AMANHÃ É COMO SE FOSSE SEXTA!
E aqui o vosso amigo só trabalha de manhã, ah poizé!
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E aqui o vosso amigo só trabalha de manhã, ah poizé!
Na SIC o Luís Filipe Vieira e no canal público o Pinto da Costa.
Mas será que esta malta ensandeceu?
Sentiu escapar-lhe por entre os dedos, como areia da mais fina, cada uma das certezas que os factos insistiam desmentir.
Sentiu que estava aos poucos a partir a corda que amarrava o barco ao cais e este partiria também, um dia, para um ponto tão distante do seu apertado horizonte que deixaria de o ver.
Sentiu que estava a perder porque percebia, nas coisas de que desistia, o prenúncio mais óbvio de uma capitulação.
Sabia que a desistência jamais seria uma opção que tomaria de forma consciente, mas olhava o presente e constatava que começava a desaparecer muito daquilo que o podia prender à esperança.
Sabia que cada vez mais perdia a confiança num futuro melhor, diante do muro erguido devagar nas progressivas ausências, nos silêncios crescentes, nas tendências preocupantes e sobretudo nas omissões.
Sabia que sentia as mesmas emoções mas não podia forçar uma realidade virtual com a insistência artificial numa aposta quase perdida, numa imagem esbatida de um sonho que desvaneceu.
Sentiu aquilo que sabia mas nunca conseguia aceitar.
E descobriu, a custo, que insistia numa ilusão com laivos de uma utopia impossível de concretizar.
Existe um fosso cada vez mais largo entre aquilo que se diz e aquilo que se faz.
E quanto mais aumenta a distância entre a prática e a (boa?) intenção, mais o descaramento se impõe.
Observa desse teu canto isolado, desse teu canto sossegado onde te recolhes para cuidar de quem mais te interessa. Vê e orgulha-te do que deixaste como rasto, recorda o seu rosto no tempo em que não pensavas sequer em poderes um dia observá-lo a envelhecer.
Sorri porque sabes como é irrelevante essa transformação, essa etapa de uma mera transição para onde te encontras agora. E sabes porque não te foste embora, percorres o espaço, invisível, numa dimensão impossível de explicar. Sabes porque estás, embora reprimas a custo a intervenção quando tudo em ti apela a que tentes secar uma lágrima ou influenciar de alguma forma o rumo dos acontecimentos que sintas menos bons.
Sorri, pois sabes interpretar o amor num olhar e acreditas, porque és, que isso é tudo quanto uma alma precisa para descobrir o caminho para a luz.
E para alguém ser feliz.
Então e temos AQUI a explicação de como se faz, não é?
Nos EUA (where else?), um garoto com doze anos de idade enfrenta a hipótese de uma pena de prisão perpétua por ter assassinado a madrasta com uma espingarda, a sangue frio e sem mostrar qualquer sinal de arrependimento.
De acordo com a notícia que ouvi, a espingarda fora-lhe oferecida pelo menos um ano antes pelo próprio pai.
Prisão perpétua para quem, desculpe?
Teria preferido que a esbofeteasse. Mas não. Ele estendeu a mão e acariciou-lhe o rosto como nunca antes o fizera. E sorriu.
Desarmada, conseguiu suster a custo as lágrimas e entretanto apaixonou-se um pouco mais.
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