PURE CHESS
Foto: Shark
Espuma branca de uma ira incendiada pela impaciência das ondas numa sucessão que quebra aos poucos a resistência pintada com a cor do carvão.
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Foto: Shark
Espuma branca de uma ira incendiada pela impaciência das ondas numa sucessão que quebra aos poucos a resistência pintada com a cor do carvão.
Um gajo chamado Paulo Morais que, fiquei agora a saber, foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto afirmou perante outras câmaras (as de televisão) que o principal centro de corrupção deste país chamado Portugal é nada mais nada menos do que a Assembleia da República.
Ou seja, o indivíduo aponta para um dos principais pilares do sistema democrático como um dos seus principais cancros, com o beneplácito, entre outros, do Bastonário da Ordem dos Advogados (também presente na ocasião).
Das duas uma: ou o Paulo Morais sabe do que está a falar e pode prová-lo e estamos perante um assunto demasiado sério para ser remetido para o momento fait divers dos noticiários ou, assim seja, trata-se de mais um papagaio irresponsável dos que minam a credibilidade da democracia por lhes prestarem demasiada atenção.
Em qualquer dos cenários possíveis acima, ou eu estou mesmo a tornar-me num outsider disto tudo ou deveriam produzir-se consequências.
Começo pelo cenário aparentemente menos grave para o país.
Podemos então pressupor que o tal Morais é um daqueles fala-baratos que se empoleiram num qualquer palanque de circunstância e manda umas bocas para chamar as atenções.
Bom, nesse caso, o tal Morais é uma ameaça para a Democracia porque ao enxovalhar os seus órgãos representativos está, por inerência, a enxovalhar o sistema no qual pelos vistos até já protagonizou um cargo com alguma relevância mesmo em termos nacionais. E então será normal prever que o fulano vai ser chamado a uma comissão parlamentar de inquérito para fazer prova das suas alegações e, neste cenário, ter que desmenti-las e sofrer as consequências legais das suas difamações de um todo que engloba centenas de potenciais suspeitos.
Mas existe a hipótese sinistra de o Paulo Morais ser afinal um homem que sabe demais e por algum motivo entendeu tornar públicos os seus conhecimentos na matéria, embora sejam sempre de desconfiar as acusações atiradas a eito para uma plateia sem nomes que as possam consubstanciar.
Se esta for a realidade factual estamos perante uma acusação da maior gravidade pois a corrupção ainda é um crime e trata-se de um problema de consequências imprevisíveis pelo que pode representar.
Nesse caso, julgo eu, impõe-se na mesma chamar o Paulo Morais perante um qualquer mecanismo da Justiça que lhe imponha a concretização das suas insinuações, nomeadamente pela nomeação directa das pessoas envolvidas e dos exemplos concretos da tal corrupção que estará sediada num, senão no, mais importante dos mecanismos de defesa desta Pátria e da sua população.
O que me assusta no meio disto tudo é a reacção relativamente indiferente da Comunicação Social ao teor de uma acusação tão séria à Assembleia da República. Relegando um facto destes para um plano secundário só podemos concluir que ou os jornalistas são todos uns imbecis (o que alguns até parecem comprovar) ou estão de alguma forma coniventes com o tal fenómeno de corrupção que um tipo que nem é um ilustre desconhecido alega, não é o Coelho da Madeira ou assim, e assobiam para o lado de forma displicente e que os torna suspeitos de cumplicidade num esquema organizado de destruição do país (sim, é esse o efeito da corrupção por onde ela passa).
Seja como for, eu sou um cidadão português e preciso de acreditar em duas coisas: que a Assembleia da República é constituída pelos representantes eleitos pelo povo de que faço parte para falarem e agirem por mim (e eu não pactuo com a corrupção) e é uma instituição na qual posso depositar a minha confiança e, a segunda coisa, que a Justiça deste país possui os meios ao seu alcance para averiguar de imediato a veracidade das alegações do Paulo Morais e, uma vez apurados os factos, dar início à punição dos (alegados, eu sei) prevaricadores.
Se falhar qualquer das duas convicções acima enumeradas resta-me optar entre a emigração, a apatia cobarde ou a luta armada.
Foto: Shark
É difícil de contestar o pressuposto de que não há insubstituíveis, pois a vida continua muito para lá do fim da de cada um de nós. Três gerações passadas e já somos não mais do que uma referência secundária, uma imagem difusa que outras, com a nitidez que só o presente confere, substituem no quotidiano dos que cá ficam.
Essa é a verdade, dura para quem não gosta de encarar estes factos ainda que os reconheça na sua própria realidade de contacto com antepassados distantes por algumas décadas, para a esmagadora maioria de nós.
Sim, somos substituíveis e somos substituídos mas há sempre quem sinta que saiu a perder, filhos, pais, gente próxima demais para ignorar a nossa falta e conseguir de alguma forma compensá-la.
