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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

30
Nov10

NUNCA JAMAIS

shark

Nunca te deixes influenciar por aquilo que te possa demonstrar num momento de desnorte, acredita que foi pouca sorte teres a desdita de te confrontares com o outro lado de amores que se querem secretos, que nem sempre se revelam discretos e podem explodir numa simples exibição de uma mera irritação com o rumo que a vida por vezes toma, a que se pode juntar a soma de pequenos focos de incêndio, aqui e além, na mente de quem possa não estar assim tão bem quanto seja seu desejo provar.

Nunca te permitas ignorar tudo o resto que se esboça quando não meto a pata na poça, leviano, e te induzo naquilo que é um engano, a descrença, quando não te privo de argumentos para a esperança, sempre que exibo outra face livre de tudo o que nas horas más me entorpece a consciência do quanto vales para mim.

 

Nunca aceites chegado o fim da resistência, o esgotar da paciência que talvez não faça por merecer a todo o tempo, enfatiza o encanto de que sou capaz no todo que se faz de partes tão distintas, o monstro que me pintas quando te desiludo mas também o que mostro quando tudo não me basta para ti e tento ir mais além, as coisas que faço bem e te rendem à evidência de que a tua tolerância não é investida em vão.

Nunca rejeites a voz do coração quando te verga a uma verdade talvez para ti incómoda, quando a realidade te faz sentir estúpida por cultivares tamanha paixão por um homem que por vezes se revela tão distante da forma como o consegues sentir e por vezes não consegues entender o porquê.

 

Nunca esqueças que para lá do que se vê existem razões inexplicáveis para as coisas aparentemente impossíveis de aceitar.

Nunca inferiorizes o amor ou a paixão perante uma simples reacção impulsiva, deixa que o instinto sobreviva ao duelo com o vilão em que se transforma a razão quando ameaça a felicidade com base numa lógica sem capacidade de entender as emoções, que se baseia em equações sem que nada se prove porque afinal a prova dos nove bate certa no teu peito acelerado que se prefere enganado nas conclusões do que privado das sensações que lhe ofereço quando aceitas as desculpas que te peço, por vezes sem emitir um som, e fechas os olhos, enfeitiçada, ao meu lado menos bom.

29
Nov10

A POSTA QUE ARRANJO IMENSOS AMIGOS COM ESTE FEITIO

shark

Então vá, vamos lá dissecar a coisa que a mim faz imensa confusão. Sim, sou alérgico à moderação (de comentários nos blogues) e não consigo encaixar o conceito em nenhuma versão aceitável de blogue como os entendo.

 

Ora se a memória não me falha existem as seguintes opções: a) caixa de comentários aberta e sem filtros, aceitando tudo e deixando ficar tudo o que a malta lá põe; b) caixa de comentários aberta e sem filtros automáticos mas com o/a responsável munido/a da tesoura imaginária para eliminar tudo aquilo que lhe pareça desadequado; c) caixa de comentários aberta apenas a determinado grupo de pessoas; d) caixa de comentários moderada, na qual o comentário só aparece publicado depois de passar pelo crivo do censor; e e) nenhuma caixa de comentários, fim de discussão.

Se me escapa alguma, paciência. É sobre estas que o meu esforço mental assentará.

 

Começo pelas opções b) e c) porque sou eu quem manda e mesmo a ordem natural do Universo nunca foi a menina dos olhos das ciências exactas.

Ter uma caixa de comentários aberta implica que tudo quanto comentem aparece, nem que por dois segundos, visível a quem por lá passar. Ou seja, arriscamos a ver do que não gostamos publicado num espaço pelo qual teremos sempre que responder. E aqui entra o caminho em thin ice, pois o critério é subjectivo e aquilo que eu possa considerar inapropriado pode fazer coceguinhas ao dono do blogue do lado.

Ainda assim, por muito que louve a estaleca de quem aceita tudo o que lhe deixam, parece-me razoável que a pessoa que investe de si e que arrisca por si mesma desagradar a alguém ou mesmo a dizer o que não devia possa decidir se assume esse risco por outras pessoas, pois legalmente é sempre o dono do espaço que responde pelas respectivas repercussões.

É essa a minha escolha, boa ou má, porque é a que veste melhor a minha forma de ser e de estar, corto tudo quanto seja insulto, publicidade encapotada ou calúnia sem fundamento nas minhas caixas.

A hipótese c) nada me afronta, excepto no facto de uma pessoa se sentir como o menino que fica de fora da brincadeira e ter que aprender a viver com isso na boa.

 

Na opção a), muito liberal, encontro os perigos inerentes à confiança desmedida na tolerância e no bom senso dos outros. Algo de que nunca seria capaz. Não confio sequer na minha...

 

Depois temos a opção e) – sem caixa – e para mim essa não oferece polémica: blogue sem caixa não é um blogue, é outra coisa qualquer. Um blogue não se compadece da comunicação unilateral e o facto de se disponibilizar um email não atenua essa realidade dos factos. É uma opção que respeito, como me compete, mas que é quase um sinal de proibido parar ou estacionar para a minha deambulação blogueira.

 

E finalmente temos a opção d), a tal que cada pessoa justifica à sua maneira mas acabamos sempre por ir parar à mesma explicação básica: só aparece o que o dono deixa e aí podemos perfeitamente partir do princípio de que só aparece o que lhe agrada de alguma forma ou não afecta qualquer dos seus interesses.

