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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

05
Jun11

A POSTA NOS PORTÁTEIS PARA ESQUIMÓS

shark

A minha relação com os veículos automóvel foi sempre pautada pela influência nefasta do calor.

Foram muitas as ocasiões nas quais abri o capot para, sem grande surpresa aí a partir da terceira vez, constatar o fumo branco do vapor que me anunciava o sobreaquecimento e consequente despesa no mecânico. E essa nem era um mal em si, pois foram vários os casos em que a sucata seria o destino final das máquinas a quem o meu pé pesado derreteu os interiores.

 

Nem posso apontar o dedo a esta ou aquela marca e/ou modelo em concreto. Desde o meu velho Vauxhall Viva a quem guisei duas juntas da cabeça até ao mais recente, um Opel Astra que também por duas vezes encostou à box, vi ceder ao calor humano que emana da minha condução um Rover e perdi a conta aos Citroën (julgo terem sido três) que viram os seus dias terminarem com o ponteiro da temperatura no vermelho que lhes denunciava o fim.

Claro que depois de uma pessoa reparar na multiplicação de sobreaquecimentos acaba por somar dois mais dois e perceber que o problema não é mecânico mas psicossomático e a solução consiste em evitar o calçado de chumbo que nos empurra o pedal do acelerador para lá do limite razoável.

 

Porém, esta nostalgia volante serve apenas para vos enquadrar no contexto do meu problema calorífero que na verdade já alastrou a outro tipo de maquinaria e é dessa que esta posta visa tratar.

É que se no caso dos automóveis um gajo acha que até faz sentido a coisa ressentir-se do abuso da respectiva capacidade, noutro tipo de material menos... circulante não estamos preparados para enfrentar a mesma limitação.

 

O meu último portátil (de saudosa memória) foi um IBM. Prestou serviço ao longo de quatro anos de utilização intensiva e acabou por baquear mesmo às portas da obsolescência quando se finou o disco made in Taiwan que tanto me desiludiu quando finalmente conheci as entranhas do suprassumo da batata frita americana e descobri a fina flor asiática que não me passava pela mona poder rechear um equipamento topo de gama.

Quando concluí ser ideia tonta recuperar o dito tentei sondar junto de profissionais a melhor opção e todos, sem excepção, me recomendaram os Toshiba. Por causa da assistência técnica, diziam.

E assim acabei por investir mais três ou quatro anos da minha computação móvel num Satellite de gama média (cerca de 900 euros de material), sempre na esperança de que nunca precisaria de recorrer à tal assistência técnica xpto que tanto me gabaram.

 

O que tem isto a ver com os aquecimentos dos motores nos automóveis de que vos falava acima?

Tudo.

É que os Toshiba, descobri agora, têm como calcanhar de aquiles precisamente aquilo que constituiu o meu fantasma em matéria auto.

Por isso me sinto na obrigação de alertar quem evite as marcas mais baratas e pretenda optar por um Toshiba: é o equivalente a adquirir um carro novo com tiques de usado com imensa quilometragem. Basta um software mais pesado, um jogo de computador de 2004 sem mariquices 3D, por exemplo, e nem uma ventoinha suplementar vos poupa ao desligar sem aviso prévio do vosso portátil quase novo mas já sem garantia.

E depois é o equivalente a um gajo dar consigo de colete fluorescente vestido na berma da estrada à espera que o motor arrefeça para poder prosseguir a marcha.

 

Convenhamos que não é o que a pessoa tem em vista quando gasta mais cem ou duzentos euros para evitar maçadas e a Toshiba deveria ter vergonha por ser capaz de lançar no mercado estas chaleiras velhas disfarçadas de portáteis sem explicar à malta que os Toshiba são mais adequados para a Islândia.

Ou ainda mais acima...

04
Jun11

FIM DE SEMANA DECISIVO PARA PORTUGAL

shark

Num momento absolutamente decisivo para o país respira-se um ambiente de alguma tensão. Em causa está o futuro imediato da nação e os mais pessimistas recordam que nem sempre as previsões sairam confirmadas nas contas finais.

 

Com os protagonistas em relativo recolhimento, como é hábito nestas ocasiões, a população anseia um desfecho favorável e o assunto domina as conversas de café. É fácil constatar nas expressões dos transeuntes a preocupação com as possíveis consequências das decisões menos acertadas na escolha do elenco, nomeadamente pela aposta em figuras que no passado recente quase deitaram tudo a perder.

Por outro lado, é nítida a divisão entre os que defendem a esquerda como melhor opção e os que privilegiam a direita por sentirem que será a mais preparada para atingir os objectivos a que estão obrigados aqueles que forem escolhidos nesta altura.

