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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

28
Abr11

A POSTA NA VITÓRIA POSSÍVEL

shark

A velha senhora, mulher de princípios rigorosos e convicções firmes, jamais cedeu a qualquer tipo de tentação, a qualquer espécie de hesitação perante o seu sonho de encontrar um príncipe encantado capaz de lhe garantir a exclusividade absoluta de que jamais abdicaria.

E a vida foi avançando e a senhora foi envelhecendo sem desistir da sua pretensão, preferindo a solidão a qualquer espécie de remedeio que lhe violasse os rigorosos princípios e firmes convicções que a norteavam, desdenhando como inferiores todos e quaisquer amores que não respeitassem o seu conjunto de normas, a sua utopia que acarinhava com a mesma fé e as mesmas hipóteses estatísticas de um dia ver premiada a sua chave fixa do euromilhões.

Mas o tempo foi passando e a velha senhora foi esperando o surgimento no horizonte de um homem montes de diferente, montado no seu brioso corcel, que a levasse mais o seu animal de companhia para um palácio de fantasia onde o homem da sua vida dedicaria as vinte e quatro horas do dia ao culto exclusivo daquela mulher, incapaz sequer de fixar o olhar noutra que fosse a passar.

 

Passou sim, o tempo, e a senhora viu esgotarem-se as hipóteses de conceber um filho mas continuou à espera, olhos bem abertos para topar os chicos-espertos que tentassem enganá-la com falsos compromissos que certamente violariam, gentinha, conspurcando os ideais da senhora velhinha que um dia, sentada numa cadeira à espera do eleito, acabou por morrer sozinha com uma dor que lhe deu no peito mas orgulhosa do seu percurso tenaz que a provaria capaz da maior coerência, de enorme resistência que sabia ninguém lhe vergaria nem a tiro.

 

E era nisso que pensava enquanto exalava o seu último suspiro.

27
Abr11

HISTÓRIA BREVE DE UM GAJO QUE, DIZIAM, FALAVA DEMAIS

shark

Viu que ele sabia do que falava quando o ouviu afirmar que o silêncio, se fosse visível, não passaria de uma sombra negra no meio da escuridão.

Por isso falava tanto, dizia, sempre na esperança de que as palavras pudessem funcionar como tochas, que lograssem clarear todos os recantos onde o silêncio pudesse esconder os seus segredos, o preto do vazio nos espaços em branco onde congeminava os equívocos inevitáveis da interpretação de textos cortados, de trechos censurados que o silêncio aproveitava para substituir por palpites, por meras suposições.

Ele falava dos enganos que o silêncio fabricava, aproveitando a cegueira de quem se deixava tentar pela mudez. Como surdos, no meio de uma caverna onde os morcegos pendurados eram pontos de interrogação disfarçados, vagueavam ignorantes das coisas que não podiam saber porque alguém as não queria dizer e o oportunista aproveitava essas lacunas como sustento para os seus filhotes de dúvida que a confiança abalada paria sem querer.

Ele falava do que ficava por dizer como bordas de um precipício, como armadilhas camufladas para as palavras silenciadas que se transformavam em monstros horrendos quando lhes era impossível converterem-se em som na melodia de uma voz, privadas de esclarecimento, privadas de luz.

Nunca se calava, mesmo sabendo que penava depois com o excesso de iluminação sobre verdades incómodas, os melhores panos manchados pelas nódoas de culpas confessadas e, utopia, pensava que isso lhe garantiria o perdão.

A realidade dizia-lhe que não, transformados os amigos de outrora em desertores depois de o ouvirem falar de amores que consideravam proibidos, relatos que preferiam escondidos nas trevas que o silêncio oferecia, piedoso, salvaguardada a lógica que esclarecia que uma mentira não equivale a uma omissão, sendo feio mentir, e as palavras por dizer nem conheciam a luz do dia e a mentira assim não existia e era-lhes mais fácil viver assim.

Ele falava sem parar, para a maioria eram monólogos cansativos, saturava os ouvidos dos outros com a sua arma sonora contra o silêncio de que se afirmava inimigo mortal. Era para ele uma luta entre o bem e o mal e nunca baixava a guarda, não admitia a existência de silêncios comprometedores nem permitia o embaraço de não haver algo para dizer quando houvesse algures um receptor.

