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CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

CHARQUINHO

Sedento de aprendizagem, progrido pelos caminhos da vida numa busca incessante de espíritos sábios em corpos docentes. (sharkinho at gmail ponto com)

24
Nov09

TAPAR A CABEÇA E DESTAPAR OS PÉS

shark

Aproxima-se o momento das grandes decisões e as recentes declarações de Vitor Constâncio acerca da necessidade de aumento de impostos para conter o défice prenunciam o primeiro teste sério à solidez do actual Governo minoritário, nomeadamente na componente parlamentar.

 

Não é uma posição fácil, a de quem deve optar entre o impopular aumento de impostos em época de crise e a contenção da despesa por via do bloqueio aos aumentos salariais dos funcionários públicos (uma expressiva fatia do eleitorado e um potencial pesadelo em termos de agitação social).

A primeira reacção dos partidos deixa antever divisões claras, embora o aumento dos impostos não pareça solução que alguém queira arriscar como cavalo de batalha.

Nesse caso, a contenção da despesa pública terá que passar obrigatoriamente pelo reforço da máquina do Estado em termos de combate à evasão fiscal (a preferência do Bloco, por exemplo) e pelo sempre polémico congelamento dos aumentos salariais (que o PCP nunca admitirá como opção, por exemplo também).

 

A gaita no meio disto tudo é que o nim, a solução de compromisso que possa viabilizar um acordo que não dê cabo da estabilidade governativa, implicará o agravamento inexorável do estado (já deplorável) da nossa Economia.

 

E neste dilema, como noutros, e respectivas escolhas pode mesmo jogar-se a viabilidade económica do país no seu todo num futuro muito próximo e o afundamento definitivo numa cauda da Europa que com a entrada dos países de leste na corrida se torna cada vez mais comprida e distante da cabeça da (mais que certa) futura federação europeia.

24
Nov09

LÓGICA MUSCULADA

shark

Quando o confrontaram com o facto de disputar uma amada com um verdadeiro adónis com anos de ginásio e nem um minuto de biblioteca encolheu os ombros e respondeu com serenidade:

- Não me parece que ele seja um concorrente. É que a mim bastariam poucos anos de preparação física para ficar como ele nessa dimensão e não esqueceria o que entretanto aprendi, mas o gajo teria que investir muitos mais no cérebro para se equiparar a mim. E no final desses anos sem trabalhar o corpo ficaria como eu estou agora...

23
Nov09

SIM. E DEPOIS?

shark

Há fases da vida tão complicadas que só mesmo na comparação com os dramas dos outros, as suas tragédias, conseguimos relativizar a as manifestações do azar que se sucedem em ondas desanimadoras.


São aqueles períodos em que ir à bruxa soa uma opção razoável, quando tudo se estraga ou avaria, a saúde prega partidas e os dias parecem nascidos de propósito para nos arrasar.

Estou no meio de um tempo assim, surrealista. A Lei de Murphy parece talhada para me aplicar sentenças e há semanas, meses talvez, cada dia fornece-me uma angústia para enfrentar. Não é um choradinho, antes fosse. Se querem exemplos concretos cito, só do menu deste dia, um esquentador avariado logo para começar (a água já está fria comó...) e um pára-brisas partido à pedrada sem ter a quem reclamar a ocorrência.


Coisas pequenas, bem sei, mas ontem aconteceram outras. E nos dias anteriores também.
Não ganho para suportar as consequências do azar que me persegue desta forma.

Ainda por cima, a malapata não se aplica apenas aos bens materiais. Coincidências maradas e inoportunas, pequenas distracções ou descuidos, tudo se transforma em mais um problema foleiro para resolver.

 

Tudo de mau a acontecer e poucas alegrias para equilibrarem a balança. É o retrato fiel desta fase da minha vida em que muitas vezes só me apetece fugir nem sei bem do quê. E para onde também não.
Talvez pirar-me para o Butão, é longe quanto baste e ninguém procura seja quem for numa terra daquelas...

Mas o requinte destes azares em torrente também passa por baterem à porta de quem não se assume desistente ou desertor. Ou seja, tenho mesmo que enfrentar estes pequenos dramas do quotidiano que me enfraquecem a resistência e não me dão tempo sequer para respirar.

 

Sou como um marujo a evitar com baldes a água que ameaça naufragar a embarcação, o leme abandonado aos caprichos da maré e pouca ou nenhuma fé no milagre da salvação.
É um exagero na proporção daquilo que vos descrevo e posso garantir que não se trata de um desabafo sem razão.

 

É uma forma delicada, a única que consigo agarrar, de não desatar aos berros na varanda o chorrilho de palavrões que me ocorre neste preciso instante.

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