 

Sendo notória a mobilização colectiva em torno de uma derrota daqueles que todos apontam, e os números comprovam, como os principais responsáveis pela posição que o país ocupa actualmente no contexto do desafio europeu, é igualmente clara a indecisão numa significativa camada da população relativamente às opções existentes e isso tem alimentado enorme polémica nas conversas de bastidores.

A ansiedade é enorme, sobretudo entre aqueles que mais sofrem as consequências de potenciais desaires, os cidadãos anónimos que não ganham salários de luxo ou mordomias inerentes às carreiras de topo nem podem interferir de forma directa na condução dos destinos do país mas sentem na pele os efeitos (que se temem catastróficos neste momento particular do percurso português) dos maus desempenhos e das derrotas sofridas por aqueles a quem compete guindar o país a uma integração em pleno no grupo da frente da ambição europeia que nos caracteriza.

 

Por tudo isto, Portugal vive um fim de semana que coloca (quase) tudo no prato da balança e torce para que ganhe o lado certo desta contenda.

E nas ruas, entre o povo que sofre por antecipação com o medo de um descalabro que o passado já provou possível, lê-se nos olhares a preocupação perante o que poderá derivar de uma escolha errada.

 

No entanto, é nítida a esperança de que a vitória sorria aos que apesar de alguns momentos menos bons possuem no seu currículo diversos momentos de glória que muito alegraram o país.

E nem a hipótese de serem escolhidos Eduardo e Helder Postiga em detrimento de Rui Patrício e Hugo Almeida arrefece a confiança que Portugal inteiro deposita num lugar cimeiro na luta pelo apuramento para o Europeu.

02
Jun11

SENTIDO CONTRÁRIO

shark

Vês o caminho cortado e de repente és o animal ferido, o animal encurralado que desvia toda a sua força, toda a sua energia, para a melhor defesa possível, o ataque imprevisível sem perder tempo a tentar distinguir a mão amiga da que possa desferir mais um golpe e seja esse o da misericórdia que acabaste de desacreditar.

Vês o beco sem saída a surgir, de repente, no rumo da tua vida e percebes que não podes avançar sem inverteres o sentido obrigatório, sem perderes tudo o que é necessário para ser possível retomares a passada no futuro que entretanto se alterou de forma radical. Não estavas bem e vais de mal a pior, sentes o cerco apertar e queres dar luta mas há um exército de filhos da puta preparado para te esmagar, o animal ferido que te sentes agora, que metes as unhas de fora e arreganhas a dentuça porque estás farto de lavar na fuça sem ripostar.

Nessa altura já nem tens medo de perder uma batalha, ou várias, nessa guerra suja que é feita de histórias onde a coragem e a honra não desempenham qualquer papel, assinaste folhas besuntadas de mel que afinal eram cartas armadilhadas, um somatório de causas perdidas no futuro que está a acontecer agora, numa sucessão de explosões que te despertam para o conflito iminente, surgido de repente no percurso que entendeste traçar, leviano, sem pensar, quando pactuaste com o falso amigo que a conjuntura mais a sua natureza desleal viraram contra ti.

Vês o horizonte logo ali, ao virar de uma esquina, imediato, o beco sem saída no rumo da tua vida, cinzento temporal, não estavas bem e agora só resta o mal menor, a fraca consolação de que há quem esteja pior, incapacitado, e tu afinal apenas encurralado, como um animal que renega toda a esperança por perder a confiança no ambiente que o rodeia e que sente, ferido de morte, como hostil.

 

Perdido por um, perdido por mil.

02
Jun11

CAUTELAS E CALDAS DE GALINHA

shark

Se um ex ministro de um governo socialista dá a cara para encher parangonas com o caso Freeport a menos de uma semana das eleições só podemos estar perante um de dois cenários:

- O homem tem tanta, mas tanta certeza de que Sócrates é culpado da coisa que entendeu denunciá-lo antes que se corresse o risco de ele ser reeleito e nesse caso está a prestar um serviço à Democracia;
- O homem não tem certeza alguma mas por algum motivo escolheu este momento específico para tentar influenciar o sentido de voto e nesse caso estamos perante a confirmação de que a guerra suja contra Sócrates é ainda mais comprometedora (e perigosa) do que julgamos nas respectivas motivações.
(Agora só falta ficarmos com a certeza de que Castro Caldas afirmou algo que permitisse à Comunicação Social arriscar influenciar directamente o resultado eleitoral. E nesse caso fica a faltar sabermos o porquê.)

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