A vida só tinha valor quando contada, desaparecia se silenciada sob um falso pretexto qualquer, o medo ou a vergonha, o segredo que se impunha para preservar a imagem pública de alguém. E ele de imediato a referir, olhar perturbado, o facto de só uma imagem existir, a da pessoa real que não conseguia afinal esconder para sempre o desconforto por tal distorção, o suposto branqueamento por omissão que não passava, quando a verdade a desmascarava, de uma versão hipócrita, apenas menos descarada no seu progressivo escurecer.

 

Um dia ele parou de falar. Morreu.

E no alívio dos que o não conseguiram esconder, o seu inferno interior, ficou esclarecido o quanto ele terá merecido um lugar reservado no céu.

26
Abr11

A POSTA QUE O PASSADO JÁ NOS ENSINOU E O PRESENTE EXAMINA

shark

Assistimos, e a coisa arrasta-se há semanas, às imagens de gente abatida a tiro por polícias, exércitos ou mesmo mercenários contratados por poderes contestados pelas respectivas populações.

É hediondo sob qualquer perspectiva e até o mais convertido a qualquer causa deveria enojar-se de qualquer participação directa ou indirecta em tal infâmia.

Quando um líder ordena o uso de força excessiva contra os seus cidadãos comete uma traição à sua Pátria, para além de incorrer precisamente naquilo que qualquer sistema democrático pretende impedir, o abuso de poder que só é possível quando um povo confia aos seus governantes o livre arbítrio na escolha de como proceder quando, por exemplo, um número significativo de pessoas se revolta e sai à rua para manifestar as suas razões.

Esse poder excessivo só se faz sentir quando não existe ou simplesmente soçobra a democracia a sério num país e de repente, como se tem visto ao longo da História da Humanidade e se vê agora em directo pelos canais de televisão ou na internet, as populações vêem virar-se contra si os meios adquiridos sob o pretexto de manter a ordem e preservar a soberania. Se para invocar este último os tiranos necessitam de uma ameaça externa, um inimigo forjado ou mesmo real, para o primeiro existe a necessidade de regras elementares de contenção e de poderes efectivos para contrariar eventuais excessos na respectiva interpretação.

 

Ou seja, os povos que agora morrem pela mudança foram os mesmos que se deixaram embalar no canto de sereias maquiavélicas e ignoraram a emergência da democracia como único entrave a este tipo de situações.

E é precisamente a democracia que muitos no nosso lado burguês da questão, este hemisfério norte à beira de uma convulsão por contágio facilitado pelos efeitos de uma crise financeira sem final previsto, contestam agora enquanto culpada de todos os males de que a incompetência de muitos, a ganância de uns quantos e o oportunismo de alguns saem incólumes por via do branqueamento mediático das suas (más) acções.

O passo seguinte deste meu raciocínio é simples.

 

A manter-se este ritmo crescente de abandono dos mecanismos da democracia ao nosso dispor, abstenção crescente e similares, descrédito permanente das classes políticas e dos próprios órgãos do poder e outras cavadelas na sepultura onde onde um dia a nossa liberdade irá jazer, o caminho ficará escancarado para os espertos, os carismáticos, os populistas, os extremistas que angariam apoio popular pelo timbre mais grosso na postura e no discurso, potenciais ditadores daqueles que o passado provou exímios na manipulação da própria democracia enquanto trampolim.

Aconteceu no passado, no nosso passado, e no de muitas outras gentes incapazes de discernirem a tempo dos custos elevados, dos riscos exagerados que corremos quando desertamos ou enfraquecemos a difícil construção de um regime decente com um sistema funcional.

 

Os povos que agora morrem pela mudança foram os mesmos que não levaram a sério a hipótese de um futuro com as contas trocadas, os mesmos que sempre partiram do princípio de que o bom senso ou, no mínimo, um pouco de decência por parte dos seus líderes e respectivos séquitos de acólitos bastaria para manter as coisas tranquilas e se evitar sempre o pior.

