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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

25
Mar11

A POSTA NOS DEJECTOS À VISTA DESARMADA

shark

O assunto é tão melindroso e fétido que uma pessoa até hesita em pegar-lhe pelo medo do contágio que estas coisas parecem acarretar, tantos os maus exemplos que se vão descobrindo quando se zangam as comadres ou simplesmente quando alguém cai em si na verdadeira dimensão destes golpes baixos que não só conspurcam um sistema democrático como, pedaço por pedaço, o desacreditam aos olhos da população e acrescentam à abstenção mais uns trocos que já reduzem os votantes habituais a menos de metade, numa queda livre da participação democrática que estes capítulos vergonhosos ajudam a acelerar.

 

Se há coisa que exigimos tanto aos políticos como aos jornalistas é uma ética irrepreensível. Tudo o que fique abaixo disso constitui uma brecha potencial por onde se infecta um sistema que (sobre)vive da confiança nele depositada.

Além disso, essas fissuras personificadas pela falta de rigor de uns e de carácter de outros tendem a alastrar com base nas teias de cumplicidades inevitáveis e de silêncios imperdoáveis nos quais a Comunicação Social não pode reclamar inocência.

 

O exemplo que o Valupi publica hoje no Aspirina é irrelevante no que concerne à sua origem, a baixeza inerente sujaria aos olhos de qualquer pessoa de bem os respectivos intervenientes, activos ou passivos, qualquer que fosse a respectiva cor partidária.

Contudo, não é tão irrelevante no que respeita à exposição clara de uma acção concertada de desacreditação de um homem para nele destruírem o candidato político.

Perante factos não há argumentos e ninguém tente agora desmistificar a ideia de que José Sócrates tem sido o alvo permanente da conjugação de esforços entre os seus oponentes e uma classe de jornalistas que começa a bater tão no fundo em termos de imagem como a classe política a quem amplifica estas atoardas.

 

Se aos políticos capazes de descerem tão baixo na ânsia pelo poder chamo crápulas com as letras todas, aos jornalistas que lhes dão voz acrescento-lhes lorpas e por mim nem uma letra poderiam voltar a escrever depois de identificados na sua condição de porta-vozes deste esterco partidário sem cor.

Ou melhor, sempre com a mesma cor: a daquilo que não queremos pisar sem querer quando circulamos nas ruas.

24
Mar11

CÓLICA RENAL FOR DUMMIES

shark

Neste preciso momento estou a tentar evitar a que, a confirmar-se, será a minha décima segunda cólica renal em cerca de 15 anos.

Diz quem já deu à luz e experimentou uma cólica renal que esta última bate a primeira aos pontos em matéria de dor, algo que, naturalmente, não posso confirmar.

Mas acredito que sim, ou dá-me a sensação de que a taxa de natalidade baixaria a pique (a menos que a epidural se tornasse obrigatória...).

 

Este é um tema desagradável para uma posta. Ninguém convive com a dor de forma pacífica, bem como com os sintomas que a prenunciam.

De resto, mais do que partilhar seja com quem for esta minha relativa ansiedade por estarem reunidas todas as condições para o ritual da ida ao CUF Descobertas para levar um shot de anestésico e fazer um tac ou uma ecografia, duas ou três horas de estadia, quero acima de tudo disponibilizar informação para quem, como aconteceu comigo, possa ser um dia apanhado/a de surpresa por um tipo de dor diferente de todas as que já sentiu e apanhe um cagaço sério.

E o pânico em nada ajuda a controlar a situação em causa.

 

As cólicas renais são provocadas por aquilo a que comummente chamamos de pedra nos rins e os médicos preferem apelidar de cálculos ou areias.

Existem vários tipos de cálculos mas, como é normal, procurei informar-me acerca do meu em particular.

E aqui entro na primeira questão muito terra a terra capaz de melindrar as pessoas (com pila) mais susceptíveis: a coisa acaba por sair do corpo e só tem um caminho possível. Quem tem o azar de lhe tocar um calhau dos maiorzitos e mais rígidos pode acrescentar à dor no rim uma outra nada apetecível. Não preciso de entrar em pormenores...

Para descobrirmos de qual se trata para podermos evitá-lo no futuro há que arranjar forma de apanhar o primeiro que calhe em caminho, para posterior análise.

Sim, também aqui deixo a coisa ao livre arbítrio de quem se vir em tais propósitos.

A necessidade aguça o engenho, enfim...

