A situação que se transformou num turbilhão onde caiu a Jonas está cada vez mais clara nos contornos: a Jonas não é uma pessoa abastada e os furões da ensitel já descobriram. E por isso, como é hábito nestas coisas num país onde o Poder Judicial raramente cumpre a sua função de equilibrar forças entre as partes, a ensitel avançou com um processo judicial que serve apenas dois propósitos que constituem afinal os argumentos mais sólidos para abraçarmos tudo isto como uma causa justa e pela qual vale a pena irmos um pouco mais além do que a intervenção escrita. O primeiro propósito é o de atacar directamente a liberdade de expressão de uma blogger cuja transparência os incomoda, abrindo um precedente que os poupe a futuros desabafos de quem não consegue produzi-los nos tribunais (como se viu), na Imprensa (como se sabe) ou em qualquer outro lugar que não esta ferramenta democrática de que dispomos enquanto cidadãos; já o segundo, implícito, tem a ver com o simples desequilíbrio de forças que leva uma empresa financeiramente poderosa a querer vergar a espinha de uma pessoa cuja capacidade para prover à sua defesa é limitada.
Bastaria esta última para me convencer a lutar pelo que a Jonas é e pelo que nesta circunstância representa.
Sim, vou ser um dos financiadores da sua luta contribuindo através do sistema que ela PRECISOU de instalar no seu blogue porque só assim poderá aguentar a pancada que os ensitéis lhe andaram a preparar enquanto ela já nem pensava no assunto que tanta revolta lhe deve ter provocado.
E apelo a todos/as vós para que terminem este ano com um gesto que se impõe quando as palavras já não bastam para provar que as Jonas deste país não passam de peões isolados à mercê dos caprichos e/ou das prepotências de quem selecciona os seus alvos com critérios de predador: quanto mais indefesos melhor.
ACTUALIZAÇÃO: A ensitel já divulgou a sua intenção de desistir da acção legal. E a Jonas, pessoa acima de qualquer suspeita, não tardou a devolver-me (e estou certo de que a todos os outros contribuintes) o simbólico donativo que lhe enviei. A isto eu chamo um final feliz!