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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

27
Abr10

AMOR DE UMA VIDA QUE FOI

shark

O amor de uma vida que foi numa causa perdida que se dilui aos poucos na amálgama de emoções congeladas pelo frio interior, ilusões, talvez pela constatação de que é mais forte a recordação do que a circunstância que a transformou num passado que se deseja repetido, inconsciente, devaneio de uma mente dividida entre o lado confortável da vida e o desassossego inerente a uma paixão descontrolada.

 

O melhor amante numa vida passada, desinteressante por comparação porque ofereceu o coração em vez de usar a cabeça, sem o gosto da aventura e da incerteza, uma relação jamais perdura desprovida da defesa natural para uma presença eventual que nunca enfrenta o perigo de se assumir como um dado adquirido a sua manutenção.

 

O primado da razão como um torno implacável da utopia impraticável que se alimenta de uma força que não provém da cabeça mas de outro lado qualquer, a energia que faz valer o tempo que a vida nos dá. Teimosia ou insistência, obstinação ou persistência que fazem avançar o quebra-gelos na superfície de um mar que às tantas solidificou.

A pessoa que tanto (se) desejou, despromovida à condição de quase uma obrigação a cumprir, um ritual que deve servir, reforçada, a solidez desmascarada pela lucidez traiçoeira que constitui uma ratoeira para todas as coisas que se querem ignorar.

 

A coragem para lutar que enobrece quem consiga perceber que a vida acaba logo ali e que nada vale por si, sem a resistência emprestada por quem tem consciência da hora sortuda que constitui o acaso que nos cruza com quem faz acontecer. A atenção que faz por nos merecer quem consegue despertar sob o gelo de qualquer mar o sono de um vulcão que explode numa erupção de vontades e de ansiedades e de saudades a cada instante, que sacode debaixo dos pés o chão e leva o coração ao rubro como um motor acelerado, prego a fundo, à solta e sem freio no horizonte interminável de uma planície banhada pelo sol.

 

O amor de uma vida que foi, magistral, de olho no tempo onde se perfila o renascimento tão plausível como a alternativa provável à luz da experiência que tanto esclarece como baralha a existência, à vista desarmada, com o inevitável desacerto na previsão especulada.

25
Abr10

JÁ IA FAZENDO ASNEIRA...

shark

Há pouco publiquei uma posta que tratei de retirar de imediato do charco. Tratava-se da publicação de um comentário que não cuidei de confirmar na veracidade ou, no caso concreto, na totalidade.

Isto porque o comentário reproduzia parcialmente a nomeação da mãe de Francisco Louçã para assessora parlamentar aos 79 anos mas omitia o pormenor não tão pouco irrelevante de se tratar de um cargo sem qualquer remuneração.

O pormenor, claro está, muda tudo. Inclusivamente a minha forma de entender a dita nomeação e o próprio acto de liberdade de expressão de quem publicou neste dia o dito comentário sem fazer alusão ao tal detalhe que faz a diferença.

E isso conduz-me de imediato a outra questão importante que julgo ser boa de debater neste dia em particular: a dos limites para a liberdade de expressão de que a própria blogosfera não pode abdicar, sob pena de hipotecar a credibilidade que reclame.

 

Ao publicar a minha posta iria ser negligente e abusar da minha condição blogueira para juntar mais uns pós a uma suspeita provavelmente imerecida no caso em apreço. Iria fazer o oposto do que o usufruto da liberdade deve representar em matéria de respeito pelos outros e por meios de comunicação, sejam quais forem.

Apercebi-me tarde demais da leviandade do meu gesto, fazendo "corrente" de uma informação incompleta das que facilmente dão origem a boatos que emporcalham as pessoas e constituem, de facto, um abuso e uma negligência grosseira.

Não se pode brincar com o poder da informação no mecanismo de decisão das pessoas acerca de coisas tão importantes no nosso quotidiano como o bom funcionamento do sistema democrático que hoje comemoramos.

 

Embaraça-me o impulso que me levou a publicar antes de confirmar, algo que não posso alegar desconhecer na pele de ex-jornalista ou mesmo na de cidadão que bloga.

E a blogosfera em que acredito e tento defender há quase seis anos não se faz de calúnias ou de armadilhas sonsas como a omissão dos tais pormenores que mudam o sentido das coisas.

Mesmo por interposta pessoa.

 

25
Abr10

AQUELA PESSOA

shark

Aquela pessoa deitada, pela multidão ignorada, é uma pessoa que não aceita que lhe estendam a mão.

Aquela pessoa prefere ficar no chão, tenaz, para poder acreditar que é capaz de sobreviver sem a ajuda de alguém.

Aquela pessoa levanta-se sozinha e a mão não será a minha que poderá ser estendida em algum momento da vida daquela pessoa cujo tempo esculpiu na expressão resistência e na vontade determinação, persistência, num caminho que não admite alguém possa traçar a seu lado ou ainda menos em seu lugar.

Aquela pessoa sacode, orgulhosa, o pó. E acredita que mais vale só, mesmo deitada, do que mal acompanhada por quem se arrogue interferir na sua forma de agir perante as coisas que a atormentam.

Aquela pessoa é daquelas que tentam inventar pretextos para justificar toda a dor reprimida, todos os silêncios de uma vida ao leme da sua condição e em função da sua consciência, pois é uma pessoa sem paciência para se discutir.

 

Aquela pessoa já seguiu o caminho que pretende iluminar com a sua luz, pelo seu pé.

Aquela pessoa já escolheu um destino que sem vacilar construiu, pois só assim conduz a sua própria fé.

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