Portugal ainda é um membro de pleno direito da União Europeia, mas encontra-se refém de uma decisão a tomar por outra nação, a Finlândia, que pode, há quem o afirme, empurrar-nos para a bancarrota e para todas as consequências a nível social que isso implica. Para cenários caóticos como os vividos pelos gregos mas com a situação económica sob a alçada desta Europa egoísta e ingrata que nos pode deixar cair, coisa impensável não muito tempo atrás e aparentemente impossível de se verificar perante idêntico problema em Estados-Membro com mais relevância económica ou apenas com mercados maiores e mais apetecíveis do que o português.

 

Perante a simples, e espero que remota, possibilidade de nos entregarem à nossa sorte no vórtice do furacão tudo passa a ser possível no contexto de degradação da imagem dos diversos poderes em quem deveríamos confiar para combatermos o que de mau aí venha. Tudo passa a ser possível, aumentando de forma exponencial o risco de coisa séria na inversa proporção da perda efectiva de credibilidade e, por inerência, de autoridade dos escolhidos para nos conduzirem por tal breu.

Isto não é ficção, as lições da História, da nossa História, estão aí para o provar.

 

E olhando o exemplo dos outros, os que vivem (e morrem) agora no caos de autênticas guerras civis que a falta de uma democracia sólida declarou e analisando bem as escolhas dos países mais poderosos quanto aos palcos da sua intervenção, não vejo no horizonte, em caso de bronca da grossa, alguém interessado em nos deitar a mão.

26
Abr11

FOLEIRO, PÁ!

shark

Eventualmente baralhado com as mixórdias virtuais modernas, o deputado José Lello foi apanhado com a boca na botija de um email que alegadamente foi parar sem querer ao Facebook.

A ideia, diz ele, era enviar o desabafo por email a um colega deputado, numa figurinha de despeitado que não fica bem, queixando-se de o Presidente da República ter sido foleiro por não convidar a rapaziada do hemiciclo para a festarola da praxe em Belém. 

Claro que o episódio pateta seria hilariante se não fosse patético por definição, tanto no pretexto como na trapalhada da respectiva publicação.

Contudo, parece-me que com a designação de foleiro o deputado Lello só acertou na terminação e ao menos se tinha que passar pelo embaraço que fosse por uma coisa a sério, como gamar o equipamento a jornalistas ou inventar umas escutas maradas que depois caem em águas de bacalhau.

 

Ou por chamar o outro por um nome mais porreiro no rigor, mais consentâneo com o respectivo perfil.

26
Abr11

DA AMIZADE COMPILADA (take 2)

shark

Numa das postas de ressuscitação do Cabra de Serviço, onde continuo a fazer uma perninha (neste caso de cabrito), a Peixa (que tem por nick Mente Quase Perigosa, lapidar) abordou uma questão sensível para a maioria: o sexo entre a malta amiga.

Sim, o assunto é quase perigoso. Nem que seja pela hipótese de uma pessoa por-se a pensar: é pá, realmente nunca tinha equacionado essa possibilidade nem sob o prisma do potencial em matéria de rentabilização dos recursos e isto com o país mergulhado numa crise, enfim…

A delicadeza da matéria é tanta que se soma dois mais dois logo a partir da associação de ideias criadas pela sabedoria popular: a ocasião faz o ladrão e os amigos são para as ocasiões. E isto à partida inspira o receio de estarmos perante uma ilegalidade, deve ser proibido misturar a amizade com a (ou mesmo na) cama. 

 

Mas não, o legislador nunca sentiu necessário registar fosse o que fosse por escrito e por isso o sexo entre amigos, na esmagadora maioria dos casos, não pode levar as pessoas à prisão.

Contudo, esse não é o raciocínio da Peixa cuja mente quase rigorosa resvala perigosamente para a generalização. De acordo com a sua impressão a respeito de um acrescento colorido a uma amizade transparente esta não é apenas corante nos rostos ofegantes da malta amiga que truncha!, deixa corados os amigos com pila pelo simples temor de por ser com uma amiga terem depois de casar com ela.

E isso sim, constitui motivo para uma apreciável aflição.

 

Uma das regras mais ou menos implícitas nas amizades entre pessoas do sexo oposto parece ser precisamente a ausência de sexo. Ao que sei, diz que tem a ver com o facto de depois de acontecer as amizades ficarem inquinadas por alguma razão.

