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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

31
Mai10

ASSOMBRAÇÕES

shark

Com o meu futuro profissional prestes a sofrer uma reviravolta cujas repercussões ainda desconheço, tento colocar os olhos num futuro alternativo mas não consigo fazer de conta que não percebo que as sequelas do passado não deixarão de me atormentar.

 

É nítido que por vezes ficamos reféns das situações com que a vida nos confronta, incapazes de reagir de acordo com o que acabamos por pressentir poder revelar-se uma ameaça. Apanhados nas curvas tentamos apenas acalentar ilusões, prolongando as situações até ao limite ou mesmo para lá do ponto de não retorno.

E depois arriscamos tomar as atitudes acertadas tarde demais para pelo menos nos pouparmos a males maiores.

 

É curioso como a vida nos ensina lições valiosas a cada pretexto e sob as mais variadas formas. Muitas vezes, cegos por emoções descabidas ou por ligações que queremos acreditar definitivas (algo de idiota no contexto dos negócios, por exemplo), deixamos que nos embale a preguiça e um torpor que nos tolda a visão dos factos diante do nosso nariz.

Aos poucos, acabamos enredados em cenários tão complicados que nem percebemos quão vulnerável se revela a nossa condição e quão dependentes estamos de terceiros e das suas conjunturas e decisões.

E basta abrirmos os olhos um pouco para percebermos que somos dispensáveis ao ponto de ainda connosco no activo já andarem a salvaguardar as opções disponíveis para a nossa substituição.

 

Por vezes a vida obriga-nos a dar saltos no escuro, talvez a ver se aprendemos a voar.

Mas eu acho que é apenas um truque do destino para ver se depois de caídos nos conseguimos levantar.

31
Mai10

MARCHA ATRÁS

shark

Os camionistas, que já em tempos protagonizaram uma das situações potencialmente mais lesivas para os interesses do país, voltam à estrada com uma marcha lenta para evidenciarem o seu poder no asfalto a pretexto das suas várias exigências.

Continuo a não conseguir atinar com os actos desta classe profissional, tanto pelo exagero e falta de sentido de oportunidade das suas formas de luta como pelo facto de se tratar de um movimento de empresas e não de cidadãos.

27
Mai10

É O ESPÍRITO DE ALJUBARROTA, CARIÑO!

shark

A Telefonica castelhana quer invadir (com pesetas disfarçadas de euros) a nossa Portugal Telecom e apropriar-se igualmente do território financeiro nacional numa da ex-colónias.

A Pátria dos que possuem quase tantos telefones como orelhas disponíveis está em perigo e já há quem procure uma reencarnação de D. Nuno Álvares Pereira para aplicar a táctica do quadrado (ou de qualquer outra figura geométrica) que nos permita evocar Aljubarrota neste cenário aziago de quase bancarrota.

 

É hostil, a intenção do inimigo. Tão hostil que há quem fale na asfixia da PT como uma das armas ao alcance do gigante invasor. Querem tirar o ar à nossa companhia dos telefones, tadinha, para a forçarem a aceitar o ju(e)go estrangeiro nas linhas. Nem o tio Belmiro da semi-escravatura nas caixas dos hiper foi capaz de ir tão longe...

E se já tínhamos razões para temer o papão castelhano no Mundial de futebol que se avizinha (o paralelo está no desnível entre resultados e exibições das duas selecções e o que isso faz prever em caso de confronto directo...), agora juntamos-lhe esta outra (c)OPA que atraiu a cobiça dos poderosos vizinhos do lado e temos o país ameaçado de pulverização total nos relvados (sim, já caçaram o Ronaldo e o Mourinho) e nos mercados (sim, já caçaram quase tudo mas a PT dá muito nas vistas)!

 

A brincar, a brincar, como no tom desta posta, está em causa um precedente que não me tranquiliza. A globalização, essa geradora de monstros corporativos que qualquer dia mandam nisto tudo às claras, revela-se nestes apetites vorazes que não respeitam fronteiras nem outros interesses que não os mesmos que nesta altura ameaçam Portugal de um colapso semelhante ao da Grécia.

Fragilizados pela conjuntura e pelos equívocos de quem tem andado a tomar decisões, os portugueses dificilmente conseguirão evitar a derrota neste inesperado, oportunista e deselegante confronto com o colosso espanhol das comunicações.

 

E das duas uma: ou acabamos a falar sozinhos por sermos tão ciosos do que é nosso ou passaremos a falar mucho menos portuga noutras linhas que não as do TGV que um dia transportará para o nosso país a nueva fuerza de trabalho que a do dinheiro nos pretende impor.

26
Mai10

POIS, É A MATURIDADE E ASSIM...

shark

Tenho saudades do tempo em que tudo acontecia, como que por magia, quando tinha mesmo que ser. Obstáculos e contrariedades ultrapassados, reduzidos a pó, sempre que se tornava necessário, indispensável, um milagre a acontecer.

 

Só quando somos muito jovens ou, depois de adultos, muito apaixonados conseguimos mover montanhas. Ou pelo menos assim parece, quando nos confrontamos com os sinais da resignação dos outros e da nossa também, quando nos apercebemos que a partir de certa altura já nem lutamos contra aquilo que nos possa limitar de alguma forma a felicidade que achamos sempre merecida. Passamos pela vida mas ela passa-nos por cima, cilindra aos poucos a resistência, o entusiasmo, a ousadia até.

E assim acabamos por perceber o que é afinal isso de envelhecer, de perdermos a combatividade de outrora, a força da paixão pelas coisas, pelos momentos, pelas pessoas, diminuída ao ponto de já nem sentirmos que vale a pena protestar mas apenas aceitar como factos consumados os azares ou as trocas de voltas que antes atacávamos com o desespero de quem não abdica das oportunidades tão raras de ser feliz com algo ou alguém.

 

Baixamos os braços, ainda que o reneguemos com meia dúzia de exemplos gastos pelo tempo até darmos conta de que abraçamos sem hesitar os pretextos que nos permitam sentar o rabo na preguiça e no conformismo que nos defendem das reacções de quem já nem tenta disfarçar a perda do brilho no olhar ou das consequências de insistirmos na crença de que é sempre possível ir mais além seja no que for, contra ventos e marés.

 

Metemos as mãos pelos pés nas tentativas atabalhoadas de explicações alternativas para o fenómeno porque queremos adiar a resignação. Mas acabamos por seguir adiante, com um encolher de ombros ou o engolir em seco que traduzem precisamente a aceitação passiva que afinal escolhemos para nos poupar e aos outros à batalha permanente por coisas que tínhamos como garantidas mas o tempo se encarrega de desmentir, depois de acabar de demolir quaisquer veleidades que a coragem ou a vontade ou outra cena pudessem, noutro tempo, alimentar.

 

Sim, acabamos por desistir.

E quando o percebemos, quando o sentimos na pele, por norma é quase sempre tarde demais.

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