogos de palavras: encher chouriços quando o sistema operativo já ameaça crashar por falta de férias ou apenas porque os tubarões apesar de não incharem como os sapos conseguem encher as suas postas com as palavras que jogam entre si o jogo do empurra para camuflarem a vaidade inevitável que podia ser resumida assim, sem deixar de se chutá-la para canto:

 

O Charquinho está outra vez em destaque no Sapo.

E que diz isso, tu que me acompanhas nestas águas, acerca do teu inequívoco bom gosto?

15
Ago11

A DOR DE CABEÇA QUE A DISCORDÂNCIA DÁ

shark

Nunca escondi a minha admiração e o meu apreço pelo blogue Aspirina B, um espaço que tem feito parte do meu passeio diário por aquilo que a Blogosfera nos dá.

Podemos avaliar um blogue pelo nível do que publica e/ou pelo calibre das pessoas que o fazem. Prefiro sempre optar pela primeira hipótese, nem que seja pela coerência relativamente ao que sempre defendi em relação à minha pessoa, mas isso não me cega aos comportamentos que considere indignos ou aos pressupostos que violem princípios que o mesmo espaço afirme defender.

 

Nos registos deste blogue existem diversas intervenções minhas que me embaraçam, nas postas como nas caixas. E nestas últimas cheguei a desafiar um comentador para a porrada (era muito novo, não pensava...), o que diz bem do quanto me irritou na altura a intervenção do dito comentador.

No entanto, e apesar de conhecer a identidade do aparente anónimo, inibi-me de a divulgar porque encaixo essa atitude oportunista de aproveitar a obrigatoriedade de fornecer um email nos comentários para obter e, pior ainda, divulgar o nome que as pessoas mostram não querer revelar publicamente, num esquema óbvio de coacção para dissuadir os comentadores inconvenientes de exercerem o seu direito que, em caixas abertas, nunca é uma oferenda.

 

Por outro lado, se alguém utiliza o seu email verdadeiro apesar de manter o anonimato na face visível do seu comentário é porque não teme responder pelo que afirma. Sugerir, como o Valupi aqui o faz em defesa do seu par, que o melhor seria não fornecerem um email honesto para não correrem o risco de verem o nome ou o género divulgados, é algo que fala por si mesmo enquanto conceito: é o apelo às mascarilhas que parece interessar a quem não possui estaleca para aguentar comentários desfavoráveis, ainda que plenamente justificados no seu teor.

 

Sim, privilegio o teor das postas em detrimento da personalidade dos respectivos autores.

Mas não pactuo com ditaduras de pacotilha que aplicadas a um aplicar-se-ão no futuro a todos e desvirtuam tudo aquilo que uma caixa de comentários aberta e sem moderação representa.

 

Inibir comentadores com base no conhecimento obtido nos bastidores de um blogue é algo de censurável e não aceito qualquer tipo de justificação, muito menos de teor prepotente, para essa postura.

E por isso mesmo comento aqui, sem reservas, aquilo de errado que encontro no que me “oferecem” no Aspirina.

Não pretendo ficar a dever-lhes coisa alguma.

13
Ago11

A POSTA NA MACA DO PERU

shark

Nem sempre presto a devida atenção à papelada que atafulha a minha caixa de correio com a versão arcaica do mesmo spam com que bombardeiam as caixas virtuais.

Porém, pelo meio das contas para pagar, dos descontos em cartão, das marquises em alumínio e dos milagres de um qualquer mestre africano nos problemas de dinheiro, de saúde e de formiga de asa encontro por vezes algo de diferente e que me prende a atenção.

 

Até ver ainda não sou um consumidor-alvo para a sensacional mercadoria que me propõe a Natural Performance, um apartado de Coimbra onde aceitam as encomendas dos felizardos que acreditam ter encontrado a cura para um dos seus males, nomeadamente a falta de qualquer coisa na vizinhança do púbis em paralelo (os que de facto encomendam) com outra ausência de vulto mas na região entre orelhas.

É que por escandalosos 34€ na fórmula teste e baratérrimos 109€ na fórmula máxima (onde ainda por cima se poupam cinco euros dos custos de envio), o apartado 2076 garante o mais potente dos activadores sexuais de todos os tempos!

 

O Viriboost (apresentado na tv, diz o folheto) não faz a coisa por menos: provoca em todos os homens uma erecção imediata, potente, durável e um apetite sexual transbordante. Nem a Angelina Jolie e a Soraia Chaves em trabalho de equipa fariam melhor, pois quando a coisa transborda estamos perante um autêntico dilúvio de entusiasmo e mais vale ter o número de telemóvel do canalizador à mão para qualquer emergência.

E se o apetite sexual transborda, a ejaculação passa a ser robusta e isso é algo que me deixa estupefacto por nem conseguir ver bem o alcance dessa garantia do Viriboost que ainda oferece a homens de todas as idades um desempenho imparável até hora e meia depois de tomar a cápsula que, por mero acaso, o folheto diz ser azul.

Claro que aqui a pessoa fica desiludida, pois hora e meia de desempenho imparável apenas vale a pena se a pudermos somar à hora e meia anterior...

 

Mas o Viriboost não se deixa atrapalhar por essas contas, pois promete ainda intensificar a grossura do seu pénis (decuplicando-lhe a dimensão) e amplifica a sua ejaculação em volume e em potência (deve ser o chamado efeito agulheta)!

Recomendado (dizem eles) por médicos e sexólogos, este produto garante que a pila da pessoa continuará a crescer durante a erecção (a prudência aconselha a ir enrolando a coisa para a parceira não ir parar ao Samouco) e é alegadamente um concentrado ultra-potente de sete plantas afrodisíacas meticulosamente doseadas (deve ser como a nitroglicerina ou assim) e enriquecido com vitaminas mais um tal de betacaroteno.

 

Eu aconselharia a toma deste viagra natural dos peruanos de preferência junto a estábulos ou a picadeiros pois diz no papel que o Viriboost transforma os homens em verdadeiros garanhões!

Numa lógica que presumo será bebida na pornografia tradicional, os alquimistas do Viriboost afirmam que com uma erecção mais vigorosa a sua parceira se oferece facilmente sem tabus nem restrições. Ou seja, elas não tomam o comprimido azul mas ficam abrangidas na mesma pelo efeito da maca do Peru que as transforma por magia numas malucas desvairadas (nem que seja por às tantas já andarem há meses sem verem crescer outra coisa que não a barriga dos seus parceiros).

 

Como é normal neste tipo de produtos com verdadeira intervenção divina, não estão referidas quaisquer contra-indicações relativas ao Viriboost.

No entanto chamaria a vossa atenção para de entre os testemunhos de alegados utilizadores haver um, o Jerónimo, 23 anos, que refere o facto de o seu pénis ficar duro como pedra, o que pode representar uma ameaça para quem tenha acabado de investir centenas de euros em pivôs e respectivo branqueamento, embora para escultoras possa constituir um desafio artístico deveras interessante.

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