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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

23
Out10

CDS-PP VAI ABSTER-SE E APROVAR O ORÇAMENTO

shark

Hoje ao meio-dia o CDS-PP vai anunciar a sua posição oficial acerca do Orçamento.

E este vosso zandinga com barbatana, que de política não percebe mesmo nada, entendeu apostar num cenário que ninguém parece ter considerado como hipótese:

Paulo Portas, essa raposa da política, vai tirar o tapete a Passos Coelho recebendo em troca a satisfação da sua única exigência premente, a revisão dos números relativos à sua querida lavoura.

Acredito, neste sofá de analista amador, que o PP (de Paulo Portas ou de Partido Popular, vai dar ao mesmo) já percebeu que votar contra o Orçamento esvaziará a iniciativa do partido na matéria, colando-o às posições já definidas pelos partidos mais à esquerda e, pior ainda, roubando-lhe uma oportunidade de ouro para assumir o protagonismo mediático e ao mesmo tempo abrindo caminho para um governo de coligação quando chegar a hora de o eleitorado ter hipótese de ajustar contas.

 

Eu sei que estou a apostar no cavalo errado, ou pelo menos naquele que menos apostas reúne, e por isso ficará aqui publicado mais um embaraço meu que só ajuda a consolidar a humildade de que tanto necessito para me tornar numa pessoa melhor. Porém, se percebo alguma coisa de pessoas acredito que Portas já terá equacionado as opções que lhe restam e avaliado os prós e os contras de cada uma delas. E se o PP anunciar hoje que viabilizará o Orçamento (depois da chamada proverbial para Teixeira dos Santos garantindo-lhe o papel de Messias da lavoura em troca dessa rasteira capaz de deixar Passos Coelho a falar sozinho e sem capacidade negocial para qualquer tipo de exigência).

A coisa ainda piora se tivermos em conta a noção de que numa primeira fase, mais espontânea, ficou no ar a ideia de que Passos Coelho preferiria a ruptura inerente ao voto contra o Orçamento que mais parece o anúncio do Juízo Final.

 

Assim sendo, vejo na minha bola de cristal uma surpresa. E se acertar, não terei muitos consagrados a partilhar essa pequena glória...

(E se falhar deixo claro o quanto nem o Paulo Portas consegue ter a visão requerida a um líder de oposição para merecer um cargo governativo).

23
Out10

MADRUGADA

shark

A luz distante, suave, de um candeeiro lá fora deste mundo criado a dois, tu perdida num paraíso e eu vou ter contigo depois, como um farol a luz que te faz brilhar mesmo no centro desse olhar que me dedicas, lá fora, uma luz, tão perto agora que me beijas com a paixão divina, e eu sou teu e tu és minha, os teus olhos fechados para que nada possa distrair-te a emoção, perdida num paraíso sem a orientação da luz que persigo porque te desenha na penumbra o contorno que me deslumbra, a sonhar acordado o momento partilhado que ninguém mais poderá reclamar, só tu e só eu, perdido no céu, na tua boca, a beijar, orientado apenas pela luz no teu olhar por entre pálpebras semicerradas, as persianas quase fechadas mas a luz distante consegue entrar, reflectida no teu olhar brilhante e na pele que me entregas aos lábios e às mãos, ao corpo inteiro que sou, tudo aquilo que tiro, tudo aquilo que dou, e a luz lá fora a apagar para finalmente dar lugar ao sol que já está a nascer enquanto te encostas ao meu peito e te sinto adormecer.

21
Out10

E PRONTO...

shark

Depois de uma época cheia de glórias e conquistas (ok, foi só uma mas nós lampiões não somos ingratos, nem pobres a pedir, enfim...), as coisas voltaram à normalidade: todas as equipas portuguesas presentes nas competições europeias ganharam menos a minha.

E com o FCP (outra vez) a jogar noutro campeonato, com o Braga titubeante mas capaz de dar a volta mesmo a tempo de nos lixar mais três pontitos na segunda e com o Sporting a dar chapa cinco, revelando estofo para recuperar do mau início de época, voltam os dias da tremideira de cada vez que jogamos com o Paços de Ferreira. Ou equivalente.

 

É muito difícil ser português nos tempos que correm, com a crise a acentuar-se e a careca dos números a vermelho a destapar-se com inegáveis reflexos na nossa capacidade de honrar compromissos no final de cada mês.

Mas é muito mais difícil acumular a actual desdita de ser portuga com a de ser benfiquista.

Senão reparem: uma das dificuldades de ser português é olharmos para o estado actual da Nação e tentarmos rever nisto o mesmo país que, noutra vida, noutro planeta, noutra dimensão, avançou para os Descobrimentos. Mas isso das caravelas já foi há bué, enquanto que a glória do ésseélebê durou imaculada até há pouco mais de duas décadas (mais ou menos até aparecer o Messias nortenho que tem conseguido dar mais porrada no Benfica do que El-Rei D. Sebastião levou em Alcácer-Quibir).