E a Peixa, com a sua mente quase generosa, oferece-nos uma explicação e essa em nada beneficia os meus homólogos na questão. Diz ela, e passo a citar, que no momento em que qualquer homem enfia a pila numa gaja ele faz tábua rasa de tudo o que aconteceu antes e ela passa a ser a “mulherzinha” (…) que está à espera que ele diga que a ama.

Escusado será dizer que com o seu amigo tubarão teria que esperar sentada, ou mesmo deitada caso ficasse sem forças para se levantar.

 

Existe de facto uma diferença clara entre amar e a intenção de repetir a dose se a coisa até correu bem. Um gajo, na excitação do momento, até lhe pode sair um não pares agora meu amor ou um ai que te amo tanto ó Rita (que até pode nem ser o nome da amiga em apreço). Mas não vale a pena alimentarem fantasias, pois os príncipes só são encantados enquanto não lhes murcha o entusiasmo e depois aterram na borda da cama plebeus e só os preocupa a check list do vestuário para se certificarem que não deixam para trás uma peúga ou assim.

 

E é aqui que se torna óbvio o facto de para um gajo normal não fazer sentido qualquer tipo de prurido quanto ao bonito gesto de amizade que constitui a disponibilização da própria pila como suporte para uma amiga momentaneamente desamparada, ou vice-versa (se forem as calças do amigo a já quase não resistirem a tanta pressão interior). Ou apenas porque a coisa, às vezes acontece, até se proporcionou no meio de umas larachas, de umas imperiais e de um pires de caracóis que os casais amigos igualmente partilham.

 

Por isso até posso aceitar as conclusões da Peixa, com a sua mente quase poderosa, mas apenas quando aplicadas no âmbito de uma experiência em concreto e jamais com o estigma da generalização que soa imenso a injustiça.

Nem a minha amizade por ela, fresca e desinibida e coiso que deixa tanta margem de manobra, me permite aceitar tal carapuça.

25
Abr11

NESSE DIA

shark

Nesse dia gritaste tudo aquilo que silenciaste por ti e pelos teus, dividido que andavas entre a liberdade que ansiavas e o medo de deitares quase tudo a perder.

Nesse dia foste para a rua apoiar aqueles que te quiseram libertar da escuridão de uma mente sob a escravidão das ideias impostas, dos conceitos fascistas que a tua inteligência renegava e a tua consciência pesava por saberes de outros, clandestinos, que sofriam e lutavam por aquilo em que acreditavam, parecia que perdiam mas ganhavam, aos poucos, uma revolução pela calada, armavam na sombra uma emboscada aos tiranos opressores, aos pides e outros horrores como a guerra que não servia a ninguém.

Nesse dia acreditaste na vitória do mal sobre o bem e juntaste a tua voz à do povo unido na rua, a luta continua e viva o MFA, e verteste lágrimas na calçada que assassinos deixaram manchada de sangue dos que agora sentias como heróis.

Nesse dia beijaste uma espingarda que uma criança tornou florida com o cravo da Revolução, a beleza da multidão desarmada que oferecia a vida na calçada se as armas antigas disparassem sobre as gentes para que calassem de novo a sua vontade de conquistar a liberdade adiada.

 

Nesse dia juraste no meio da estrada que ontem jamais se repetiria e os filhos que o teu teria poderiam crescer sem o medo que te obrigou a calar as palavras proibidas, a abandonar as ideias banidas que serás livre de defender pelo voto que falará por ti hoje nas eleições.

E assim abres o caminho para poderem falar por si mesmos depois.

24
Abr11

NA VÉSPERA

shark

Na véspera abafavas o que dentro de ti gritavas, palavras proibidas, liberdade e outras heresias.

Na véspera ainda não sabias que o medo por ti sentido era, em segredo, derrotado pela união de forças armadas ao poder das vozes caladas que na rua se fariam, por fim, ouvir.

Na véspera restava-te sentir a consciência amarrada no calabouço da impotência revoltada a que te condenava a opressão. Definhava nessa prisão a tua lucidez porque te sabias capaz de pensar demais acerca dos temas tabu, de expor as verdades a nu perante o despudor da tua mente à solta que encontrava na boca as grades da gaiola onde esbarravam vezes sem conta as palavras proibidas, democracia e outras foragidas da Pátria que te obrigavam a amar sem poderes contestar aquilo que sentias como um mal que nessa véspera apenas sonhavas poder acabar amanhã.

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