 

O meu tipo de cálculo é dos outros, mais areia do que pedra. É provocado pela reacção dos rins a um componente (oxalato) presente de forma significativa em quatro alimentos comuns: espinafres, amendoins, chá preto e... chocolate.

Está bem de ver porque sou já um veterano destas andanças, viciado como sou na melhor substância comestível da galáxia.

A boa notícia é que uma pessoa, depois de identificar o “inimigo”, pode fazer a sua escolha: cortar em absoluto e nunca mais passar pela provação ou, em alternativa, aceitar o preço a pagar e organizar a vida em função desse camartelo que pode tombar a qualquer hora e em qualquer lugar depois de cometido o abuso.

 

Regressando à partilha da experiência com potenciais interessados/as devo referir os sintomas mais comuns, pelo menos os meus e de algumas pessoas com quem troquei bitaites, começam por um mal-estar ao nível do estômago. Pequenas náuseas que depressa podem degenerar no gregório.

Quase em simultâneo, os intestinos costumam assinalar o evento e é quase certo que a coisa acaba (ou começa) no WC.

Outro indicador óbvio é a coloração da urina, que denuncia a carambola dos cálculos na tubagem de uma pessoa, e isso lembra-me de vos avisar para o facto importante de, apesar de ser imperativo o consumo de água em doses industriais no resto do tempo, nem uma gota é recomendável quando estamos a meio de uma crise destas.

 

Nada de líquidos ingeridos durante a coisa 

 

Só há duas coisas a fazer quando percebemos que vêm aí dores literalmente capazes de nos fazerem rebolar pelo chão: tomar um analgésico qualquer para adiar o tormento (comigo resulta o Nolotil) e apontar rapidamente para um Hospital ou uma Clínica. Não vale a pena tentarem suportar a coisa, digo-vos por experiência própria, pois cedo ou tarde a dor acaba por vencer e quanto mais tarde a combaterem mais intensa ela se torna. Por outro lado, existe a possibilidade de se confrontarem com areias das muito grandes (a partir dos seis, sete milímetros, estamos perante calhaus apreciáveis) e que só podem sair por via cirúrgica (a de laser parece ser a única opção, dado o tamanho da incisão quando se recorre à faca propriamente dita – não negligenciem um seguro de saúde se quiserem salvaguardar o voto nessa matéria...) pelo que não é mesmo nada boa ideia a pessoa armar-se em herói e aguentar a cólica sem sair de casa.

 

E pronto, já têm aqui umas dicas que espero não vos sirvam para nada e ao longo do tempo em que escrevi esta posta a coisa até parece estar mais compostinha na minha micro-canalização interior, pelo que sou capaz de me ter safado com a conjugação do Nolotil e de um duche bem quente.

 

Um último conselho: tenham sempre que possível à mão alguém que vos possa acompanhar nestas coisas.

Conduzir no meio de uma cólica é um desafio nada recomendável e chamar uma ambulância por este motivo vai parecer-vos sempre excessivo, além de que cada minuto à espera do transporte transforma-se em, pelo menos, uma hora na nossa mente alucinada pela dor “pontiaguda” que este pincel acarreta.

22
Mar11

APAGÃO NA ZONA ORIENTAL AFECTOU ACESSO À INTERNET

shark

Na sequência de um apagão generalizado, até os semáforos pifaram, a internet parece ter ficado meia abananada por estas bandas e não se consegue aceder a blogues alojados no Blogspot ou, de forma mais concreta, a todos quantos não tenham terminação pt.

 

(Adenda: entretanto a coisa já voltou ao normal. Alguém deve ter tido algum curto-circuito na torradeira ou assim...)

21
Mar11

NAQUELA CADEIRA

shark

Sentado na cadeira que comprara numa feira quase trinta anos atrás, o homem passava o tempo que lhe restava a olhar fixamente a velha fotografia na sua mão.

Quase nem pestanejava, o ancião, hipnotizado por aquele filme em sessões contínuas na sua imaginação, a mesma história, na sua memória danificada como um disco de vinil.

Parado ali, concentrado na imagem de um tempo guardado como um tesouro na sua mente acelerada como uma bobina no projector, ao ritmo da película que via de um tempo em que vivia numa outra dimensão.

Agora isolava-se da solidão, deixava-a na bilheteira, e depois passava uma tarde inteira na companhia de por quem o seu coração batia, alguém que o amou.

 

Sentado na mesma cadeira onde o dela um dia parou.

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