Quer isto dizer que lampiões como eu, que ainda viram jogar o Eusébio e o Chalana e o Zé Henrique, caíram do céu para verem jogar o Kleber e o Gaitan e o Roberto. E piores ainda, se recuarmos uns anitos ao tempo em que um escocês chamado Souness recrutava tudo quanto era velha glória britânica de segunda categoria para nos fazer humilhar em goleadas impensáveis perante adversários mixurucos.

 

A dor, esta dor na alma lampiona que nos dilacera perante jogos como o último, reside no facto de o tempo do Glorioso nos soar como tendo sido ontem. Não foi. Passei metade da minha vida a gozar os adeptos leoninos e portistas e a esfregar-lhes estatísticas demolidoras nos cachecóis e bandeiras. E tenho vivido a segunda metade a engolir enxovalhos, atenuada aqui e além com um troféu qualquer de segunda categoria ou um título arrancado a ferros para no ano seguinte ter início mais uma hecatombe benfiquista, um hecatombo nas legítimas expectativas de qualquer adepto encarnado que é um adepto mal habituado, a vencer quase tudo quanto pisava o Inferno da Luz que em má hora demoliram e só deu para o torto a sério quando a mulher de um dos Presidentes do clube decidiu lá instalar uma capela...

 

E eu tenho, eu preciso de desabafar este duplo desgosto de ver desabar em simultâneo a Pátria que descobriu o Brasil (e por isso é a verdadeira responsável pelo talento que os nossos irmãos brasucas têm para jogar a bola, se quisermos ir ao âmago da questão) e o Benfica que é (cada vez mais) uma nação demasiado parecida com a nossa.

É injusto, terem-nos incutido na escola (antes do 25 de Abril, ainda as galinhas eram quase dinossauros) uma Pátria feita de nomes como D. Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique, Vasco da Gama e até, para esticar a coisa até ser quase contemporânea do Regime, Gago Coutinho, e cantado as proezas futebolísticas do Águas (o Zé, não o Rui), do Coluna, do Zé Torres e outros assim para nos tornarem arrogantes ao ponto de deixarmos de encarar um segundo lugar em qualquer classificação como algo de aceitável.

É quase cruel, nesta sofrida pele que vestimos, nós os seis milhões e picos de benfiquistas que ontem pudemos assistir a mais uma prestação medíocre por parte do nosso plantel de segundas escolhas (com um ou dois virtuosos agarrados pelos cabelos, a um custo incomportável, para disfarçar a pobreza franciscana).

 

Estou, como qualquer lampião, desanimado com esta montanha russa esquisita onde as subidas ao céu são fugazes, mal tocam as nuvens (sim, só nos basta o título de campeões do mundo e arredores) e raramente acontecem e depois as descidas são a pique e levam-nos em pânico ao inferno das derrotas, das desilusões, dos pró ano é que é à sportinguista.

O problema é que não tivemos décadas a fio para nos adaptarmos aos novos tempos, como os lagartos cujas glórias a sério remontam ao tempo dos cinco violinos, quando ainda mal a música tinha sido inventada, e por isso puderam descobrir a paciência do chinês que os manteve numa suave resignação até começarem as bancadas quase vazias e as cenas de porrada nos balneários e nas assembleias gerais que lhes denunciam a crescente falta de pachorra para serem os bo(m)bos da festa.

E o outro problema é existir um Pinto da Costa que conduziu o seu clube a um patamar invejável (sim, estou roído disso) e que de pouco consolo nos vale enquanto figura sinistra que manipula as marionetas da arbitragem.

 

A gaita é que também jogamos lá fora e aí já só com uma boa dose de teoria da conspiração conseguimos descobrir o dedo do Grande Satã tripeiro por detrás das roubalheiras de que, afinal, quem nos dá festivais de bola como o de ontem até nem precisa...

21
Out10

IMPLOSÕES

shark

Como um barril de pólvora, num canto escuro de um armazém qualquer, parado a observar o seu próprio rastilho a queimar a um ritmo incerto, sem conseguir avançar com uma estimativa para o momento de explodir, sozinho naquele depósito de munições à espera de respostas, de soluções, para os problemas que o consumiam naquele rastilho em sentido figurado a queimar e quem aparecia fingindo soprar apenas ateava a chama e assim antecipava a conclusão do processo inexorável, a explosão inevitável que haveria, talvez hoje, talvez num outro dia, de oferecer todas as respostas por omissão das perguntas que aquele barril de pólvora, isolado num canto do paiol, se colocava, pouco iluminado através das frinchas pelo sol poente, parado a observar o seu próprio rastilho a queimar, conformado, desistente.

20
Out10

A POSTA QUE NÃO SOU O ÚNICO A PENSAR ASSIM

shark

Dizia-me o fulano, e presumo que com muita razão, que há mais gente interessada nos resultados do Benfica do que no desfecho do Orçamento que o tabu laranja arrastou nas primeiras páginas dos jornais até à exaustão.

 

E eu, perante a situação complicada que todos estamos a enfrentar e porque sei definir as minhas prioridades, devo dizer o que custa ouvir mas as pessoas têm que aprender a centrar a atenção no que interessa para que certas coisas não se repitam e consigamos ultrapassar a fase delicada e abrandar a preocupação no futuro:

Fiquei muito indignado por termos vendido o Di Maria ao Real Madrid.

 

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