É uma escolha legítima se considerarmos a questão da propriedade e da responsabilidade associada, mas um nadinha cobarde porque poupa a pessoa a ter que mostrar o que vale quando confrontada com melindres ou com verdades (ou pessoas) incómodas (e ninguém tente dar-me lições nesse particular). Ou seja, tresanda a lápis azul e isso é logo susceptível de despoletar uma reacção alérgica a quem entende blogues como manifestações superiores da liberdade de expressão. Se a caixa é moderada, essa liberdade fica confinada ao espaço onde se posta e o resto é uma espécie de Guantanamo virtual onde se enclausuram (ou se riscam do mapa) as palavras proscritas, terroristas, que podem abalar o status quo do autor ou autora.

A moderação elimina em boa medida um direito essencial que é o de resposta, para além de ser um instrumento muito útil a quem queira pintar-se sem arriscar os borrões vindos do exterior.

Claro que cada pessoa cuidará de dourar a sua pílula por forma a ilibar a sua opção de quaisquer suspeitas, de a adornar com as coisas horríveis que alguém comentou no passado, ou uma insistência irritante e anónima por parte de quem não tem (ou não sabe) mais o que fazer.

E ainda mais claro: cada um/a sabe de si e nos blogues manda quem os faz (de borla). Aí pouco mais há a acrescentar, o argumento pode quer e manda.

 

Contudo, a liberdade de opinar tem este condão de abrir de par em par as janelas da crítica (que pode ser tida ou não por construtiva) e só dela usufrui quem a usa.

Depois, claro, quem enfia a carapuça pode aproveitar a caixa aberta dos outros para dizer o que não permitiria que outros dissessem na sua.

Mas se alguém arrisca na porta sem fechadura é porque abdica do poder de filtrar as reacções e opiniões alheias.

A moeda de troca é o direito de postar sem reservas (excepto as que o bom senso recomenda) e com a autoridade moral acrescida para jamais permitir que, pelo menos nesse plano, tentem moderar a sua.

28
Nov10

A POSTA MORNA E MONTES DE DOMINICAL

shark

Só por uma vez (e foi há tanto tempo que poderia começar esta posta com "era uma vez") caí na asneira de me apaixonar por uma daquelas moças que se declaram completamente desvinculadas da sua paixão anterior mas um gajo até consegue ler nas entrelinhas da insistente negação o despeito ou o desgosto por a dita relação não ter resultado.

Bom, se calhar até aconteceu por mais do que uma vez. Mas todos/as sabemos o quanto a maioria das pessoas sem pila são hábeis em fazer como as bisnagas vira-bicos (sim, também já há muito não existem nos carnavais adolescentes), apontando a boca para o lado do desprezo enquanto o olhar, virado para o lado oposto, se delicia com tudo o que podem absorver acerca dos alegados ex com enorme, porquanto bem disfarçada, sofreguidão.

Isto a propósito de hoje em dia eu me desviar mais depressa desse tipo de pessoa sem pila do que se pira da água fria um gato acabadinho de escaldar.

 

Nada de bom se pode encontrar no futuro de uma relação cujo presente (toma e embrulha) se constrói nesta óptica da picardia para (re)estimular o alvo que ainda não está assim tão passado e nos transforma por inerência numa espécie híbrida de prémio de consolação com genes de isco para possessivos e gananciosos.

Aprendi essa lição, e acho que até já falei nisso por estas bandas, quando me deixei embalar na canção da coitadinha que o meu ex até me batia e eu odeio-o e agora preciso imenso de colo e de amor para compensar e investi tempo e emoção à toa numa rapariga que acabaria, para meu espanto - era muito novinho na altura, por me trocar precisamente pelo tal bruto que a agredia e me deixou com um desgosto tão grande que levei algumas quarenta e oito horas a apaixonar-me outra vez.

Bom, não foram bem quarenta e oito horas porque logo nesse dia dramático uma amiga próxima foi generosa ao ponto de me acolher no seu regaço para evitar algum trauma que pudesse dar-me cabo do vigor, mas dá para perceberem que uma pessoa fica mesmo abalada com este tipo de experiência tão chocante quanto instrutiva acerca do modus operandi da maioria (enfatizo esta quantificação para não tomarem a coisa por uma generalização) das moças incapazes de deixarem cair o homem da sua vida enquanto não surge em cena o mais adequado para lhe tomar a posição.

 

Claro que a moral da história não implica que não tenha já incorrido na mesma asneira e não possa vir um dia a tropeçar de novo em cenário similar. Contudo, vestirei nesse caso a pele da vítima de um logro por parte de uma qualquer artista de variedades (por norma variam imenso também nos humores e nos namorados de substituição - uma espécie de assistência em viagem da paixão - que as rebocam emocionalmente até ao dia em que se sentem capazes de nadar de novo nas águas passadas onde supostamente quase estiveram para se afogar).

Nem todas as boas actrizes (e igualmente muita boas, às vezes) pisam um palco a sério e não faltam as que reservam esse talento para se travestirem em sessões privadas para o único imbecil disponível na platéia, sempre sob o olhar de esguelha do tal ex postiço que sempre arranja forma de espreitar a actuação às escondidas no camarote ou no ponto menos iluminado do balcão.

 

Sim, um gajo também acaba sempre por encontrar refúgio por entre os escombros de uma relação mal sucedida quando percebe que participou afinal de uma competição inquinada pela batota das negações por conveniência. Aliás, é essa a maior das portas pequenas por onde se sai de um filme assim.

 

Mas fiquem com a certeza de que nessas películas de segunda mais vale abandonar a sala antes mesmo de surgir na tela a palavra fim.

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