Porém, existem pessoas que de tão dotadas estendem a sua presença para lá das fronteiras normais, acabam adoptadas, figuras públicas, por desconhecidos que as sentem como verdadeiros familiares ou até mais.
Essas pessoas também são substituíveis, outras nascerão em seu lugar para lhes ocuparem os mesmos espaços em tempos distintos, e outras a seguir. Mas a presença dos melhores, dos mais reconhecidos nos talentos que o mundo mais valoriza em cada época, acompanha gerações a fio, preenche a memória dos que acompanham a história e vivem a vida, às tantas, sob a influência de estranhos que nos seus legados deixaram a influência decisiva para definir os contornos do caminho a seguir porque ninguém os conseguiria substituir nessa dimensão transcendente que é privilégio de apenas alguns.
Insubstituíveis não haverá, pois a vida sempre encontrará uma alternativa, acontece nas pessoas como nas flores que nascem de entre as fissuras de um muro quando o vento do acaso transporta as suas sementes para um lugar assim.
Mas o rasto dos eleitos perdura no tempo, numa ausência sentida a cada momento, a imortalidade garantida sob a forma de uma saudade espalhada por contágio e que parece não ter fim.
Seria hipócrita esconder o meu orgulho por considerarem digna de publicação uma foto minha neste espaço.
Fico muito contente por ter sido concedida, num tira-teimas, a pasta da Agricultura a alguém do CDS/PP.
Agora sim, os agricultores vão saber com quantos paus se faz um subsídio.
Estou muito curioso quanto ao futuro desempenho do novo Secretário de Estado da Cultura.
(Nomeadamente no que respeita à blogosfera.)
Podem começar por seguir ESTE exemplo tão saudável para pouparem uns trocos. Pelo menos na época estival...
Quando nós, sociedade, confiamos a alguns de entre nós os super-poderes realistas que julgamos necessários para combater os diversos males gerados pelas sinergias negativas de grupo, coisas que não sendo equivalentes a uma força sobre-humana ou à visão de raio X constituem uma entrega efectiva da custódia e mesmo da aplicação prática dessa vantagem sobre os restantes, por exemplo a decisão de punir ou de libertar pessoas acusadas de crimes e assim, nós, sociedade, pressupomos que existem mecanismos sérios de filtragem ao longo do caminho a percorrer por esses super cidadãos.
A ideia é impedir que esses super-poderes caiam em mãos erradas, pelo risco que implicam de subverter qualquer sistema pela raiz, pelo próprio fundamento que o sustenta. Por isso, quando uma magistrada é apanhada a conduzir embriagada e em contra-mão ou dez candidatos a juízes são apanhados no copianço nós, sociedade, sentimos uma estranha necessidade de ver essas pessoas privadas dos tais atributos que devem utilizar a nosso favor, o da sociedade, mas podem preferir contra.
Uma das formas mais estupidamente simples de avaliar o carácter desses futuros ou presentes super cidadãos é a observação dos seus actos. Se alguém é apanhado a cometer um crime ou apenas uma fraude, não precisamos de ter um canudo para ficarmos com a ligeira impressão de estarmos perante alguém sem qualidades para exercer as funções tão vitais que precisamos bem cuidadas.
Ao decidirem passar uma esponja sobre o ilícito moral da dezena de trafulhas, permitindo-lhes o acesso ao arsenal, os responsáveis por tamanha ignomínia comprovam-se eles próprios incapazes para o seu papel de barreira de protecção contra os medíocres que possam atingir esse patamar tão elevado do qual, depois de munidos da força e da imunidade que nós, sociedade, pretendemos entregar a uma elite de gente boa, inteligente e honesta, podem tornar-se uma séria ameaça.
Não sei quantos cúmplices por inerência, os que decidiram dessa forma ignóbil, se aliaram ao gang xerox quando ignoraram a responsabilidade que lhes foi, indevidamente, atribuída.
Mas por mim nem um dos intervenientes nesta farsa sem juízo e sem vergonha merece a confiança necessária para fazer parte directa ou indirectamente da Justiça.
Depois de infiltrados no sistema são eles a krypnonite que o enfraquecerá de forma sistemática até outros o poderem liquidar.
Em pleno noticiário, o Crespo declara-se amicíssimo de Fernando Nobre e insurge-se contra a hostilidade do PS para com o homem. Essa hostilidade expressou-se na recusa dos socialistas em aceitarem o homem das galinhas com pão na qualidade de Presidente da Assembleia, note-se, e Maria de Belém ficou estupefacta a olhar para o alegado jornalista.
Entra o Relvas. Ah e tal porque isso é um excesso de fulanização e mainãoseioquê.
Excesso de fulanização???
Hostilidade???
Vindo das bocas que vem, nomeadamente de quem declarou que jamais governaria em coligação ou simples acordo enquanto o PS fosse liderado por fulano, não soa apenas disparatado.
Soa imbecil.
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