O ALJUBARRETE
Imaginemos que ao D. Nuno Álvares Pereira tinha dado para em vez de rezar e depois fazer ele próprio o milagre com uma estratégia brilhante lhe dava para retirar do campo de batalha os seus mais briosos atacantes e alterado o plano ganhador, desmoralizando as suas tropas ao ponto de serem esmagadas como seria de prever.
Ou então, e para não elevarmos a fasquia a um ponto tão radical (proporcional ao desgosto que nos dão), imaginemos antes uma empresa na qual o chefe decide mandar para o desemprego precisamente o funcionário que mais rendimento e empenho exibe ao ponto de arrastar os colegas de trabalho nessa dinâmica ganhadora.
No futebol, um exemplo similar deu ontem o seleccionador nacional.
Perdemos e estamos todos com uma grande telha. Não apenas porque perdemos o jogo que podíamos ganhar nas calmas com o mesmo onze e a mesma disposição com que esmagámos os norte-coreanos, mas porque é nosso o maior fiasco do Mundial da África do Sul. Dá pelo nome de Cristiano Ronaldo e da sua participação no mesmo palco onde Messi, Villa e outros brilham fica a memória de bolas ao poste e de talvez o golo mais caricato e trapalhão do importante evento desportivo.
E fica também a ideia de que as vitórias (e as derrotas) constroem-se mais no balneário do que no relvado.