Duram que é uma coisa impressionante...
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Duram que é uma coisa impressionante...
Percorreu, ensonado, a longa distância que os separava, deliciado por antecipação com o que adivinhava seria a reacção dela à surpresa que lhe preparara ao longo de dias.
Cansado, chegou finalmente ao destino e tentou controlar a emoção que o desesperava por faltar ainda tanto tempo, minutos, eternidade, para poder abraçá-la outra vez.
Ansioso, fumou um cigarro e depois dirigiu-se para o ponto onde iria encontrá-la, preocupado por poder escapar-lhe algum pormenor que não poderia confirmar porque assim iria estragar a surpresa planeada com todo o carinho e atenção.
Esperou, sempre com a cabeça no ar para se certificar que não a perderia no meio da pequena multidão, saudades mal contidas, vontades reprimidas pela distância que os separara até esse dia que sentia especial.
A boca denunciou-lhe a alegria quando a viu, num sorriso que ela não devolveu, visivelmente aborrecida com algo mais importante do que o facto de ele estar presente e com isso nem contar.
Tentou perceber o que se passara, grave certamente, para justificar tão estranha reacção.
E foi quando recebeu a explicação que percebeu, na hierarquia da importância, a dimensão da sua irrelevância perante o desgosto que outro lhe dera e que se sobrepunha de forma conclusiva a qualquer emoção que a sua presença inesperada pudesse suscitar, e que concluiu, desencantado, que o amor já tinha acabado ou aquela pessoa não era quem julgara até então.
- Ó Cavalo das Brancas, porque é que de há uns tempos para cá não há peões por perto dos vossos bispos?
Entre o tratamento que a banca me dá e o que a União Europeia tem dado à Grécia e certamente dará a Portugal não vejo uma diferença por aí além...
É difícil entender a fixação da direita de Portas no rendimento social de inserção em vez de reclamar, por exemplo, uma tributação justa aos lucros da banca.
Mas também não é simples de aceitar a obsessão da esquerda de Jerónimo na greve como forma de luta num momento delicado para a economia nacional em vez de direccionar a capacidade de mobilização dos comunistas para realizações positivas que ajudem a nação e os provem uma alternativa de poder nesta fase conturbada durante a qual sobra pouca paciência para boicotes à produtividade que se sabe mais necessária que nunca.
Pelo menos hoje têm um bom pretexto para fazerem o costume.
E tem a vantagem de ninguém ir notar a diferença...
Aos poucos tem vindo a fazer-se a cama na qual se deitará Portugal agora que a malta do papel entendeu embicar para aqui as suas investidas. Para minha crescente preocupação, os economistas são mais ou menos unânimes na teoria de que o actual Governo não agiu em tempo útil e tentou tapar o sol com a peneira. Não tenho o substrato necessário para os confirmar ou desmentir mas ainda consigo levar alguns a sério.
E o caso é mesmo sério, como não tardaremos a perceber...
É aflitiva a situação na Grécia. O país está a paralisar aos poucos, tanto no ritmo económico como por via da contestação social às medidas extremas que o Governo daquele país (de qualquer um) teve que impor aos seus concidadãos.
Agora é a nossa vez, ao que parece, e o PEC começa de repente a soar muito brando.
Entretanto os sindicatos vão aproveitando a fragilidade de um governo minoritário e ignorando a debilidade do país, acabando por incitar ao mesmo tiro no pé dos seus congéneres da terra de Sócrates (o outro).
Assusta-me, perceber Portugal tão próximo do trambolhão e ainda mais a confirmarem-se as opiniões dos analistas acerca do papel de quem nos governa nesta trapalhada. E depois temos as alternativas possíveis, se o Presidente da República perder a cabeça e decida provocar eleições caso não exista um entendimento inequívoco entre as principais forças políticas, uma espécie de concertação política a bem da Nação como há muito se vinha percebendo fundamental.
É que à semelhança dos gregos só vamos ver a marreta quando esta aterrar com estrépito nos costados da nossa economia em queda livre.
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